domingo, 31 de maio de 2009

AS MULHERES SÃO MAIS CRUÉIS?


A população carcerária feminina desmente a tese da crueldade feminina. Antes da revolução do século XX, os críticos do feminismo diziam que se as mulheres tivessem acesso ao mercado de trabalho elas cometeriam tantos crimes quanto os homens. Um século depois, as mulheres ocupam 40% do mercado de trabalho e nem por isso a população carcerária feminina aumentou. Elas ainda são 7% desta população. Ou seja: há um século este número permanece estável.


A feminista americana Phyllis Chesler, autora do livro "A desumanidade, de mulher para mulher", acredita que as mulheres são mesmo malvadas mas em relação às outras mulheres. Segundo ela, não é à toa que temos bruxas e madrastas nos contos de fada. “Temos um lado sombrio”, diz a autora. A escritora Rose Marie Muraro rejeita a idéia. "Se o mundo está uma desgraça é culpa do macho”, diz Rose.


A psicanalista Márcia Wanderley diz que a origem de tudo está na infância. “Quando a menina não consegue superar as vivências com uma mãe ameaçadora, que não lhe deu o afeto levará o ressentimento para a vida adulta e o relacionamento com outras mulheres será marcado pelo ódio e a rivalidade”, diz. O psicanalista José Renato Avzaradel sustenta que “o grau da agressividade (feminina ou masculina) sempre dependerá do grau da frustração".


A psicóloga Margareth Reis lembra que muitas mulheres seguem o estilo masculino de liderança – que inclui o confronto aberto e agressivo – para alcançar o sucesso profissional o que faz aumentar a crença em uma suposta crueldade feminina. E a antropóloga Bárbara Soares tenta ser sensata: "A agressividade ou a maldade não são características masculinas ou femininas, mas do genêro humano", afirma.

sábado, 30 de maio de 2009

O MAPA DO OTIMISMO




As pessoas são otimistas, a despeito das calamidades, da recessão econômica, das epidemias, dos conflitos armados e da pobreza, concluiu estudo da Universidade de Kansas e do Instituto Gallup apresentado no último 24 de maio na reunião anual da Associação para a Ciência Psicológica, em São Francisco, Estados Unidos.

Os resultados da pesquisa, que incluiu mais de 150 mil pessoas em 140 países, revelaram que 89% dos entrevistados esperam que, nos próximos cinco anos, a vida seja tão boa ou melhor que a atual e 95% acham que ela será igual ou melhor que a dos cinco anos passados.

Fatores demográficos, como idade e renda familiar, tiveram baixo impacto nos níveis individuais de otimismo.Como mostra o mapa elaborado pelos pesquisadores, os países onde o otimismo atingiu taxas mais altas foram Irlanda, Brasil, Dinamarca e Nova Zelândia. Os últimos da lista foram Zimbábue, Egito, Haiti e Bulgária. Os Estados Unidos ficaram na décima colocação.

A partir de agora podemos ficar mais exibidos ainda: o Brasil é, provavelmente, o campeão do mundo em otimismo. Tem a Irlanda, igualmente otimista, mas somos maior em tamanho e em população, logo "a taça do mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa"... É isso aí!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

DE PROFUNDIS: AMOR RIMA COM DOR


Escrito na prisão, onde Oscar Wilde cumpria pena por comportamento indecente e “contava o tempo pelas pulsações da dor” (pág. 33), De Profundis é um livro cruciante e perturbador por mostrar que a intolerância e a maldade humana podem impor grandes sacrifícios a quem não cometeu crime algum. O livro é uma extensa carta dirigida por Wilde ao seu amante Alfred Douglas, o amor de sua vida. "Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não usa máscara", escreveu. A vida desvairada e intensa de Wilde dá aqui lugar a uma imensa melancolia e uma indisfarçável revolta perante um mundo que não o compreendeu minimamente. Ao longo do livro, bem distante do tom otimista de “O retrato de Dorian Gray”, são recorrentes os lamentos e o desespero do homem. “O supremo vício é a vulgaridade” (pág. 13) disse, ao silêncio, o gênio incomparável e único. Sua carta jamais teve resposta.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

SER JORNALISTA E SER FELIZ


Ser jornalista exige disciplina para escrever todos os dias. É como ser atleta e treinar para a maratona. Tem dias que o corpo não quer se exercitar, mas não há escolha. Tem de fazer automaticamente e não é possível abrir negociação a respeito. Escrever para o jornalista tem de ser como escovar os dentes para todo o mundo. Claro que você, no caso de escrever, deve ter um dia de folga na semana e alguns dias de repouso nas suas férias para dar um tempo, mas tem de ter disciplina também por outra razão relevante: jornalista hoje tem de ser multifuncional. Precisa saber mexer bem em computadores, ser bom com línguas, ter um bom temperamento, saber quando é preciso ceder e quando é necessário marcar uma posição. É preciso também amar o estilo de vida que vem com a profissão. Há muitas oportunidades para um bom jornalista, na verdade são inúmeras as chances de uma carreira interessante na área de comunicação. Há novas vagas nas assessorias, em mihares de sites, nas rádios, nas tevês etc. O truque é verificar onde você se encaixa melhor, onde será possível usar todas as suas habilidades. E não perder de vista a busca pelo novo, pela novidade. Não se acomode, busque o apuro técnico, mas mantenha a inventividade e a capacidade de se emocionar com os fatos. Não se esqueça também de celebrar a vida. Ser feliz é o mais importante de tudo.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

PARIS, LONDRES OU BUENOS AIRES?

As comparações entre culturas – que têm menos diferenças do que imaginamos – é um sofisma inconsequente e aborrecido. Trata-se de um disfarce para a intolerância e para a insegurança diante de algo estranho ou novo. A verdade é que devemos aprender a identificar o que existe de melhor em cada canto e em cada lugar. Quem perde tempo comparando realidades, dizendo que isto é melhor que aquilo, acaba não desfrutando o estilo de cada capital, cada país. Em todas as cidades tem gente legal que vale a pena conhecer. Gente obtusa e arrogante, quase sem remédio de cura, que fala alto, não sabe comer à mesa e que vive enganada, também existe em todo o mundo. Os estúpidos ou os criminosos são sempre iguais, onde quer que nasçam.

terça-feira, 26 de maio de 2009

MACACO, CACHORRO, BURRO, HOMEM


Quando Deus criou o macaco, disse-lhe: “Serás macaco, saltarás de árvore em árvore, viverás fazendo graça para que os demais se divirtam, serás macaco e viverás durante vinte anos“. O macaco levantou o olhar e pediu a Deus: “Mas, Senhor, vinte anos fazendo tantas palhaçadas, por que não me tiras dez anos?” Deus aceitou e foi assim que, desde então, o macaco vive dez anos.


Quando Deus criou o cachorro, disse-lhe: “Serás cachorro, comerás as sobrs do homem, cuidarás da casa do homem, serás cachorro e viverás vinte anos“. Então o cachorro elevou seu olhar e pediu-lhe: “Mas, Senhor, vinte anos comendo sobras e cuidando de casas? Tira-me dez anos“. E desde então o cachorro vive dez anos.


E quando Deus criou o burro, disse-lhe: “Serás burro, trabalharás de sol a sol, outros guiarão teu destino, levarás todas as cargas em teu lombo, serás burro e viverás sessenta anos“. E o burro, por sua vez, pediu a Deus. “Mas, Senhor, viverei trabalhando tantos anos sem ter minha própria decisão e todos os dias de sol a sol? Sessenta anos? Por que não me tiras quarenta?” E desde então o burro vive vinte anos.


Então Deus criou o homem e lhe disse: “Serás homem, te darei a inteligência suprema entre os animais, capacidade para a criação, organização com liberdade, serás homem e viverás vinte anos“. E o homem, como os seus anteriores, também reclamou uma modificação de sua condição: “Mas, Senhor, és tão bondoso, me dás tantas riquezas, mas tão poucos anos, não podes me dar os quarenta do burro, os dez do cachorro e os dez do macaco?”


Foi desde então que o homem vive vinte anos de homem, em sua livre juventude, quarenta de burro, trabalhando de sol a sol e quando se aposenta, dez anos de cachorro e dez anos de macaco, cuidando das casas dos filhos e fazendo palhaçadas para que os netos se divirtam. (Masafumi Sakanashi, Aikido - o desafio do conflito, p.76-7, 2003)


Fonte: De Gustibus Non Est Disputandum

segunda-feira, 25 de maio de 2009

MOLECAGENS POÉTICAS






I
Com arte e com engano
vive-se metade do ano;
com engano e com arte
vive-se a outra parte....
(autor desconhecido)


II
Mundo, mundo, vasto mundo,
tu não serias mais vasto
se eu fosse parte do pasto?
(autor desconhecido)
III
Nem tudo que é torto é errado,
veja as pernas do Garrincha e
as árvores do Cerrado...

(Nicolas Behr)

domingo, 24 de maio de 2009

EQUADOR, UM GRANDE ROMANCE


Este mapa com a linha do Equador me lembrou um grande livro: o romance "Equador", de Miguel Sousa Tavares. A ação tem lugar no princípio do século XX , no fim da Monarquia. Interessado em convencer aos ingleses que a colonização de Portugal era "exemplar" (e que não havia trabalho "escravo" nas roças de café e de cacau de S. Tomé e Príncipe), D. Carlos mandou para lá, como Governador, o anti-herói Luis Bernardo Valença.


Este rapaz, que se julgava "reformador" e que era um playboy libertino de Lisboa, convenceu-se de que podia mudar a mentalidade do português merceeiro e espertalhão que comandava os negros com brutalidade e mandava nas roças. Valeça queria causar boa impressão ao Cônsul inglês, cuja missão era informar o governo de Sua Majestade e as empresas inglesas interessadas no cacau, se havia ou não trabalho escravo em São Tomé.


Valença e o Cônsul, que partilhavam algumas idéias e a mesma mulher, entendem-se muito bem, até ao momento fatal em que o segundo sabe que o governador é amante da sua fogosa e insaciável esposa. Apesar de uma visita do Príncipe Real à colônia, e do tímido apoio ao "reformismo" de Valença por causa dos ingleses, os portugueses "patrões" e velhos colonos, não querem ouvir falar de "direito do trabalho" e odeiam visceralmente o governador.


A relação com a mulher do Cônsul é usada contra ele e a ação precipita-se. Valença passa do boemio bonito, solteirão e semi-frívolo de Lisboa, que escrevia umas coisas interessantes sobre as Colônias, ao desesperado amante e frustrado governador de um pedaço obscuro de Portugal, perdido no meio do mar, na África.


Esta é a história do livro que a gente lê rapidamente. Os personagens são consistentes e o retrato da solidão do protagonista, como sempre acontece em romances de sucesso, é fundamental no texto.Se você ainda não leu, corra à livraria. Vale a pena.

sábado, 23 de maio de 2009

JÁ SOMOS O QUE SEREMOS...




Já somos o esquecimento que seremos.
A poeira elementar que nos ignora e
que foi o ruivo Adão e que é agora todos os
homens e que não veremos.
Já somos na tumba as duas datas,
do princípio e do fim, o esquife,
a obscena corrupção e a mortalha,
os ritos da morte e as elegias.
Não sou o insensato
que se agarra ao mágico som do teu nome:
penso com esperança naquele homem
que não saberá que estive sobre a Terra.
Por debaixo do indiferente azul do céu,
esta meditação é um consolo. (Jorge Luis Borges)

sexta-feira, 22 de maio de 2009

FIDEL E A LINGUAGEM DOS SÍMBOLOS


Nunca fui "castrista" convicta como quase toda a geração a que pertenço foi, mas compreendo perfeitamente a imensa admiração que o mundo intelectual (e a maior parcela dos jornalistas) tem por Fidel Castro. Ele foi capaz de correr todos os riscos, foi o "David" destemido que enfrentou e venceu "Golias".

Isto tudo é real e muito forte, principalmente na vida política fodida que temos, quase sem líderes para admirar e respeitar. Fidel Castro é o guerreiro heróico, o estrategista que superou fragilidades humanas para transformar seu país e a vida das pessoas. Eu o vi de perto na posse do ex-presidente Collor. Seu porte era compatível com sua grandeza histórica.

Sempre lembro que Fidel nasceu na maior e mais bela ilha do Caribe. Ninguém fica indiferente à beleza natural de Cuba. A linha de horizonte em Havana é tão ampla, que não consigo compreender porque ele abriu mão do ideal da liberdade.

Também não sei com exatidão quando a história de Cuba desandou e todo o mundo lá passou a viver em condições difíceis de suportar, mas acho que nada justifica a desolação e a falta de perspectiva dos cubanos. Ninguém pode viver sem o sentido da utopia e da esperança.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

JORNALISMO E DEMOCRACIA


O jornalismo tem um espaço importantíssimo na democracia: o papel de apresentar à sociedade os sentidos mais profundos dos lados opostos de todos os debates das grandes questões nacionais é dos jornalistas. São os jornalistas que devem mostrar o que está por trás da disputa, os interesses de cada um, além de cobrar dos dois lados seriedade e compostura no debate, repelindo acusações levianas.

Democracia pressupõe o debate, que não dura só as horas em que ocorre. As afirmações feitas ao longo das discussões devem ser avaliadas até as últimas conseqüências. O debate contribui e constrói para a democracia, desde que os meios de informação façam sua parte.


Se o debate só servir para que os protagonistas proclamem a própria capacidade e a incompetência alheia, sem questionamento da veracidade das acusações, sem levantamento pormenorizado das informações levadas ao público e sem a cobrança posterior, em caso de leviandade, o que existe é apenas superficialidade.

No Brasil, a democracia precisa amadurecer. Aqui, o regime democrático tem sido submisso ao poder de persuasão das equipes de publicidade dos lados que estão discutindo os assuntos de interesse nacional. Tanto é assim que nada tem sido discutido muito a sério e ninguém, em sã consciência, consegue sequer diferenciar as propostas apresentadas.

O que diferencia, por exemplo, as propostas econômicas do PT e do PSDB, os dois partidos que centralizam o debate político do país? Ganha um doce, e a cópia de todas as atas do Banco Central, quem for capaz de responder.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

COCO CHANEL, A LENDA


Coco Chanel foi uma das mulheres mais revolucionárias da história da civilização. Antes desta estilista francesa criativa e arrojada, as mulheres usavam cabelos compridos, roupas apertadas e jóias verdadeiras. Gabrielle Chanel aboliu os vestidos armados em favor de um jeito de vestir prático e confortável. E criou roupas e acessórios que são clássicos do mundo da moda.

No cabeleireiro, chanel significa o corte de fios retos que não ultrapassam o limite do queixo. No estilista, o comprimento chanel é aquele que leva o vestido ou a saia a cobrir os joelhos. Sapato chanel é o escarpin bicolor, com o bico em tom diferente do resto. E bolsa chanel as mulheres penduram no ombro, graças a uma corrente dourada que faz as vezes de alça.

Mademoiselle, como ficou conhecida ao longo dos 88 anos de sua agitada existência, era dinâmica e empreendedora. Pioneira na arte do design de moda, dizia que "moda não é arte, mas negócio". Competente, montou um império equivalente a 4,5 bilhões de dólares em valores de 1990. Em 1916, chefiava trezentos funcionários

Tinha sorte e intuição. Para comemorar seus 40 anos, em 1923, Coco lançou aquele que seria o perfume mais famoso de sua griffe, o Chanel N.° 5. O frasco, de linhas simples, revolucionou a indústria de perfumaria. Numa entrevista, em 1955, perguntaram a Marilyn Monroe o que ela usava para dormir: "Três gotas de Chanel N.° 5", disse a estrela e as vendas do perfume dobraram.

Três anos mais tarde, surgia outro ícone: o vestido preto em crepe, de mangas justas, que é garantia de elegância. Ela tinha horror a babados, plumas e rendas.Chanel fez do tweed, tecido que era masculino, um clássico feminino. E ensinou as mulheres a compor blazer, pérolas falsas, e saia. O "pretinho" também vai bem com pérolas.

Foi ela que criou ainda o estilo esportivo e a moda para a mulher que trabalha. Ou será que alguém aí concebe outra roupa, que não seja tailleur, para uma reunião de diretoria? Em 10 de janeiro de 1971, Coco Chanel deixou o mundo dos vivos e tornou-se lenda. Era domingo, um dia da semana que ela detestava. "Só aos domingos eu não invento nada", afirmava.

terça-feira, 19 de maio de 2009

PARA ENTENDER A QUESTÃO

No centro do conflito entre israelenses e palestinos existe uma disputa pelo controle de territórios e fronteiras. Entenda o que está por trás do conflito navegando pelos mapas que registram a sua evolução. Para isto entre na página da BBC no seguinte endereço: http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/2001/meast_maps/

segunda-feira, 18 de maio de 2009

DEMOCRACIA SEMPRE


Os fins não justificam os meios. Não acho correto, por exemplo, a rotina das escutas telefônicas que se vê no Brasil. Acho errado aceitar a violação da correspondência, da privacidade e da intimidade até sob o argumento que este é o preço a pagar para que se salvaguarde a saúde do próprio regime democrático. Não. Estados democráticos são democráticos e não podem aprovar legislação especial para nada. Não se pode correr o risco de restrição das liberdades, abuso dos direitos dos cidadãos, corrupção, compadrio, poderes paralelos dentro do Estado, etc., etc. Leis que restringem a liberdade fazem mal à democracia, uma vez que são em si mesmas contraditórias com o que se pretende preservar.

domingo, 17 de maio de 2009

NADA DE NOVO SOB O SOL


Quando eu tinha de nove para dez anos fui passar férias na roça e quase morri de tédio. Com nove graus de miopia não conseguia andar a cavalo, nadar ou brincar de pique cega, sem trocadilho, por favor. Não havia tv, dvd, computador, nada. O único livro disponível era a Bíblia. Comecei a ler aquelas letras miúdas meio de brincadeira e acabei avançando do velho ao novo testamento. O resultado é que alguns textos me encantam até hoje, como o Livro do Eclesiastes. Acho que todas as pessoas deveriam lê-lo de vez em quando. Vejam, abaixo, como a prosa do Eclesiastes é perene e atual.
TUDO TEM SEU TEMPO...
Tudo tem o seu tempo determinado
e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer e tempo de morrer;
tempo de plantar e de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar e tempo de curar;
tempo de derrubar e tempo de edificar...
Tempo de amar, e tempo de odiar;
tempo de guerra, e tempo de paz...
porque há um tempo
para todo o propósito
e para toda a obra.
O que sucede aos filhos dos homens,
isso mesmo também sucede aos animais
e lhes sucede a mesma coisa; como morre um,
assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego,
e a vantagem dos homens sobre os animais
não é nenhuma. Todos vão para um lugar;
todos foram feitos do pó e todos voltarão ao pó...
Vaidade, tudo é vaidade...
Tudo é vaidade e vento que passa...
Que proveito tem o homem,
de todo o trabalho que faz debaixo do sol?
Uma geração vai, e outra geração vem;
mas a terra para sempre permanece.
Nasce o sol, e o sol se põe e apressa-se
a voltar ao lugar de onde nasceu...
O que foi, isso é o que há de ser e o que se fez,
isso se fará de modo que nada há de novo sob o sol.
(Eclesiastes 1, 2-3)

sábado, 16 de maio de 2009

UMA SÁBIA VERDADE


«Se eu me tivesse dedicado à política, oh Atenienses, teria perecido há muito tempo atrás e não teria feito bem algum, nem a vocês, nem a mim mesmo.»



Post que eu gostaria de ter feito e que estou reproduzindo do João Gonçalves, blogueiro dos bons.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A MULHER, O IDEOGRAMA E A POESIA



No português escrito, as palavras são um encadeamento de letras que representam sons. O mesmo acontece com outras línguas ocidentais, como o inglês, o francês e o alemão, por exemplo.

Na escrita chinesa, contudo, as palavras não são encadeamentos de letras, mas, sim ideogramas, isto é, desenhos que representam idéias. Esses ideogramas foram criados na China há cerca de três mil anos antes de Cristo, quando já existia lá uma língua falada.

Uma característica fundamental do idioma chinês é que ele funciona na base da comparação e associação de idéias, de modo a sugerir novas idéias. Assim, na língua escrita, o ideograma que significa sol, por exemplo, colocado ao lado do ideograma que representa lua, dá origem a um ideograma que significa brilho – característica comum que se nota quando se comparam esses dois astros.

O ideograma que significa mulher, colocado debaixo de outro que significa teto, compõe um ideograma que significa Paz – conceito sugerido poeticamente pela idéia da presença de uma mulher dentro de um lar.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O RIO DE JANEIRO CONTINUA LINDO...


Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar Praia sem fim
Rio, você foi feito prá mim

Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você

A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão...
Copacabana, Copacabana


Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós...Pousar...


Texto: Samba do Avião de Tom Jobim
Imagem: Foto fantástica de André Luiz Martins/Portal O Globo

quarta-feira, 13 de maio de 2009

TOURADAS? SOU CONTRA!


A Voz da Razão

"Touradas? Lamento. Não sou cliente. Os meus amigos conservadores nunca me perdoaram a traição. E dizem, inteiramente a sério, que eu me deixei levar pelos ‘direitos dos animais’. Absurdo. Os animais não têm direitos; a capacidade de formular e articular direitos é uma prerrogativa humana e apenas humana. Mas isso não significa que, precisamente pelo facto de sermos humanos, não tenhamos alguns deveres para com os animais. O mais básico de todos é não os torturar para gáudio das massas. A tourada pode ser uma tradição; mas nem todas as tradições são úteis, muito menos benignas. Isto faz de mim um proibicionista militante? Não faz. Proibições culturais deste tipo nunca devem vir de cima. Devem começar por baixo: pela capacidade da maioria em olhar para as touradas como os espectáculos primitivos que, na verdade, são".
João Pereira Coutinho, Colunista - Correio da Manhã de Portugal

terça-feira, 12 de maio de 2009

CONFIRA SUA IDADE REAL


Você envelheceu...


Quando as suas mãos não conseguem mais acariciar...

Quando não souber mais onde guardar uma linda imagem...

Quando as palavras saírem dos seus lábios sem a marca do coração...

Quando não sentir mais vontade de escalar montanhas...

Quando só tiver desejo de sentar-se à sombra...

Quando só procurar estradas planas...

Quando sentir medo da correnteza...

Quando arriar as velas porque o vento é contrário...

Quando mudar de rumo, porque alguém vai em outra direção...

Quando os dias ficarem intermináveis...

Quando não esperar mais pela felicidade...

Quando deixar de viver hoje como se não houvesse amanhã...

Quando o seu coração não souber mais sorrir...

Quando não acreditar mais no amor...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

CORDÃO UMBILICAL: BANCOS PÚBLICOS JÁ!


É fato: se tratadas com células-tronco do cordão umbilical inúmeras doenças podem ser, comprovadamente, curadas. Pais, irmãos e até avós do doador ou dos doadores dessas células podem ser beneficiados, se houver compatibilidade. Não temos, no entanto, bancos públicos de sangue de cordão umbilical. Precisamos resolver isso com urgência. É relevante. Veja abaixo a lista de doenças passíveis de tratamento com células-tronco do cordão umbilical:

- Doença de Hodgki

- Linfomas -

- Mieloma múltiplo

- Tumores sólidos

- Leucoses agudas

- Regeneração do músculo cardíaco

- Tratamento de Acidente Vascular Cerebral

- Outros Processos Degenerativos Neurológicos

- Terapia Gênica

- Terapia do Câncer

- Engenharia Vascular e Neovascularização

- Regeneração de fígado e pâncreas

- Mieloma múltiplo

- Anemias aplásticas

- Anemia falciforme

- Doenças severas congênitas do sistema imune

- Beta talassemia.

domingo, 10 de maio de 2009

A ORIGEM DO AMOR


Encontrei um blog em Portugal dedicado a descobrir a origem do amor. Entrei, mas depois de muito procurar, o blogueiro já havia fechado a casa. Deixou o seguinte texto de despedida: "Nem tudo está perdido. Este autor procurou arduamente a origem do amor, mas ela não foi aqui descoberta. Acredito que tal tarefa é universalmente impossível e que, caso alguém o consiga, o universo entrará em colapso atômico e lógico, implodindo em si próprio e desintegrando-se num nada. O amor não é apenas físico. É também física. Quântica. A tal que tudo pode explicar. A tal inatingível quando namora a filosofia. Mas o autor deste local, noutros locais, continuará à procura dessa origem mesmo sabendo o risco em que coloca o planeta. A curiosidade emocional tem o direito de ser egoísta, o planeta já tem hora de fecho marcado. Quem quiser pode ficar, mas por conta própria. Deixei a porta aberta mesmo quando sai sem olhar para trás sabendo que não regressava. Se o fiz agora, foi apenas para colocar este aviso, para que não me acusem de publicidade enganosa e para que saibam que qualquer pedido de indenização moral (que o amor pode deixar uma pessoa de rastos) deve ser encaminhado para os senhores do Google. A escrita nos blogues acabou para mim. Durou enquanto fez sentido".


sábado, 9 de maio de 2009

A MANIA DO EMAGRECIMENTO


Texto de Daniel Piza


A neurose por emagrecimento no mundo atual é diretamente proporcional à falta de tempo no dia-a-dia. Como tem poucas horas livres, exceto para a TV, a maioria das pessoas come mal e é sedentária; logo, está mais e mais vulnerável à propaganda de regimes e exercícios milagrosos - que as fazem emagrecer por alguns meses e depois voltar ao que eram ou a situação pior. Há fenômenos que ressurgem periodicamente, como agora o da corrida ("cooper", no passado), mas que são subprodutos das mesmas questões. O que menos se encontra é a tão alardeada moderação. O tom dominante é o exagero para cima ou para baixo.



O ponto é o seguinte: se você quiser emagrecer, precisa comer menos e melhor; reduzir doces, massas e gorduras, principalmente à noite. O resto é redundância midiática. Praticar esportes é para manter o peso e o condicionamento, afinal 30 minutos na esteira consomem menos que 400 calorias ou dois sucos de laranja. Esse papo de que caminhar uma hora por dia emagrece é bobagem, assim como essas dietas que suprimem um grupo de alimentos (a carne vermelha é sempre o diabo da lista, embora tenha proteínas dificilmente substituíveis), para não falar de regimes "da lua" e outros semi-esoterismos. Capas e capas de revistas anunciam "segredos" numa área em que eles não existem. Mas, tal como o silicone e a fast-food, seu apelo está em iludir o público com efeitos fáceis.


Já virar maratonista amador depois de certa idade, lamento, não vai lhe garantir vida mais longeva. Muito menos pele bonita. Se esse for o estilo de vida que deseja, parabéns e boa sorte. Mas não venha dizer que é uma espécie de existência ideal, como se passar duas ou três horas do dia se exercitando fosse uma prerrogativa de perfeição moral ou visual, não um vício narcisista em muitos casos (que poderiam ser batizados de "serotoninômanos"). Não dá para querer que todo mundo seja atleta. Três dias de atividade física por semana são mais que suficientes para um cidadão empregado que tenha filhos, vida social e cultural, etc. E ajudam a emagrecer, mas bem menos que a redução calórica.


A mania do emagrecimento é sintoma de uma sociedade que cada vez mais convive com a obesidade por mistura de fatores alimentares e genéticos. Olhar feio para pessoas que estão 5 kg acima do peso, como se fosse motivo de discriminação, é, para dizer o mínimo, irrealista. Não é preciso ter, sei lá, 10% de taxa de gordura para ter saúde, auto-estima ou beleza, itens que dependem de muitos fatores além da vontade e do dinheiro. Mas a boa forma física pode ter alguma chance quando não é exaltada como fonte de juventude eterna".

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O QUE APRENDI NESTA VIDA


Oprah Winfrey entrevistou Maya Angelou agora em abril quando a grande poeta norte-americana estava completando 70 anos. Ela disse a Oprah que está "animada" ante a velhice que chega. Maya Angelou é talvez a figura mais vibrante da poesia contemporânea nos Estados Unidos. Nascida Marguerite Johnson em 1928, ela se afirmou como atriz, cantora e dançarina nos anos 50, já usando o pseudônimo Maya Angelou. Nos anos 60, começou a escrever suas próprios peças teatrais e, na década seguinte, publicou livros de poesia e recebeu uma indicação para o Pulitzer. Nos anos 80, publicou série autobiográfica que atingiu consagração quase instantânea, colocando-a na lista de best-sellers por vários meses, um feito até então inédito para uma mulher negra. Na entrevista a Opran, Maya Angelou admitiu que o corpo muda muito com a velhice. Disse que seu seio esquerdo esta competindo com o seio direito para ver quem chega primeiro à cintura. A platéia riu bastante. Depois, Maya Angelou falou com poesia sobre o que aprendeu até aqui nesta vida. Leia abaixo, vale a pena:


Aprendi que aconteça o que acontecer, pode até parecer ruim hoje, mas a vida continua e amanhã melhora.


Aprendi que dá para descobrir muita coisa a respeito de uma pessoa observando-se como ela lida com três coisas: dia de chuva, bagagem perdida e luzes de árvore de Natal emboladas.


Aprendi que, independentemente da relação que você tenha com seus pais, vai ter saudade deles quando se forem.


Aprendi que ganhar a vida não é o mesmo que ter uma vida.


Aprendi que a vida às vezes nos oferece uma segunda oportunidade.


Aprendi que a gente não deve viver tentando agarrar tudo pela vida afora; tem que saber abrir mão de algumas coisas.


Aprendi que quando decido alguma coisa com o coração, em geral vem a ser a decisão correta.


Aprendi que mesmo quando tenho dores, não tenho que ser um saco.


Aprendi que todo dia a gente deve estender a mão e tocar alguém. As pessoas adoram um abraço apertado, ou mesmo um simples tapinha nas costas.


Aprendi que ainda tenho muito o que aprender.


Aprendi que as pessoas esquecem o que você diz, esquecem o que você faz, mas não esquecem como você faz com que se sintam.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

MINHA LÍNGUA É MINHA PÁTRIA


O bom e velho português: atacado por anglicismos e gerundismos

Na televisão, um comercial com a voz de Antonio Fagundes nos ensina a levar uma vida mais ousada. O ator nos apresenta a expressão “Go” — o equivalente ao nosso “Vá” — como um passaporte para acabar com a mesmice de nossos dias. A preocupação com o vocábulo-novidade acaba desviando do principal objetivo: a fixação do nome do anunciante que pagou regiamente por aqueles 30 segundos de exposição.


A peça publicitária é um tiro na água: o espectador esquece o nome do produto e se pergunta por que nossa palavrinha de duas letras não é suficiente para “ir” aonde quiser. A pronúncia de “go” gera outra confusão, uma vez que Fagundes não narra uma partida de futebol nem faz o comercial de uma empresa aérea.

É a velha mania — não se sabe se imposta, espontânea ou de caráter adquirido — de usar palavras estrangeiras em vez do rico e vasto idioma trazido por Cabral. Se o amigo leitor está preocupado com sua “performance”, o problema pode ser resolvido no Boston Medical Group.


É só ligar para o “call center” e marcar um “check-up”. Se for mulher, basta uma ida ao Shopping Center, aproveitar as ofertas de uma “sale”, que é como chamam uma liquidação. Senão, um “personal trainer” ou mesmo um “personal stylist” podem ajudar no “upgrade”.

Professor que é uma referência quando o assunto é língua portuguesa - e também jurado do quadro “Soletrando”, do programa “Caldeirão do Huck”, Sérgio Nogueira acha que o uso de palavras estrangeiras é normal nas línguas vivas. “Chamamos a isso de empréstimo vocabular. Assim sendo, usarmos quimono (do japonês), chope (do alemão), estrogonofe (do russo), espaguete (do italiano), detalhe (do francês) ou futebol (do inglês) é perfeitamente aceitável.


Não há dúvida de que os brasileiros adoram os estrangeirismos, principalmente os de origem inglesa: ‘designer’ é muito mais que um decorador; ‘know-how’ vale bem mais que o conhecimento; ‘coffee break’ é muito melhor que um simples intervalo para o café”, brinca.


Para o consultor de idiomas Eduardo Tetera, é possível que as pessoas achem mais “fashion” falar em inglês porque dá mais credibilidade. “É inerente a um povo cuja identidade cultural tem sido abafada por muitos anos. Tem mais crédito o idioma dominante no comércio mundial, ou é mais ‘chique’ se comunicar na língua do país que pode ditar normas de comportamento”, destaca.


Enfático e quase colérico defensor da língua, o gramático português Cândido de Figueiredo (1846-1925) era radicalmente contra as influências estrangeiras no idioma, fato que ficou patente em sua obra, intitulada “Estrangeirismos”.


Há dez anos, tramita no Congresso Nacional projeto de lei do deputado federal Aldo Rebelo que dispõe sobre a promoção, proteção, defesa e o uso da língua portuguesa. O objetivo é evitar o bombardeio de expressões estrangeiras. Mas parece que o projeto deu um “pit stop”.


Sérgio Nogueira também é defensor da língua portuguesa e acha que chegamos ao limite: “Os anglicismos se tornam chatos e inúteis. O problema não é o uso, e sim o abuso. Para que “printar” se posso imprimir? Por que “startar” se posso começar?”, sugere.

A mania fácil de falar difícil

Outra coisa que incomoda Sérgio Nogueira é o gerundismo - muito usado nos serviços de “telemarketing”. “O pior não é fato de ele vir ou não do inglês (de um tempo de verbo que não existe em português). O problema é a falta de objetividade e a sensação de ‘enrolação’, de falta de comprometimento.


Quando alguém me diz que ‘vai estar resolvendo’ o problema, creio que seja uma forma educada de me dizer que ‘não tem jeito’. Perceba como a forma mais simples é mais incisiva: ‘Resolveremos o problema’. Nesse caso, o falante assumiu um compromisso, o que não ocorre com o gerundismo”. O professor aponta outras manias: “Outro incômodo são os modismos, tipo “a nível de”, “eu enquanto diretor”, “focado”, “fazer colocações”.


Sérgio Nogueira combate ainda a adoção de palavras de uso restrito, como fazem os advogados (com a devida vênia), jornalistas (pressionados pelo deadline) e policiais (quando os meliantes logram êxito): “Isso sempre representou a busca da superioridade intelectual. Há algumas categorias profissionais que não abrem mão desse hábito.


É uma forma de reter o conhecimento e de valorizar o profissional. A eficácia da comunicação fica num segundo plano. Eduardo Tetera arremata, denunciando os segmentos da moda, das artes e economia: “Em tempos de crise financeira, termos como “subprime”, “leasing” e “spread” são mais sonoros. No dia-a-dia é também comum ouvir pronúncias como “over” e “hi-tech”, comenta.

É comum em palestras ou seminários alguém “passar a palavra” ao invés de dizer “vamos ouvir” fulano de tal. As pessoas não “dão” entrevistas, “concedem”. Um novo verbo que causa grande efeito e pode até arrancar aplausos é o inacreditável “oportunizar” - que não significa rigorosamente nada e nem está no dicionário. Mas dá o maior “feedback” quando dito de forma enfática.

Em tempo: momentos antes de ser enviada para o editor, a primeira versão deste texto foi apagada pelo “Word”. Este é um “remake”.


Escrito por: Cláudio Carneiro

quarta-feira, 6 de maio de 2009

MARIO QUINTANA; "VINDE, CORVOS !"


Versos de Mario Quintana:

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1. “Ai de mim/Ai de ti, ó velho mar profundo/Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios”.


2. “A vida é um incêndio/nela dançamos, salamandras mágicas/Que importa restarem cinzas/se a chama foi bela e alta?/Em meio aos torós que desabam/cantemos a canção das chamas!/Cantemos a canção da vida/na própria luz consumida...”


3. “Um poema é como um gole d’água bebido no escuro/Como um pobre animal palpitando ferido/Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na floresta noturna/Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa condição de poema/Triste/Solitário/Único/Ferido de mortal beleza”


4. “Da primeira vez em que me assassinaram/perdi um jeito de sorrir que eu tinha/Depois, de cada vez que me mataram, foram levando qualquer coisa minha...”


5. “Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!/Ah! Desta mão, avaramente adunca,/Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!
6. “Proletário é um sujeito explorado financeiramente pelos patrões e literariamente pelos poetas engajados".

O escritor Erico Verissimo dizia que “Quintana é um anjo que se disfarçou de homem”. O senhor tem algum reparo a fazer à observação?


QUINTANA: "Tenho. Sempre desejei ser exatamente o contrário: uma espécie de diabo".


O senhor diz que, ao escrever, “pergunta mais do que responde”. Qual a grande pergunta que o senhor não conseguiu ver respondida até hoje, aos oitenta e dois anos?


QUINTANA: "O essencial é a gente fazer perguntas. As respostas pouco importam.."


O senhor já declarou que "o proletário é um sujeito explorado financeiramente pelos patrões e literariamente pelos poetas engajados". Em algum momento, o senhor acreditou que a poesia poderia mudar o mundo ?


QUINTANA: "Para mudar o mundo, caberia ao poeta candidatar-se a vereador,a deputado ou a outro cargo assim- e não fazer poemas que as classes necessitadas não têm tempo de ler. Ou não sabem ler.É verdade que Castro Alves influiu na abolição da escravatura. Mas acontece que Castro Alves era genial. Já nós temos apenas algum talento....


"O senhor é autor de uma sugestão original: a nação lucraria se pudesse escolher livremente os ministros - e não apenas o presidente. De onde nasceu essa constatação?


QUINTANA: "Não me lembro de ter feito tal sugestão. Mas agora gostei! O povo poderia influir mais diretamente no Executivo - que não ficaria só com o presidente e seus amiguinhos..."


Aos oitenta e dois anos, o senhor é otimista ou pessimista diante do destino do homem neste fim de século?


QUINTANA: "Sou otimista. Há mais liberdade de expressão e mais comunicação. Não há, como nos meus tempos de menino, aquela proibitiva divisão entre as faixas etárias"


"O poema “No Meio do Caminho”, escrito por Carlos Drummond de Andrade no final dos anos vinte, foi ridicularizado e bastante criticado quando surgiu. O senhor, no entanto, incluiu o poema entre os que gostaria de ter escrito. De que maneira o senhor reagiria às críticas que foram feitas ao poema?


QUINTANA: "Quando alguém pergunta a um autor o que é que ele quis dizer, um dos dois é burro...



terça-feira, 5 de maio de 2009

COMO FAZER SITE DE NOTÍCIA




Dez lições para os sites de notícia atenderem ao público jovem:
1
Não o sobrecarregue com informações desnecessárias: reduza o volume de notícias oferecidas.
2
Crie uma home-page capaz de seduzir o visitante, contendo uma visão geral do que importa.
3
Estimule-o a continuar no site com elementos visuais (fotos, gráficos, títulos e chamadas descritivas).
4
Eles não tem tempo a perder: apenas uma sentença é suficiente para apresentar as notícias na home-page
5
Jovens são visuais: para chamar a atenção deles ao que interessa na home, prefira chamadas com fotos.
6
As manchetes mais importantes da home ocupam mais espaço, ficam no alto da página e usam tipos grandes.
7
Mantenha a simplicidade: cuidado com rolagem e links exagerados nas páginas.
8
Ofereça informações suplementares, capazes de explicar as atualizações informativas.
9
Em páginas muito extensas, quebre as informações em diversos boxes menores, mais claros.
10
Quanto mais informação na página, menos interessante ela fica: elimine elementos visuais supérfluos.



Fonte: NAA Foundation

segunda-feira, 4 de maio de 2009

DORMIR TARDE É MELHOR...


Quem dorme tarde leva a melhor
A premissa de que acordar cedo é benéfico para saúde e prosperidade acaba de ser, cientificamente, questionada. Indivíduos que acordam cedo e os que dormem tarde tem desempenhos comparáveis durante a manhã. No entanto, quem dorme tarde é mais alerta e atentivo ao fim do dia. A informação é resultado de um estudo feito por pesquisadores franceses, belgas e suíços, publicado na ultima edição da revista Science.

Nos seres humanos a alternância entre o estado alerta e sono é regulado por dois mecanismos. O ritmo circadiano, período de aproximadamente 24 horas sobre o qual se baseia todo o ciclo biológico do corpo, influenciado pela luz solar, aumenta os sinais de vigilância durante o dia e a diminui no início da noite. O segundo mecanismo, chamado homeostático, funciona como uma ampulheta. A pressão do sono, medido pela densidade das ondas lentas de um encefalograma, aumenta com o tempo passado acordado e diminui durante o sono. Durante o dia, a oposição entre estes dois reguladores permite manter o indivíduo acordado.

Os pesquisadores da Universidade de Liége submeteram 30 jovens sem problemas de saúde a testes de concentração. Entre os participantes metade acordava cedo e o restante do grupo dormia tarde, em media, pela diferença de quatro horas. Os exames foram feitos uma hora e trinta minutos após o despertar e 10 e trinta minutos depois de os jovens estarem acordados. A atividade cerebral de cada um foi registrada por ressonância magnética.

“Nós pensávamos que os indivíduos propensos a acordar cedo teriam melhor desempenho durante a manhã e vice-versa. Contudo, depois de uma hora e meia depois despertados, não houve diferença entre os dois grupos.” explica, Philippe Peigneux, professor da Universidade Livre de Bruxelas. E completa: “Em contrapartida, no fim do dia, o grupo que acorda tarde melhorou sua capacidade de concentração.”

Conclusão do estudo: os indivíduos matinais sofrem mais que os notívagos do impacto da pressão do sonho acumulada durante o dia, o mecanismo que impede a melhor expressão dos sinais de alerta.

Fonte:http://veja.abril.com.br/colunista/de-paris/ - Blog de Antonio Ribeiro

domingo, 3 de maio de 2009

RIR, O MELHOR REMÉDIO


CASAMENTO

O primeiro ano é o mais difícil. Os restantes são impossíveis. (Isidoro Loi)

Não te cases por dinheiro, podes conseguir um empréstimo mais barato. (provérbio escocês)

Quando um casal de recém-casados sorri, toda gente sabe porquê. Quando um casal com mais de dez anos de casados sorri, toda gente pergunta porquê. (anônimo)

O amor é cego, mas o matrimónio devolve a visão. (provérbio normando)

Quando um homem abre a porta do carro à sua esposa, podes ter a certeza de que ou o carro ou a esposa são novos. (anônimo)

Casar pela segunda vez é o triunfo da esperança sobre a experiência. (Samuel Johnson)

Na Antiguidade, os sacrifícios faziam-se no altar. Atualmente, esse costume ainda perdura. (Helen Rowland)

Estou apaixonado pela mesma mulher há 40 anos. Se a minha esposa descobrir, mata-me. (Henny Youngman)

Os solteiros deveriam pagar mais impostos; não é justo que alguns homens sejam mais felizes que outros. (Oscar Wilde)

Casar é a metade do divertimento pelo dobro do preço. (anônimo)

Queres conhecer a tua namorada? CASA! Queres conhecer tua mulher? Separa-te! (anônimo)

Casamento é como a Avenida Paulista: começa no Paraíso e termina na Consolação! (anônimo)

Não constitui problema o casamento em si. O problema é o casamento em mim! (anônimo)

Amor I
- Sabes querida, quando falas faz-me lembrar o mar...
- Ena, amor. Não sabia que te impressiono tanto.
- Não é que me impressiones. Enjoas-me.

Amor II
- Querida, vamos ter que começar a economizar.
- Tudo bem... Mas como?
- Aprende a cozinhar e manda a empregada embora.
- Está bem... Então aprende a fazer amor e podes dispensar o motorista.

Amor III
Adão e Eva passeavam pelo Paraíso. E a Eva pergunta:
- Adão, amas-me?
E o Adão, resmungando:
- E tenho outra escolha?

Amor IV
O homem pergunta à mulher:
- Querida, quando eu morrer, vais chorar muito?
- Claro, querido. Sabes que eu choro por nada.

Amor V
Na cama, o marido vira-se para a jovem esposa e pergunta:
- Querida, diz-me: Eu sou o primeiro homem da tua vida?
Ela olha para o marido e responde:
- Pode ser... A tua cara não me é estranha...

Amor VI
Um casal vinha por uma estrada do interior sem dizer uma palavra. Uma discussão anterior havia levado a uma briga, e nenhum dos dois queria dar o braço a torcer. Ao passarem por uma quinta em que havia porcos, o marido perguntou, sarcástico:
- Parentes teus?
- Sim - respondeu ela - meus cunhados.

AMENIDADES
Dois senhores, que trabalhavam preparando cadáveres para o enterro, receberam um corpo para ser preparado.
Um deles, arregala os olhos e diz, referindo-se ao tamanho do pênis do falecido :
- Você já viu um destes?
O outro responde:
- Eu tenho um igual!
Ao que o primeiro, ainda mais espantado, contra-argumenta:
- Assim, grande ?
- Não, assim, morto!...

Homem: A gente vai para a sua casa ou para a minha?
Mulher: Os dois. Você vai para a sua casa e eu vou para a minha.

Homem: Eu queria te ligar, qual é o seu telefone?
Mulher: Está na lista.
Homem: Mas eu não sei o seu nome.
Mulher: Também está na lista, na frente do telefone.

Homem: Por acaso você foi ao salão de beleza?
Mulher: Fui, dá para perceber?
Homem: Dá... para perceber que estava fechado!

Think
Os problemas da vida são como um tarado bem dotado: melhor encarar de frente, porque se você virar as costas...

Putz
Pra provar sua competência, o estudante de direito consciente tem o dever, assim que se formar, de processar a universidade em que se formou. Millôr Fernandes.

sábado, 2 de maio de 2009

A CHAVE DO SUCESSO


O sucesso consiste em não fazer inimigos. Nas relações humanas no trabalho existem apenas 3 regras: regra número 1: colegas passam, mas inimigos são para sempre. A chance de uma pessoa se lembrar de um favor que você fez a ela vai diminuindo à taxa de 20% ao ano. Cinco anos depois, o favor será esquecido. Não adianta mais cobrar. Mas a chance de alguém se lembrar de uma desfeita se mantém estável, não importa quanto tempo passe. Exemplo: se você estendeu a mão para cumprimentar alguém em 1997 e a pessoa ignorou sua mão estendida, você ainda se lembra disso em 2007.

Regra número 2: a importância de um favor diminui com o tempo, mas a importância de uma desfeita aumenta. Favor é como um investimento de curto prazo. Desfeita é como um empréstimo de longo prazo. Um dia, ele será cobrado, e com juros.

Regra número 3: um colega não é um amigo. Colega é aquela pessoa que, durante algum tempo, parece um amigo. Muitas vezes, até parece o melhor amigo. Mas isso só dura até um dos dois mudar de emprego. Amigo é aquela pessoa que liga para perguntar se você está precisando de alguma coisa. Ex-colega que parecia amigo é aquela pessoa que você liga para pedir alguma coisa, e ela manda dizer que no momento não pode atender.

Durante sua carreira, uma pessoa normal terá a impressão de que fez um milhão de amigos e apenas meia dúzia de inimigos. Estatisticamente, isso parece ótimo. mas não é. A “Lei da Perversidade Profissional” diz que, no futuro, quando você precisar de ajuda, é provável que quem mais poderá ajudá-lo é um daqueles poucos inimigos. Isto quer dizer que, profissionalmente falando, e pensando a longo prazo, o sucesso consiste, principalmente, em evitar inimigos. Porque, por uma infeliz coincidência biológica, os poucos inimigos são exatamente aqueles que tem boa memória.
Max Gehringer, colunista da revista Época.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

100 ERROS COMUNS EM PORTUGUÊS


100 Erros Mais Comuns em Português

1 - “Mal cheiro”, “mau-humorado”. Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.

2 - “Fazem” cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.

3 - “Houveram” muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.

4 - “Existe” muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.

5 - Para “mim” fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.

6 - Entre “eu” e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.

7 - “Há” dez anos “atrás”. Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.

8 - “Entrar dentro”. O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.

9 - “Venda à prazo”. Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.

10 - “Porque” você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.

11 - Vai assistir “o” jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.

12 - Preferia ir “do que” ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.

13 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.

14 - Não há regra sem “excessão”. O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente), “xuxu” (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso), “cincoenta” (cinqüenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustrado), “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo” (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impecilho” (empecilho), “envólucro” (invólucro).

15 - Quebrou “o” óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.

16 - Comprei “ele” para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.

17 - Nunca “lhe” vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.

18 - “Aluga-se” casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.

19 - “Tratam-se” de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.

20 - Chegou “em” São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.

21 - Atraso implicará “em” punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.

22 - Vive “às custas” do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não “em vias de”: Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.

23 - Todos somos “cidadões”. O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.

24 - O ingresso é “gratuíto”. A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.

25 - A última “seção” de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.

26 - Vendeu “uma” grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.

27 - “Porisso”. Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.

28 - Não viu “qualquer” risco. É nenhum, e não “qualquer”, que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.

29 - A feira “inicia” amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.

30 - Soube que os homens “feriram-se”. O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou… O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto… / Como as pessoas lhe haviam dito… / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.

31 - O peixe tem muito “espinho”. Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O “fuzil” (fusível) queimou. / Casa “germinada” (geminada), “ciclo” (círculo) vicioso, “cabeçário” (cabeçalho).

32 - Não sabiam “aonde” ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?

33 - “Obrigado”, disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: “Obrigada”, disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.

34 - O governo “interviu”. Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.

35 - Ela era “meia” louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.

36 - “Fica” você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.

37 - A questão não tem nada “haver” com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.

38 - A corrida custa 5 “real”. A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.

39 - Vou “emprestar” dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.

40 - Foi “taxado” de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.

41 - Ele foi um dos que “chegou” antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.

42 - “Cerca de 18″ pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.

43 - Ministro nega que “é” negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.

44 - Tinha “chego” atrasado. “Chego” não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.

45 - Tons “pastéis” predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.

46 - Lute pelo “meio-ambiente”. Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.

47 - Queria namorar “com” o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.

48 - O processo deu entrada “junto ao” STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não “junto ao”) Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não “junto aos”) leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não “junto ao”) banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não “junto ao”) Procon.

49 - As pessoas “esperavam-o”. Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.

50 - Vocês “fariam-lhe” um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca “imporá-se”). / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo “formado-me”).


51 - Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.

52 - Blusa “em” seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.

53 - A artista “deu à luz a” gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu “a luz a” gêmeos.

54 - Estávamos “em” quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.

55 - Sentou “na” mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.

56 - Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.

57 - O time empatou “em” 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.

58 - À medida “em” que a epidemia se espalhava… O certo é: À medida que a epidemia se espalhava… Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.

59 - Não queria que “receiassem” a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).

60 - Eles “tem” razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.

61 - A moça estava ali “há” muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)

62 - Não “se o” diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.

63 - Acordos “políticos-partidários”. Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.

64 - Fique “tranquilo”. O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.

65 - Andou por “todo” país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.

66 - “Todos” amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.

67 - Favoreceu “ao” time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.

68 - Ela “mesmo” arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.

69 - Chamei-o e “o mesmo” não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não “dos mesmos”).

70 - Vou sair “essa” noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).

71 - A temperatura chegou a 0 “graus”. Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.

72 - A promoção veio “de encontro aos” seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.

73 - Comeu frango “ao invés de” peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.

74 - Se eu “ver” você por aí… O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.

75 - Ele “intermedia” a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.

76 - Ninguém se “adequa”. Não existem as formas “adequa”, “adeqüe”, etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.

77 - Evite que a bomba “expluda”. Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale “exploda” ou “expluda”, substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas “precavejo”, “precavês”, “precavém”, “precavenho”, “precavenha”, “precaveja”, etc.

78 - Governo “reavê” confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem “reavejo”, “reavê”, etc.

79 - Disse o que “quiz”. Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.

80 - O homem “possue” muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.

81 - A tese “onde”… Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que… / A faixa em que ele canta… / Na entrevista em que…

82 - Já “foi comunicado” da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém “é comunicado” de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria “comunicou” os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.

83 - Venha “por” a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.

84 - “Inflingiu” o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não “inflingir”) significa impor: Infligiu séria punição ao réu.

85 - A modelo “pousou” o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).

86 - Espero que “viagem” hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também “comprimentar” alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).

87 - O pai “sequer” foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.

88 - Comprou uma TV “a cores”. Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV “a” preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.

89 - “Causou-me” estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não “foi iniciado” esta noite as obras).

90 - A realidade das pessoas “podem” mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não “foram punidas”).

91 - O fato passou “desapercebido”. Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.

92 - “Haja visto” seu empenho… A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.

93 - A moça “que ele gosta”. Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.

94 - É hora “dele” chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado… / Depois de esses fatos terem ocorrido…

95 - Vou “consigo”. Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não “para si”).

96 - Já “é” 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não “são”) 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.

97 - A festa começa às 8 “hrs.”. As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não “kms.”), 5 m, 10 kg.

98 - “Dado” os índices das pesquisas… A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas… / Dado o resultado… / Dadas as suas idéias…

99 - Ficou “sobre” a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.

100 - “Ao meu ver”. Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.

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