sexta-feira, 29 de junho de 2012

Férias...



Do dia 30 de junho, ou seja, de amanhã, até o dia 23 de julho, este blog vai fechar para férias. Na verdade, a partir de hoje, 29, ja estarei nos preparativos em centros de estética fazendo aplicações de laser para remover os pelos da pele. Sempre tive medo desses procedimentos, ficava pensando Deus do Céu onde esses pelos vão aparecer depois de expulsos das canelas e do sovaco? Aí me explicaram que eles perdem a força e o vigor durante algum tempo e, depoi,s voltam, mais fracos, aos mesmos lugares de origem. Então, aceitei de boa fé a tal depilação a laser. Vamos ver no que dá.

Vou viajar para uma cidade que tem praia, sol e um hotel que não custa os olhos da cara. Estou animada, sempre achei a palavra férias meio mágica. É um período onde não penso em coisa nenhuma. Fico só curtindo a beleza do pôr-do-sol, o azul do mar e vento quentinho que sopra. Não é o máximo?

Estarei de volta, a contragosto, em meados de Agosto. Até lá, não vou escrever uma só linha. Primeiro, porque vou sentir preguiça e escrever sempre me lembra trabalho. Depois, por razão meio pessoal: quando o meu mundo está feliz não consigo escrever nada. Para sair alguma coisa, preciso estar me sentindo um pouco corrosiva. Em caso de felicidade extrema, como acontece nas férias, trabalhar não tem a menor graça...

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Liberdade de expressão é...



O jornalismo não está acima da critica, tal como não estão aqueles que o criticam. Acredito, sinceramente, que esta é um maneira de definir liberdade de expressão.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Dois pesos e duas medidas


Há quem goste de ser enganado. Eu não faço muita questão. A verdade é que, na maioria absoluta das ocasiões, temos dois pesos e duas medidas para analisar os fatos. Sim, nossa tendência é tratar quase todos os assuntos como política partidária e como futebol. Assim, prevalece o clubismo, a parcialidade e a dualidade de critérios emocionais que caracterizam as avaliações que levam mais em conta os aspectos pessoais que os argumentos racionais de reflexo social.

Este esquema de debate de ideias, que não deixa espaço ao contraditório, domina quase todas as grandes discussões no país. É muito ruim debater com quem ataca quando o adversário emocional está em causa e que, quando se trata do aliado, o defende com argumentos contrários, relativizando as circunstâncias. No entanto, é assim que as pedras rolam. E não há sinais de mudança na linha do horizonte.

Acontece com tudo. Agora mesmo, vai começar o julgamento do mensalão e vamos ver o país dividido com o assunto sendo examinado à luz das proximidades emocionais e corporativas. Dessa forma, o que podemos esperar? Mais do mesmo, ou seja, mais um espetáculo sectário. Aqui no meu canto, torço para que nenhum dos dois lados esqueça a máxima de Voltaire: "É melhor correr o risco de salvar um culpado do que condenar um inocente".

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Frases eternas



"O amor! Fogo durante um ano, cinzas durante trinta...

"D. Fabrizio, Príncipe de Salina/Burt Lancaster em O Leopardo,


filme de Luchino Visconti (1963)

sábado, 23 de junho de 2012

Todo o mundo pode se sentir assim...



"Estou cansado, é claro,

Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.

De que estou cansado, não sei:

De nada me serviria sabê-lo,

Pois o cansaço fica na mesma.

A ferida dói como dói

E não em função da causa que a produziu.

Sim, estou cansado,

E um pouco sorridente

De o cansaço ser só isto —

Uma vontade de sono no corpo,

Um desejo de não pensar na alma,

E por cima de tudo uma transparência lúcida

Do entendimento retrospectivo...

E a luxúria única de não ter já esperanças?

Sou inteligente: eis tudo.

Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,

E há um certo prazer até no cansaço que isto me dá,

Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa".

24-6-1935 Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Não quero rosas...



"Não quero rosas,
desde que haja rosas.
Quero-as só quando não as possa haver.
Que hei-de fazer das coisas
que qualquer mão pode colher?
Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro e azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir.
Para quê?...Se o soubesse,
não faria versos para dizer
que inda o não sei.
Tenho a alma pobre e fria...
Ah, com que esmola a aquecerei?"...

Fernando Pessoa, 7-1-1935

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Não gosto de pessoas, só das que não consigo deixar de amar...



Estou há muitos dias fora e senti falta. Não porque tivesse muita coisa a dizer sobre coisa nenhuma, mas porque tenho muitas pequenas coisas e dizer sobre tudo, porque as mulheres são mesmo assim, analíticas e opinativas ou, como dizem os meninos, simplesmente incapazes de deixar passar uma oportunidade de se manifestar.

Este não é um blog político, não é um blog poético, não é um blog artístico, não é um blog cultural, nem um blog de discussão... Aliás, quando um amigo me perguntou certa vez o que eu queria discutir no meu blog, a resposta foi rápida: "coisa nenhuma!".

Na verdade não gosto de discutir e também não gosto muito das pessoas, só daquelas que não consigo deixar de amar. Então chegou a hora de dizer, finalmente, que neste blog rolam algumas (poucas) ideias, comportamentos, acontecimentos e efemérides. É com essas coisas que aqui gastarei longas horas e espaço cibernético para a exaustiva análise de futilidades e banalidades... É isso, e só isso mesmo.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Os ombros suportam o mundo


"Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração. Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil. E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se, mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação".
(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

POR QUE SÓ EU ENVELHEÇO?



Há alguns anos, eu era apenas um ano mais velha do que a Christiane Torloni.Lembro que ela foi a primeira “Helena” de Manoel Carlos em 1981 e foi aí que soube, com segurança, sua data de nascimento. Agora, em 2012, li numa revista, dessas que nos oferecem nos cabeleireiros, que já sou 6 anos mais velha do que ela. O que está acontecendo? Como não envelheço mais depressa do que ninguém, acho que preciso de ajuda. Cadê os promotores? Cadê o Ministério Público? Quem vai estabelecer que nenhuma celebridade poderá ser jovem para sempre?

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Tecendo a manhã...



"Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro;
de um outro galo que apanhe o grito
que um galo antes e o lance a outro;
e de outros galos que com muitos
outros galos se cruzem os fios de sol
de seus gritos de galo,
para que a manhã,desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos,
no toldo (a manhã) que plana livre de armação.
A manhã toldo de um tecido tão aéreo que,
tecido, se eleva por si: luz balão".
João Cabral de Melo Neto

domingo, 10 de junho de 2012

"Velho" que não adivinha...



Quase todo o mundo conhece o ditado: está tudo errado quando um jovem não perde o juízo e um velho não adivinha. Sim, os mais velhos, mesmo quando não são políticos habilidosos, tem certa obrigação social: “adivinhar”, “antecipar” ou “atinar” sobre os fatos e as medidas antes mesmo dos acontecimentos. O dom da “antecipação” ou da "adivinhação" concede algum espaço aos mais velhos e talvez seja uma das pouquíssimas vantagens do envelhecimento.

sábado, 9 de junho de 2012

Lição de S. Bernardo: "beber a água do seu poço".



«Ainda que conhecesses todos os mistérios, toda a vastidão da terra, toda a altura do céu e a profundidade do mar, se te ignorasses a ti mesmo, serias como aquele que constrói sem alicerces e prepara não um edifício, mas uma ruína. Tudo o que construíres a teu lado não será senão um monte de poeira que o vento dispersa. (...). O sábio será sábio em relação a si e será o primeiro a beber a água do seu poço.»

sexta-feira, 8 de junho de 2012

PADRE ANTÓNIO VIEIRA: DESEJAR SER



"A mais poderosa inclinação e o mais poderoso apetite do homem é desejar ser... Uns desejam ser ricos, outros desejam ser nobres, outros desejam ser sábios, outros desejam ser poderosos, outros desejam ser conhecidos e afamados, e quase todos desejam tudo isto, e todos erram. Só uma coisa devem os homens desejar ser, que é ser santos... Sede rei, sede imperador, sede papa: se não sois santo, não sois nada. Pelo contrário, ainda que sejais a mais vil e mais desprezada criatura do mundo, se sois santo, sois tudo o que pode chegar a ser o maior e mais bem afortunado homem, porque sois como aquele que só é e só tem ser, que é Deus. Todo o outro ser, por maior que pareça, não é, porque vem a parar em não ser. Só o ser santo é o verdadeiro ser, porque é o que só é, e o que há de permanecer por toda a eternidade."

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Tempo, tempo, tempo...


Tenho muita alegria de dizer que jamais deixarei de ser fiel à única coisa que nunca acaba: o tempo. Nada nos pertence, só o tempo é mesmo nosso.A natureza concedeu-nos a posse desta coisa transitória e evanescente da qual quem quer que seja nos pode expulsar. É tão grande a insensatez dos homens que ninguém se julga na obrigação de justificar o tempo que recebeu, apesar de este ser o único bem que, por maior que seja a nossa gratidão, nunca podemos restituir. Por essa razão, publico a bela poesias que João Cabral de Melo Neto dedicou ao tempo.

A mão daquele martelo nunca muda de compasso.
Mas tão igual sem fadiga, mal deve ser de operário;
ela é por demais precisa para não ser mão de máquina,
a máquina independente de operação operária.
De máquina, mas movida por uma força qualquer
que a move passando nela, regular, sem decrescer:
quem sabe se algum monjolo ou antiga roda de água,
que vai rodando, passiva, graçar a um fluido que a passa;
que fluido é ninguém vê: da água não mostra os senões:
além de igual, é contínuo,sem marés, sem estações.
E porque tampouco cabe, por isso, pensar que é o vento,
há de ser um outro fluido que a move: quem sabe, o tempo.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A palavra crise está aí novamente



A palavra crise está aí novamente e nessas circunstâncias duas coisas acontecem: 1) uns se desfazem a chorar 2) outros há que decidem vender lenços. Por causa disso dizem que crise também pode ser oportunidade. Oportunidade para quê? Para ver gente vulnerável penando mais um pouco, uma vez que a crise bate com força em que é mais fracos? A verdade é que não é fácil superar uma crise em tempo algum. Quando a gente tem a sorte de escolher uma profissão em um setor que está em crescimento é mais fácil sobreviver aos solavancos da economia fazendo as coisas de sempre. Vale dizer: se esforçando para seguir em frente de forma honesta e honrada. E sendo trabalhadora, sem ser escrava dos outros. Em resumo: procurando ser leal e confiável. Ao lado disso, o que me restou, e creio que é o que resta a quase todos, é a luta diária para que não nos fuja a capacidade de trabalhar todos os dias.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Dia do Meio Ambiente


Hoje é Dia do Meio Ambiente. Defendo a preservação ambiental sem radicalismos por meio de medidas efetivas para incentivar o respeito pela vida na Terra e para dar um basta em tanta poluição do ar, do solo e da água. Hoje e sempre. Mas, com todo o respeito, quero dizer que Greenpeace e World Wildlife Fund, entre outros, são grupos de lobby. Ok, tudo bem, estão fazendo seu trabalho, mas não devemos confiar que são anjos da natureza falando a verdade o tempo todo.

Na verdade, eles têm objetivos políticos definidos e um deles é nos convencer a aplicar dinheiro em grupos que defendem o meio ambiente. Dito isso, vamos adiante. Não é verdade, por exemplo, que só ambientalistas cuidem das gerações futuras. Médicos podem também advogar o direito de dizer isso, assim como todos os demais profissionais do mercado.

Ambientalistas são bons em marketing e trabalham em organizações que lidam muito bem com o poder de pautar a agenda. Tanto que só apresentam dados que beneficiam suas causas. Claro que quem se vê na contingência de lidar com eles, e a contestá-los, aprende depressa a tratá-los com cetismo. Afinal, eles são o que são.

Sei que muitos ambientalistas acreditam sinceramente na luta pela preservação do planeta mas sei, igualmente, que existem grupos que vivem às custas da ecologia e que só costumam divulgar dados que apóiam suas causas. Seu interesse é chamar a atenção para suas agendas.

Não posso deixar de dizer que muita gente explora a terra destruindo tudo à sua volta sob o falso argumento de que isso é desenvolvimento. Não é desenvolvimento coisa nenhuma. Pode até ter sido considerado progresso no século passado, mas hoje não. Hoje, desenvolver é produzir e, ao mesmo tempo, preservar.

O mundo não está acabando, as mudanças climáticas não são produzidas apenas pelo homem e devemos buscar mais informações para discutir meio ambiente com seriedade e sensatez. É o que eu penso. A democracia funciona melhor com mais informação. Meio ambiente sim, mas sem extremismos, por favor.

sábado, 2 de junho de 2012