terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O que é a morte?



Em "Guerra e Paz", de Leon Tolstoi, a certa altura o príncipe André é ferido e sabe que vai morrer. Ele então pergunta: "O que é a morte"? Olha em volta e encontra uma porta. Diz: "Ah, é uma porta". Acho a definição uma das mais inspiradas da história da literatura. A morte pode mesmo ser vista como a porta que nos leva de volta ao mundo de sombras de onde saímos.     

A cama de ferro de Procustes



Você já ouviu falar da cama de ferro de Procustes? Trata-se do mito grego sobre a igualdade entre as pessoas. Diz o seguinte: numa cama de ferro, Procustes investigava a desigualdade entre os cidadãos de Atenas. Os mais altos eram decepados e os mais baixos esticados. Em seguida, o investigador dirigia-se ao Areópago e afirmava, convicto, que os atenienses eram iguais.

Certamente os atenienses não eram iguais e tudo naquela experiência estava errado, a começar pelo instrumento de medição, em absoluto inapropriado para comparar as diferenças. Na verdade, o que Procustes procurava era fazer com que suas vítimas tivessem à força, e arbitrariamente, uma mesma altura aproximada. Só este dado, contudo, não faz com que ninguém possa ser igual a ninguém.

O curioso é que alguns defensores da igualdade agem assim, de forma meio cega, tentando comparar realidades individuais que não são comparáveis e medindo o que não se deve mensurar. Não é certo. Acredito que faz mais sentido defender oportunidades iguais para todos. Isso sim.

Se as oportunidades forem iguais, a sociedade estará agindo de forma justa, ainda que os resultados possam ser diferentes. Aliás, os resultados seguramente serão diferentes, uma vez que dependem do esforço, do empenho e das circusntâncias de cada um. Afinal, somos semelhantes, mas não somos iguais.

As leis de hoje lidam com o tema de forma acertada, buscando mais a extinção de privilégios do que a garantia da igualdade inexistente. Dessa forma, do ponto de vista jurídico-político, a igualdade é o “princípio segundo o qual todos os homens são submetidos à lei e gozam dos mesmos direitos e obrigações”. 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Minha filha faz 29 anos...



Hoje, 28 de janeiro, é o dia do aniversário da minha filha Júlia, amor da minha vida. Falar de amor não é banalidade. Quando a gente viveu mais da metade da vida consegue enxergar a verdade: uma pessoa que também é amor pertence, simbolicamente, a uma estirpe especial de seres humanos. A palavra amor é constelação onde poucas estrelas cabem.

Júlia tem muitas luzes. Um dia escolheu um namorado e nos trouxe Darlan, um príncipe, como ela o chama. Ganhamos um genro querido e de coração doce. Há dois anos, nasceu Giovana, a bebezinha deles. É uma neta linda e alegre, um presente de Deus para todos nós aqui na terra.

Minha filha é uma mãe atenta e dedicada. Ao vê-la cuidar da filha, fico me lembrando que outro dia mesmo ela era um bebê. Aliás, lembro quando ela era pequena e quando era jovenzinha, fazendo a primeira comunhão.

Amor de mãe é repleto de alegria e de apreensão. Filho nos deixa vulneráveis diante da fragilidade da vida. A gente tem medo no passado, no futuro e no presente. Não há outro amor assim. É de tirar o fôlego, deixar o coração na mão.

Tempo de mãe corre de forma diferente do relógio. A gente consegue congelar as imagens e revivê-las com nitidez. Na minha memória, revejo quase todos os dias minha filha Júlia com seus lindos vestidos de renda branca e sua cabeça sempre coberta de cachos molhados.

Minha filha encheu minha vida de boas lembranças. Reconheço essa grandeza com muita saudade do passado, muita alegria no presente e muitas esperanças no futuro.

Então é isso, Parabéns minha filha! Hoje, eu brindo à tua vida, da qual me orgulho muito. Eu e seu pai somos muito felizes porque temos uma filha como você. Você é a filha dos nossos sonhos!.

Parabéns Júlia!!!

domingo, 27 de janeiro de 2013

Dias e noites...


Tem dias que deviam ser noites.
O sono é uma forma de buscar o esquecimento.



Vamos colorir o sofá branco da vovó?



Troquei meu apartamento grande por um menor para tentar fazer uma coisa necessária nesta fase da vida: desentralhar. Aprendi este novo verbo delicioso há pouco tempo. Adorei a idéia de me livrar de inúmeras tralhas que vinha juntando ao longo da vida.

Entrei no apartamento novo bem mais leve e resolvi mudar tudo. Arrastei móveis, repensei espaços, imaginei novos objetos e novos ambientes. Fiz quase tudo que tinha circular em busca de continuar em frente com uma lufada de ar fresco. E contratei um aequiteto moderno e diferente de todos que conheço.

O resultado é que estou realmente edificando uma casa nova. A mesa da sala é oval, sem cabeceira, o que não deixa de ser estranho. Beto sentiu um pouco, mas vai acostumando. O "aparador" que fica logo na entrada da primeira sala é vermelho e a mesinha de centro, que fica mais adiante um pouco, é azul royal. Como a mesa oval é branca, a combinação azul e vermelho não seria “estilo arara”? Não, pelo menos ninguém pensou nisso ainda, tanto que até minha Júlia,  a mais crítica da família, acabou aceitando as novas opções que ando fazendo.

Agora que cortinas, tapetes e tecidos foram escolhidos e adquiridos, restam poucas coisas para comprar. Entre essas coisas está o sofá da sala de tevê. O arquiteto indicou uma peça toda branca. Imaculadamente branca. É bonito? É, pena que não combine com a idade da minha neta Giovana. Aos 2 anos, certamente, ela vai testar as cores de suas canetinhas ali, naquele móvel que lembra tanto uma folha de caderno novo. Além do mais, coisa mais sem graça um sofá branco, que tal encher a vida da vovó de cores vibrantes, não é? 

Escrevi isso tudo para contar, a quem faz a gentileza de me ler, o seguinte: depois de entrar em dívidas para mudar a decoração do apartamento só entrei realmente em dúvida quando a neta estava no páreo. Como diz um amigo, netos realmente mandam no pedaço. Para não criar desconforto à neta, vou pedir ao arquiteto que troque, por favor, a cor de sofá.  


O Amor nunca falha


“O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha”.



in Primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios, capitulo 13

A palavra é “amigo”


Não há, no mundo, coisa mais preciosa que um amigo.Tenho amigos de várias correntes políticas e me orgulho de todos, sem cobrar que pensem como eu e sem questionar seus atos e decisões.

Agora mesmo, creio que seria mais confortável ser silenciosa a respeito do meu amigo José Genoíno. Meu caráter, porém, me impede de calar por conveniência. Discordo de Genoíno em muitos pontos de vista, mas somos amigos há muitos anos.

Conheci Miruna e Ronan, filhos de Genoíno, ainda pequenininhos. A mães deles, Rioko, certa vez veio a Brasília e me convidou para visitá-los na casa onde sempre moraram. Estive lá também quando Genoíno fez 50 anos e comemorou em um bar bacana no coração de São Paulo. Festa bonita com Maranhão tocando um violão inacreditável de tão bom e Benevides (onde será que anda este danado?) contando boas histórias da juventude de Genoíno. Tempos que não voltam mais...

Ano passado, quando o julgamento do mensalão ia começar fui ver Genoíno, Rioko e os meninos na casa de sempre em São Paulo. Todos me pareceram ansiosos com os fatos, mas firmes no amor por Genoíno. Os dois netos lindos, filhos de Miruna,  estavam no colo do avô e da avó em inúmeras fotos pela casa. Bela família tem Genoíno, homem de sorte este meu amigo de tantos anos.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Cora, Obama, Corra...




Sei muito menos da história recente do mundo do que gostaria, mas, acho que os segundos mandatos dos presidentes de países democráticos duram pouco. Obama assumiu para mais quatro anos? Nada. Ele terá, no máximo, mais dois anos e meio, antes de perder espaço para o candidato (com chances reais) à sua sucessão. Esta é a (boa) realidade dos países que respeitam a rotatividade democrática.

Embora Obama tenha construído uma coalizão vitoriosa com as minorias (gays, negros, mulheres, ecologistas e latinos) o sucesso do seu segundo mandato depende do processo de negociação com os republicanos da Câmara. Ocorre que os republicanos são contra tudo que Obama quer: controle da venda de armas, limites ambientais, melhor distribuição da riqueza e direitos iguais para homesexuais.

A agenda de Obama agora é mais ideológica e sua equipe está fechada com sua vontade. Obama é popular? Sim, sua taxa de aprovação está perto dos 53 por cento e tudo indica que ele vai se valer da popularidade, e da coalizão com as minorias, para tentar dobrar o Congresso. De que maneira? Investindo em comunicação. Seu grupo no governo é o mesmo da sua eficaz máquina de campanha. Isso quer dizer que o conceito de campanha eleitoral permanente ganhará ainda mais relevância no próximo ciclo político.

Para o resto do mundo uma boa notícia: é quase certo que o problema dos milhões de ilegais será resolvido, o que poderá constituir a sua maior vitória legislativa até 2016. Depois do desastre eleitoral republicano entre o eleitorado hispânico, o senador Marco Rubio prepara-se para apresentar um plano de reforma da imigração, sendo que há todas as condições para um acordo entre democratas e republicanos. Sobre o controle da venda de armas não é um tema que possa gerar consenso, mas, mesmo assim, Obama tentará alguma medida popular.

Por fim, uma nota sobre a situação financeira do país. Se nada for feito, Obama deixará o poder em 2016 com um aumento de mais de 100 por cento da dívida pública em relação a 2008. Vale dizer: se Obama não se entender com os republicanos, o seu legado poderá ser associado a esta dívida monumental.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A arte de fazer rir


“Fazer rir é muito complicado. Há pessoas que nascem com essa arte (de fazer rir), outras aprendem a técnica. Em ambos os casos não é fácil”, É bom lembrar esta frase do ator português João Carlos Garcia hoje, dia Mundial do Riso.

Outra frase dele sintetiza a importância da comédia: “O riso leva à compreensão do mundo, do outro e de nós”. Desmistificando a confusão que paira entre “fazer rir” e “ser palhaço”, o ator afirma que “ser palhaço é das coisas mais difíceis do mundo”. E, isto porque é necessário ter a dimensão do mundo.

“ São os nossos defeitos todos vistos à lupa. É um esboço do ser humano em que cada risco é, de fato, muito sobressaído.”

João, que pesquisou as “técnicas de palhaço” durante seis anos e que confessa“ nunca ter conseguido ser palhaço, explica que “ao fazer a personagem de palhaço o ator está a expor todos os defeitos” e que “o palhaço é o espelho da nossa sociedade”.

Neste dia Mundial do Riso nunca é demais lembrar aqueles que tudo fazem para nos fazer rir. Mesmo sabendo que é difícil fazê-lo. Afinal, “o drama é mais atual que o riso; as razões que nos levam a rir mudam muito depressa”.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Arroz Doce moderno



•  2 xícara(s) (chá) de arroz

•  2 xícaras de água quente

• 2 xícara(s) (chá) de açúcar

• 2 unidade(s) de gema de ovo

• 1 lata(s) de leite condensado

• 1 lata(s) de creme de leite

• 2 litro(s) de leite

Modo de preparo

Misturar o arroz ainda cru com as gemas. Deixar impregnar bem e aí, então, leva-se ao fogo. Primeiro, com duas xícaras de água quente em panela parcialmente tampada. Deixe secar a água e acrescente quatro xícaras de leite fervendo e a canela em pau. Vai se acrescentando o leite aos poucos. E cada vez mais quente. Deixar o leite secar e verificar se o arroz virou creme. Tem de estar totalmente cozido, sem resistência ao dente. Do segredo deste cozimento depende o sucesso da receita.  Depois, acrescenta-se o leite condensado, o creme de leite, e por último o açúcar. Se gostar, pode servir o arroz doce com canela em pó. O creme de leite é opcional. 

Dica 1: o açúcar deve ser colocado por último para que a receita dê certo.

Dica 2: se gostar menos doce, reduza a quantidade de açúcar pela metade.

Dica 3: para cozinhar melhor é bom deixar o arroz de molho na véspera em água. Depois escorra e inicie a receita.




A falta que a loucura faz...



Não tenho mais o humor fácil e mordaz da juventude que sempre fez parte da minha saudável dose de loucura. Sem isso, escrevo pouco e os textos saem fechados, em estilo deprimente, destrutivo, entrincheirado. Não gosto nem um pouco desse jeito cinzento-depressivo. Não gosto, igualmente, de textos cor-de-rosa com estilo pré-digerido e vazio. Nesse caso, prefiro o lado negro das frustrações e depressões da meia-idade. É minha nova rotina. Acabei de chegar.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Janeiro: sem praia não dá



O problema com o mês de janeiro é que metade do mundo está de férias e a outra metade, por culpa do calor, funciona a meio pau. Não há agitação em cidades sem mar e, fora do litoral, o País parece em suspenso, numa letargia absurda, para não dizer preguiça generalizada. É o mês do Macunaíma... 

Seguir em frente, sempre



Salta à vista a má qualidade do discurso político. O povo está tão desiludido como sempre esteve, mas há diferenças no comportamento dos líderes políticos. Alguns deles, que quase perderam a vida para que o Brasil voltasse a ser uma democracia, parecem insatisfeitos e inconformados com as regras do jogo.

Qual o motivo? Onde estão os partidos e a responsabilidade da representação política? Não faltam planos, propostas e projetos. Para comprovar basta consultar as milhares de páginas dos programas dos mais de 30 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há proposta para todo gosto e todas dizem querer o melhor das pessoas e do país.

É forçoso reconhecer que há muitas ideias, algumas até boas, quando a gente se dispõe, sem preconceitos, a ler os sites dos partidos, os jornais, as revistas, os blogs e a ouvir as transmissões da TV Câmara e da TV Senado. Também não falta sonho nos discursos políticos nacionais. Há muita emoção, paixão, razão e argumentação na vida pública do país.

Considero que o Brasil tem alguns dos melhores líderes políticos do mundo. Depois de trabalhar três décadas e meia em meio a políticos o que posso dizer é que existem sim muitos sonhos na nossa política e que há muitos políticos com senso de responsabilidade, preocupação com o país e sentido público. Em todas as correntes de pensamento.

O que falta então? Acredito que falte um propósito inspirador e empolgante que motive a todos. Minha geração teve vários momentos desses. A gente se enrolava na bandeira, juro que é verdade. Na campanha pelas diretas, por exemplo, e na restauração do regime civil. Até a promulgação da Constituinte deixou a todos munidos de fé e de muitas esperanças em um país melhor e mais livre. 

Posso estar enganada, mas o que me parece é que o Brasil, até pelo fato de ser um país continental, tem certa vocação para acreditar em coisas grandes, que arrebatam e mobilizam. Não somos, ou não deveríamos ser, um país de fins intermédios, interesses particulares e promessas próximas. 

A política faz mais sentido com algum ingrediente de sonho e de grandeza. Hoje, temos vida democrática plena, mas acredito que o Brasil carece de um ideal coletivo acima da normalidade e da estabilidade. Um ideal associado a um grande desígnio.

Hoje, no Brasil e no mundo, o que nos ocupa e preocupa é emprego, conforto, segurança. Talvez tenha chegado a hora de deixar de lado o pragmatismo e as conveniências para voltar a pensar em horizontes amplos.

E se isso não acontecer? Vamos seguir em frente. Afinal, o sentido da vida está na vida, não na política. O destino não está em programas, instituições, sistemas, mas em cada um de nós, na nossa família e no nosso trabalho. É por esse motivo que o Brasil salva-se sempre.