sexta-feira, 31 de julho de 2015

Hoje, 31 de julho, completamos 34 anos de casamento



"O amor é uma luz que não deixa escurecer a vida". Camilo Castelo Branco.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Dignidade




No filme "Coisas que perdemos pelo caminho" o ator Benício Del Toro diz, em determinado momento, que só podemos recuperar a dignidade onde a perdemos. É uma frase linda que pode ser aplicada ao campo da política. O Brasil precisa recuperar, com urgência, sua dignidade onde a perdeu. Na democracia. 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Qual é o seu segredo?


Acordei no meio da noite - passa das duas da manhã - sentindo uma certa urgência para dizer que  a presunção da inocência é um princípio inatacável, irrevogável e absolutamente correto. Talvez a única coisa certa diante de tanta asneira, tanta poeira, tanta coisa mal dita, tanto exagero e tanta tinta nas letras que andamos lendo. Não devemos, contudo, esquecer as verdades essenciais que justificam a presunção da inocência. Todos temos direito a defesa. E todos erramos. Declarações de absoluta inocência merecem-nos todo o respeito mas valem o que valem. Noves fora zero. Afinal, as pessoas escondem coisas. A propósito, todos podemos esconder coisas. Coisas que nos desarrumam, que nos embaraçam, que nos comprometem, que anulam virtudes, que deixam à mostra os pelos encravados, os dentes implantados. Aliás, nunca pense que se pode conhecer absolutamente uma pessoa. Ninguém pode. Como disse Machado de Assis, "ninguém sabe o que eu sou quando rumino".   

terça-feira, 14 de julho de 2015

Viver não é fácil não...

Hillary Clinton ontem e Hillary Clinton hoje

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Sempre desejei saber desenhar...


Sempre desejei saber desenhar, mas nunca pude ir além de rabiscos iguais, ou piores, aos das crianças que ainda nem frequentam escola. Tenho grande vergonha dos desenhos que faço. No decurso dos anos espantei-me com a quantidade de habilidades que não tenho e que não consigo ter: não sei nadar, não sei dirigir, não sei jogar vôlei, muito menos tênis ou golfe. Nunca me arrisquei na sinuca. Na verdade, não jogo coisa nenhuma. Fora sentar no computador para escrever, ou me calar em um canto para ler,  não consigo fazer quase nada. A forte miopia, que encobriu parcialmente meus olhos desde a infância, me fez ver de óculos, e apenas de longe, muito longe, as quadras de esportes dos colégios que frequentei. Enxergar direito? Não enxergo. Voz é moeda? Não tenho. Parei de cantar (até no chuveiro) quando percebi que sou tão desafinada que não consigo entrar em compasso no Parabéns. Sim, eu desafino no Parabéns o que, convenhamos, é um pouco humilhante e me leva a ficar de boca fechada, mesmo correndo o risco de passar por alguém que não aprendeu a letra do hino nacional. Bom, se a pessoa não canta nada, vai ver toca alguma coisa, não é? Não. No piano nunca consegui tirar o "bife". Pense no violão, na flauta, na guitarra, e comece imediatamente a abanar a cabeça em descrença. Ok, moça bonita não precisa fazer nada. Beleza é um tipo de poder, cero? Certo, certo, mas vamos passar, este assunto dói um pouco. A verdade é que faltam-me talento e habilidades. Ainda bem que sobra em mim, ainda hoje, o desejo insistente de tentar aprender aquele tipo de talento com que não se nasceu. Como escreveu Clarice Lispector lindamente: "Eu sei muito pouco, mas tenho a meu favor tudo aquilo que não sei"... 

domingo, 5 de julho de 2015

PIEDADE, AMOR AO PRÓXIMO, CONVIVÊNCIA...

 
  
"A piedade é um sentimento natural, que, moderando em cada indivíduo a atividade do amor de si próprio, concorre para a conservação mútua de toda a espécie. É ela que nos leva sem reflexão em socorro daqueles que vemos sofrer; é ela que, no estado de natureza, faz as vezes de lei, de costume e de virtude, com a vantagem de que ninguém é tentado a desobedecer à sua doce voz; é ela que impede todo o selvagem robusto de arrebatar a uma criança fraca ou a um velho enfermo a sua subsistência adquirida com sacrifício, se ele mesmo espera poder encontrar a sua alhures; é ela que, em vez desta máxima sublime de justiça raciocinada, faz a outrem o que queres que te façam, inspira a todos os homens esta outra máxima de bondade natural, bem menos perfeita, porém mais útil, talvez, do que a precedente: faz o teu bem com o menor mal possível a outrem. Em uma palavra, é nesse sentimento natural, mais do que em argumentos subtis, que é preciso buscar a causa da repugnância que todo o homem experimentaria em fazer mal, mesmo independentemente das máximas da educação. Embora possa competir a Sócrates e aos espíritos da sua têmpera adquirir a virtude pela razão, há muito tempo que o gênero humano não mais existiria se a sua conservação tivesse dependido exclusivamente dos raciocínios dos que o compõem".

Jean-Jacques Rousseau, in "Discurso Sobre a Origem da Desigualdade

quarta-feira, 1 de julho de 2015

O DRAMA

 
 
Depois de cumprir tanto tempo de vida, sabendo que, com sorte restam duas, no máximo três, décadas a vencer, nossos sentimentos manifestam-se de forma mais viva e mais intensa. Na verdade, tudo passa a ser sentimento.

Sei que para ser amado é preciso pedir desculpa sempre - e tenho o horrível hábito de pedir desculpa por tudo e por nada -, mas, hoje, vou falar de sentimentos, assunto inevitável, sem pedir desculpa nenhuma.
Tudo fica dramático e preso aos sentimentos à medida que o tempo avança. Você olha à sua volta: em vez de árvore, ou de floresta, vê a regra perfeita da natureza: os abutres estão à espera. Você respira para ganhar tempo. 

É preciso esperar a sentença. Sim, tem de seguir o ritual. É necessário que seja, de certa forma, legalizada a sua morte para que os abutres se desloquem e venham cumprir a função que a natureza lhes destina.

Sua vontade é voltar para trás, mas, segue em frente até a derrapagem final. Só são nossas de verdade as memórias que perdemos e a morte que aguarda. Esta é a luta (e o drama) em que todos nós estamos implicados.