sexta-feira, 31 de maio de 2019

31 de maio de 2019


A economia do país encolheu 0,2% no primeiro trimestre do governo Bolsonaro, após dois anos de crescimento de apenas 1,1% em cada. Risco de recessão aumenta pressão para aprovar reformas, trazem os jornais. Aqui, abaixo, o resumo das notícias que estão nas capas: https://blogdajornalistavandacelia.blogspot.com/

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O Globo

Manchete: Risco de recessão aumenta pressão para aprovar reformas - A economia do país encolheu 0,2% no primeiro trimestre do governo Bolsonaro, após dois anos de crescimento de apenas 1,1% em cada.

Com o risco de voltar à recessão, que se estendeu do segundo trimestre de 2014 ao fim de 2016, aumenta a pressão por mudança nas regras de aposentadoria e outras reformas, como atributaria: a crise fiscal impede o gasto público para estimular a economia. O desempenho poderia ter sido pior não fosse o consumo das famílias, que cresceu 0,3%. O investimento regrediu 1,7%, segundo recuo consecutivo, retrato da piora das expectativas no primeiro trimestre. Sem que governo e setor privado invistam, não há como absorver os mais de 13 milhões de desempregados. Para ter crescimento de 1% em 2019, o PIB terá de se expandir 0,6% em cada um dos próximos trimestres. (Páginas 17 a 19)

Guedes quer liberar saque de contas ativas do FGTS - Para estimular a economia, o ministro Paulo Guedes estuda liberar o saque de contas ativas do FGTS, que somam R$ 359 bilhões. Ele condiciona a medida à aprovação das reformas. (Página 19)

Obama e o Rei: Em SP, onde se encontrou com Pelé, ex-presidente critica acesso a armas nos EUA. (Página 27)

Bolsonaro para Toffoli: é bom ter a Justiça ‘a nosso lado’ - Em mais um gesto de aproximação com o STF, Bolsonaro disse que o presidente da Corte, Dias Toffoli, tem sido uma “pessoa excepcional”. (Pág.4)

Weintraub acusa professores de coagir estudantes - O ministro da Educação, Abraham Weintraub, acusou professores de coagir alunos para participar dos atos contra os cortes no setor e conclamou os pais a denunciá-los. Ele ameaçou, também, com corte do ponto. Ontem, houve manifestações em 136 cidades, número menor que o do protesto anterior, há duas semanas, realizado em mais de 200 municípios. (Páginas 28 e 29)

MÍRIAM LEITÃO - Cresce o desafio fiscal
As agruras fiscais do país são a causa da crise econômica, mas ela também alimenta o rombo. Para Mansueto Almeida, o país precisa de reformas urgentes e de uma revolução na educação. (Pág.18)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: PIB do País cai 0,2%; governo pode liberar R$ 22 bi de FGTS - Resultado do primeiro trimestre confirma previsões sobre estagnação da economia e leva o governo a estudar medidas para dar fôlego ao consumo.

A economia brasileira encolheu 0,2% entre janeiro e março na comparação com o quarto trimestre de 2018. A queda do PIB foi a primeira desde o quarto trimestre de 2016 e confirma a lentidão da recuperação da economia. Como os dados iniciais do segundo trimestre continuam ruins, as projeções agora apontam para crescimento em torno de 1% este ano, abaixo do avanço de 1,1% de 2018. A falta de definição sobre a reformada Previdência é o motivo mais citado por economistas para explicar o resultado, ao lado de choques como a crise econômica na Argentina e a queda da produção da indústria extrativa, após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG). Diante desse quadro, o ministro Paulo Guedes disse que o governo estuda a liberação de recursos das contas inativas do FGTS. A medida teria potencial para injetar R$ 22 bilhões na economia. O pacote também incluiria a possibilidade de saque das contas do PlS/Pasep. Seria um fôlego para o consumo e para a redução do endividamento das famílias. (Economia/ págs. B1 a B5)

Texto alternativo de reforma tem 180 apoios

O Partido Liberal (PL, antigo PR) - legenda do Centrão que abriga o deputado Marcelo Ramos (AM), presidente da comissão especial da reforma da Previdência - apresentou emenda que mexe em pontos centrais da proposta do ministro Paulo Guedes (Economia). O texto mantém aposentadorias rurais e BPC inalterados e mexe no regime de capitalização. A apresentação da emenda foi endossada por 180 deputados. Caso o texto seja aprovado, a economia do governo em uma década cairia de R$ 1,2 trilhão para cerca de R$ 700 bilhões. (Economia/ Pág. B6)

Dona de Sadia e Perdigão, BRF estuda fusão com Marfrig - Dona de Sadia e Perdigão, a BRF negocia fusão com a Marfrig, no que pode resultar na quarta maior empresa de proteína animal do mundo, com faturamento de R$ 76 bilhões. Pelas negociações, a BRF ficaria com 84,98% da nova empresa e a Marfrig,com 15,02%. ABRF enfrenta dificuldades financeiras e de operação, enquanto a Marfrig vive momento mais tranqüilo, após venda de série de ativos, (Economia/pág. B7)

Obama & Pelé - Palestra, carisma e orgulho
Barack Obama e Pelé se encontraram em evento de tecnologia em SP. O ex-presidente dos EUA disse sentir orgulho de ter salvado a economia mundial na crise de 2008. "Levou muito tempo para curar as feridas, mas nós estancamos o sangramento”, afirmou. (Economia/Pág. B6)

25 Estados e o DF têm atos contra cortes na Educação - Manifestações contra o contingenciamento de verbas para a Educação ocorreram ontem em 100 cidades de 25 Estados e no Distrito Federal. Convocados por entidades estudantis, os protestos reuniram menos gente do que os atos realizados no dia 15, também contra o bloqueio de verbas feito pelo Ministério da Educação. As manifestações ocorrem cinco dias após os atos pró-governo. (Política/ págs. A12 e A13)

‘Ninguém está acima da lei’, afirma Covas sobre patinetes - O prefeito Bruno Covas disse que empresas de patinete precisam de regulamentação. Ele participou do Summit Mobilidade, promovido pelo Estado e pela 99. (Metrópole/ pág. A20)

Deputados podem esvaziar pacote anticrime de Moro (Política/Pág. A4)

CELSO MING - Andando para trás
o desempenho da economia no primeiro trimestre, mesmo que esperado, é desolador. O ambiente é de desaceleração da atividade produtiva. (Pág. B2)

MÁRIO MESQUITA - PIB estagnado
O que se deve evitar é, no afã de acelerar a recuperação, retornar ao voluntarismo fiscal e aos excessos de intervenção estatal. (Pág. B4)

Notas & Informações

Nem a galinha decolou - Até um crescimento sem fôlego seria bem-vindo num país assolado pelo desemprego, mas nem isso os desempregados, subempregados e desalentados tiveram no primeiro trimestre do novo governo. (Pág. A3)


O Censo Demográfico - Com problemas orçamentários, IBGE precisa tomar decisões sensatas para que o País não sofra prejuízos incalculáveis. (Pág. A3)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Queda de 0,2% no PIB retoma discussão de corte nos juros - Com economia estagnada e setor extrativista prejudicado por Brumadinho, país flerta com nova recessão.

A contração de 0,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre de 2019 em relação ao anterior deverá intensificar a pressão para que o governo adote medidas de estímulo à economia, incluindo a retomada da política de cortes de juros. A restrição à produção de minério de ferro em Minas após a tragédia de Brumadinho derrubou a indústria extrativista (-6,3%) e foi determinante para colocar o PIB no terreno negativo. A última vez que o setor sofreu tanto foi na crise de 2008.

A indústria como um todo registrou queda de 0,7%, enquanto o investimento caiu 1,7%. Segundo o IBGE, tombos maiores foram evitados pelo consumo das famílias, que cresceu em oito dos últimos nove trimestres. Neste, registrou alta de 0,3%.
O diagnóstico de analistas é que a piora do ritmo da atividade —que não engatou uma recuperação vigorosa após o fim da recessão em 2016— exige ações além do esforço pela reforma da Previdência, mantra da gestão Jair Bolsonaro (PSL).
A perspectiva de mudança nesse cenário fez a Bolsa de São Paulo atingir a máxima do mês, voltando aos 97 mil pontos. (Mercado A19 a A21)

Guedes estuda liberar FGTS após reforma da Previdência - O ministro da Economia afirmou que sua equipe estuda liberar cerca de R$ 41 bilhões depositados no PIS-Pasep e em contas ativas e inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para impulsionar a economia, como adotado na gestão Michel Temer.

Crítico a medidas de estímulo ao consumo, Paulo Guedes defendeu que a liberação vai alavancar o crescimento se acompanhada pelas reformas. Afirmou não ver surpresa na estagnação do PIB e projetou que, “de julho em diante, o Brasil começa a decolar? (Mercado A22)

VINÍCIUS TORRES FREIRE - FGTS pode dar uma leve animada no consumo (Página A21)

Estudantes e MEC medem forças em dia de protestos - Manifestantes voltaram ontem às ruas pela segunda vez neste mês de maio, em protesto contra bloqueios de verbas para a educação. Menores que os do dia 15, atos ocorreram em 22 estados e no DF. O Ministério da Educação pediu à população que denunciasse professores, servidores, funcionários, alunos e pais de alunos que promovessem atos em horário escolar, (Cotidiano B1)

Ministério da Agricultura avalia caso de vaca louca - Pasta verifica uma suspeita de ocorrência atípica de vaca louca em Mato Grosso. O caso está sob investigação , mas ainda não há confirmação se é uma Encefalopatia Espongiforme Bovina, a chamada doença da vaca louca. O governo deverá ter o resultado nos próximos dias. (Mercado A25)

Frigoríficos BRF e Marfrig anunciam que estudam fusão - União criaria uma nova gigante do setor de carnes, que ocuparia a quarta colocação no ranking global —atrás da brasileira JBS, da americana Tyson e da chinesa Smithfield. Cálculos preliminares indicam que anova companhia pode alcançar R$ 80 bilhões em receitas. (Mercado A25)

Em São Paulo, Obama se encontra com Pelé e reclama do trânsito (Página A18)

Justiça autoriza condução coercitiva do presidente do Santander Brasil (Página B5)

EDITORIAL (A2)

Menos PIB - Sobre queda da atividade econômica no 1º trimestre.

 

Trilhos tortuosos - Acerca de transporte até o aeroporto de Guarulhos.

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quinta-feira, 30 de maio de 2019

30 de maio de 2019


@MÍRIAM LEITÃO escreve - PIB: país vai para o terceiro ano de frustração. @Estadao: Bolsonaro disse que o fato de estar na Presidência vai “contra interesses" e que há ameaças ao seu mandato, sem especificar quais. Aqui resumo das capas: https://blogdajornalistavandacelia.blogspot.com/
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O Globo

Manchete: Caixa renegociará dívida com casa própria de até 600 mil pessoas - Programa, que vai beneficiar mutuários de todas as faixas, será anunciado em um mês.

Os 600 mil mutuários da Caixa Econômica Federal que estão com prestações do financiamento da casa própria atrasadas há mais de 90 dias, e correm o risco de perder o imóvel, poderão renegociar suas dívidas. A Caixa anunciará, em um mês, programa que deve englobar desde os contratos do Minha Casa Minha Vida até aqueles com recursos da poupança e de mercado (acima de R$ 1,5 milhão). O banco, que já tem 60 mil unidades retomadas por falta de pagamento, estuda incorporar prestações em atraso ao saldo devedor e recalcular o valor mensal, bem como o uso do saldo de FGTS para quitar parcelas vencidas. (Página 21)

BC quer conta em dólar no país e em reais no exterior

O diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso, disse que está em estudo a permissão de abertura de contas em dólares no Brasil e em reais no exterior para simplificar operações de câmbio, que aumentam o custo para a indústria, o comércio e os investimentos. No futuro, a medida se estenderia a pessoas físicas. (Página 22)

Câmara aprova, mas MP ambiental deve caducar

A Câmara dos Deputados aprovou medida provisória que impõe novos padrões para a proteção de áreas verdes. No entanto, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, já adiantou que não vai pautar o texto, que perderá a validade na segunda-feira. Ambientalistas criticaram as novas regras, bem recebidas por ruralistas. (Página 28)

Crivella: interdição de avenida é ‘palco’ parajuízes

O prefeito Crivella atribuiu ao desejo de juízes e promotores de estarem “no palco, na ribalta” a decisão de fechar a Avenida Niemeyer, e disse que um laudo da Geo-Rio garantiria a segurança do local. Porém, dois funcionários do órgão afirmaram, em audiência na Câmara Municipal, que avia só está livre de riscos se não chover. (Página 14)

Capitalização custará quase R$ 1 tri em 20 anos

A equipe econômica calcula que a transição para o regime de capitalização, prevista na reforma da Previdência, terá custo de R$ 985 bilhões aos cofres públicos. Valor é semelhante ao que o governo espera poupar em uma década com as mudanças no sistema de aposentadoria. (Página 23)

‘Pacto pelo Brasil’ é recebido com ceticismo

O pacto entre os Poderes, proposto pelo presidente Bolsonaro em nome das reformas, é visto com ceticismo por parlamentares, ministros do STF e cientistas políticos. A Associação dos Juízes Federais do Brasil criticou apoio de Dias Toffoli ao acordo, pois pontos da reforma previdenciária podem ir parar no Supremo. (Página 4)

Museu Nacional: Com recursos bloqueados, instituição busca doações no exterior (Página 29)

ASCÂNIO SELEME - Cada detalhe mostra o Rio abandonado (Página 3)

MÍRIAM LEITÃO - PIB: país vai para o terceiro ano de frustração (Página 22)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: BC quer mudar a lei e permitir abertura de conta em dólar no País - Campos Neto vai propor alterações ao Congresso; objetivo é elevar competitividade.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse ontem que vai propor ao Congresso mudanças na legislação para facilitar a compra, venda e posse de dólares, euros e outras moedas no Brasil. O objetivo é elevar a competitividade do País e poderá auxiliar o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na avaliação de Campos Neto, há desperdício de tempo e dinheiro nas operações cambiais por causa de "leis ultrapassadas". Na prática, a conversibilidade do câmbio significará que qualquer pessoa ou empresa vai poder realizar trocas de moedas em transações comerciais de forma direta. Pessoas físicas poderão ter contas em moeda estrangeira no País. Campos Neto espera concluir a transição em dois ou três anos. (economia/págs. B1 e B4)

Empresa da Odebrecht entra em recuperação judicial

A Atvos, empresa de açúcar e álcool da Odebrecht, entrou com pedido de recuperação judicial. Com dívida de quase R$ 12 bilhões, é a primeira companhia do grupo a recorrer à proteção da Justiça para renegociar débitos. Outras empresas do conglomerado podem seguir o mesmo caminho. (Economia/pág. B12)

Agências reguladoras

Projeto de lei aprovado ontem estabelece que políticos e seus parentes não poderão mais indicar diretores para os órgãos reguladores. (Pág. B6)

Após protestos, DEM tenta se desligar do Centrão

Partido dos presidentes da Câmara e do Senado, o DEM fará ofensiva para se desligar do Centrão, bloco informal que reúne ainda PP, PR, PRB, MDB e Solidariedade e abriga 230 dos 513 deputados. A ideia é se descolar da imagem de fisiologismo grudada ao grupo, alvo dos protestos pró-governo no domingo. (Política/pág. A4)

‘Contra interesses’

Bolsonaro disse ontem que o fato de estar na Presidência vai “contra interesses" e que há ameaças ao seu mandato, sem especificar quais. (Pág. A4)

Procura-se candidato a prefeito. Falar com headhunter

O Novo contratou a consultoria Exec para selecionar candidatos à disputa de oito prefeituras em 2020.0 “candidato a candidato” deve ser empresário ou executivo, e quem tiver passagem pela administração pública ganha pontos. “Também deve ter identificação com o partido”, diz o sócio da Exec, Carlos Altona. (Política/pág. A12)

Por que a Netshoes se tornou tão disputada

Centauro e Magazine Luiza disputam um negócio que dá prejuízo e perdeu quase todo o seu valor na Bolsa. Dona da marca Zattini, a Netshoes possui uma inteligência sobre consumo de moda na internet que seduz os concorrentes. A Centauro deu maior lance até agora: US$ 108,7 milhões (R$ 435 milhões), (Economia/pág. B15)

Polêmica sobre duas rodas em SP

Prefeitura diz que empresas não estão cadastradas para operar e confisca 557 patinetes. (Metrópole/pág. A20)

STF proíbe grávidas em trabalho insalubre (Economia/Pág. B5)

 

WILLIAM WAACK - A guerra deflagrada pelo bolsonarismo nas redes sociais incentiva o Congresso a reduzir as prerrogativas do Executivo. (Política / pág. A10)

CELSO MING - Não bastará a Previdência para resgatar a economia. Todo o avião tem de funcionar. Mas as pessoas querem balas de prata. Economia /pág. B2)

Notas & Informações

Harmonia’ não é submissão - Votos no Congresso para aprovar reformas não brotam por a biogênese. São fruto de um trabalho de convencimento e do reconhecimento de opiniões divergentes. (Pág. A3)


Fazendo feio no comércio - O Brasil saiu mal na foto do comércio internacional, no primeiro trimestre. (Pág. A3)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Governo tem 15 dias para obter R$ 248 bi com o Congresso - Desarticulada, gestão Bolsonaro precisa de aprovação sob o risco de não ter recursos para pagar benefícios a 2 milhões de idosos.

O governo Jair Bolsonaro (PSL) tem pressa para aprovar um crédito suplementar de R$ 248 bilhões e garantir o pagamento de programas dependentes dos recursos.

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse que o Congresso tem que chancelar a cifra em até 15 dias para que ações do Executivo, como o Plano Safra, não sejam afetadas. A partir de 20 de junho, já faltará dinheiro, segundo o Ministério da Cidadania, para o pagamento do BPC (beneficio para idosos pobres) a 2 milhões de beneficiários.

O governo necessita do aval dos congressistas para emitir títulos da dívida sem ferir a regra de ouro. A norma impede que o Executivo use o dinheiro para cobrir despesas correntes. O projeto que pede o dinheiro adicional foi enviado ao Congresso em março. A desarticulação do governo, porém, tem dificultado a solução do problema — ontem, Paulo Guedes afirmou no Senado que a proposta “embananou de novo”. “Eventualmente você pode remanejar alguma coisa, mas vai ficar difícil”, disse Mansueto. (Mercado A19)

Mudança no Código Florestal contrapõe Câmara e Senado

Enquanto a Câmara votava medida provisória que flexibilizava trechos do Código Florestal, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que não colocaria a proposta em pauta. “Este presidente cumprirá o acordo com vários líderes partidários. Não faremos a votação da MP." Como a proposta vale apenas até segunda-feira (3), as mudanças podem caducar. Mais cedo, decreto alterou a composição do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), aumentando o poder do governo federal e retirando a representação de entidades como O ICMBio. (Ambiente B1)

STF derruba reforma e proíbe grávida em local insalubre

O plenário do Supremo derrubou, por 10 votos a 1, trecho da reforma trabalhista que permitia que grávidas e lactantes trabalhassem em atividades insalubres em algumas situações. Na prática, a corte proibiu essas mulheres de trabalharem em locais inadequados em qualquer circunstância. No fim de abril o relator Alexandre de Moraes já havia suspendido a norma, que foi considerada inconstitucional pelo plenário.

O próximo dispositivo a ser apreciado pelo STF será o contrato de trabalho intermitente, que também passou a ser possível com a reforma de 2017. (Mercado A21)

Braço da Odebrecht entra com pedido de recuperação judicial (Pág. A25)

BC anuncia plano para permitir contas em dólar no Brasil (Pág. A24)

Secretário do Amazonas ajudou facção, indica investigação da PF (Pág. B5)

AÉCIO NEVES - Delatores transformam doações em crime (Pág. A3)

EDITORIAL (A2)

O pacto é a Carta - Sobre entendimento entre os chefes de Poderes.

Para o que é preciso - Acerca da presença da polícia nas universidades.

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segunda-feira, 27 de maio de 2019

FHC - ENTREVISTA

 
 
VINICIUS TORRES FREIRE - FOLHA DE S.PAULO/ILUSTRÍSSIMA (26/05) 

Pergunta: O governo não forma uma coalizão. O Congresso fala em ter pauta própria. A insatisfação com a situação econômica e social cresce. Na política, onde vai dar isso? 

FHC: Algo está errado no nosso sistema institucional. Depois de 1988, todos os presidentes sofreram impeachment ou foram presos, com a minha exceção. Há um sistema de coalizão em que não há partidos, que se deterioraram mais, se desmilinguiram.

A formação de maiorias é cada dia mais difícil. Por outro lado, o nosso sistema é presidencialista, mas o Congresso tem um peso grande, tem força. A Constituição foi preparada para um regime parlamentarista.

Quando o Executivo tem a capacidade de propor uma agenda à nação, quando motiva a nação, o Congresso de alguma maneira se ajusta a essa agenda. Quando o Executivo não tem essa capacidade, o Congresso tenta fazer a agenda e começa a patinar. Estamos nessa fase.

P: Crise política ou constitucional?

FHC:  O sistema [político] anterior, que nós montamos em 1988, sumiu nessas eleições, depois de muitos problemas. Mas não vejo no Executivo a capacidade de propor uma agenda aceita nacionalmente, porque negocia pouco e não controla o Congresso. Então, abriu-se uma zona de dúvida, de incerteza.

P: E então...? 

FHC: Como já passei por vários momentos desse tipo ou mais graves do que esse, nunca fui muito inclinado a apoiar impeachments. Continuo não sendo.

Alguns autores recentes nos Estados Unidos chamam a atenção para o fato de que, no sistema americano, há certa dose de tolerância. Não se usam todos os poderes disponíveis. Não é aconselhável o Congresso usar todos os poderes, porque isso vai resultar em um trauma, sem que a população tome consciência dos verdadeiros problemas.

P: O que fazer? 

FHC: Estamos em uma transição, mas não se sabe para quê. Se sabe o que não se quer. A eleição do presidente Bolsonaro foi consequência do “não”, não do “sim”. “Não quero PT, corrupção, partidos, políticos, desordem, crime, não, não, não”. Mas o que fazer?

Os mercados apostam na reforma da Previdência. É verdade que o Estado está falido. A lei do teto amarra mais a possibilidade de manobra do Executivo. Então há a expectativa de que, se for aprovada a Previdência, vai resolver. Não tenho certeza.

O que está faltando no Brasil é confiança: em nós mesmos, no governo, no futuro do país. O investidor sofre os efeitos disso, não põe dinheiro. Os últimos dados são preocupantes, a taxa de crescimento per capita é nula e não há empregos.

Alguma reforma vai passar. Mas não se consegue orientar uma maioria para um projeto com mais durabilidade. Falta continuidade nas políticas públicas.

P: Ainda falando do curtíssimo prazo: há uma sensação de aceleração da crise. O que vem a seguir?

FHC: Sociólogos gostam de explicar os diversos aspectos das mudanças sociais, que são importantes, mas não é assim que as coisas acontecem no dia a dia. Por vezes as coisas explodem quando se menos espera, como em maio de 1968 na França.

Você pode ter um fio desencapado em qualquer setor da sociedade —tem sempre fio desencapado. A manifestação de ontem [quarta-feira, 15 de maio] foi porque o governo formulou de maneira equivocada o que iria fazer com a educação. Recuou, mas não adiantou. Aquilo foi a fagulha. Tem momentos em que esses movimentos não param mais, como na França, em que todo sábado tem manifestação dos coletes amarelos contra o Macron.

E hoje você tem uma sociedade que se move por este aparelho aqui [mostra o celular], que conecta pessoas, que salta as estruturas, organizações, partidos, governos, tudo. Isso coloca em questão como as formas de governo, que requerem um pouco de persistência, vão se adaptar a uma sociedade que, como diz o [Zygmunt] Bauman [sociólogo polonês, 1925-2017], é líquida.

As questões políticas precisam ter uma atenção maior. Por que não se aproveita agora para fazer o voto distrital? Não é para fazer parlamentarismo neste momento, porque as pessoas não vão acreditar. Voto distrital para dar uma maior proximidade entre o eleitor e o eleito.

Não sei se resolve, mas alguma coisa tem de ser tentada. Mas está tudo esquecido, está tudo concentrado: “ou faz a reforma da Previdência ou o país acaba”. O Brasil não acaba, mas vai mal e não basta a reforma da Previdência.

P: O grau de conflito político e na elite do poder está alto. Não é só conflito partidário. Vem também do Ministério Público, do Judiciário. Por que houve esse destampatório? Por que a elite não baixa a bola?

FHC: Esse é o ponto. Ou se consegue um clima que se permita baixar a bola e, ao mesmo tempo, fazer mudanças, ou vamos ficar nesse impasse.

Qual foi a proposta do governo? Foi muito mais no sentido linha-dura. O Congresso acaba de tornar a lei de drogas mais dura, até tentei intervir, mas era tarde. É [uma lei] contra a maré do mundo, acham que vão resolver, mas vão agravar a situação. Agora vão discutir o porte de armas.

As pessoas estão com medo, há crime organizado, que controla a cadeia, o exército de reserva do crime. Qual a resposta da sociedade? Põe por mais tempo na cadeia, mais presos. É irracional. Como se muda o irracional? Pelo emocional. É preciso de uma liderança capaz de contrapor argumentos e tocar as pessoas.

P: Há grupos sociais novos que não se sentiam representados, novas classes médias, pessoas ligadas ao mundo do agronegócio, conservadores, religiosos, que pareciam não se sentir representados pelo menos pelos partidos, PT e PSDB, que organizavam ou mesmo dominavam o debate, a disputa política. Quando falta essa representação, há rupturas... 

FHC: Aconteceu por aqui. O Brasil funcionava em um sistema com PT e PSDB, mas não esqueça o PMDB, o grande partido do Estado, era o pessoal que sabia manejar o Estado.

O PFL [DEM] era uma coisa intermediária, entre o Estado e o PSDB. A elite dirigente de PT e PSDB não entendeu o que poderia acontecer, nunca entendemos. O PT dizia que nós éramos de direita, neoliberal etc. Uma coisa realmente patética.

O país é conservador. A questão do Brasil é: quem conduz o atraso, que é parte do Brasil. O PT esperava acabar com o atraso. O PSDB convivia mais com o atraso, tentava conduzir o atraso. Isso que estou chamando de atraso se tornou uma posição política. Não é o velho atraso, clientelista, só. Não. É ideológico. Tem ideias de colocar um molde no país, ideia de outra natureza. Isso nunca foi percebido pela direção do PT ou do PSDB, nem nada.

P: Antes da eleição, o senhor dizia que Luciano Huck era uma possibilidade [de candidatura]. Neste momento, é mais fácil criar um movimento mais personalista, que consiga agregar tendências e formar um novo movimento político, ou há chance de formação de partido ou de reorganização de partidos que estão por aí?

FHC: Max Weber tinha pavor do que ele chamava de dominação burocrática, tinha medo do comunismo, que ia por aí, era nacionalista, democrata. Achava que, em certas circunstâncias, só o carisma quebra as estruturas de dominação. Aqui no Brasil, poucos votam em partidos. Qual o partido do Bolsonaro? PSL. Existe uma organização? Não existe.

P: Então, o Huck...

FHC: Achava que, dado o grau de deterioração das forças políticas, era preciso uma renovação. Não deu, por motivos pessoais dele. Nesta situação, de novo será preciso haver preeminência do verbo. Não é o que eu gosto, não é o que eu quero. Estou dizendo que a coisa pode ir por aí.

A sociedade contemporânea quebrou muito a coesão das pessoas. A sociabilidade é diferente. Ela vive no verbo, desorganizadamente. Acho que só com alguém que tenha capacidade de falar e ser ouvido você pode, eventualmente, criar um novo início.

P: Bolsonaro tem um tanto disso. 

FHC: O problema não é de ele ter ido por aí. É de talvez não ser capaz de se expressar de uma maneira que as pessoas sintam que, por ali, tem caminho.

Aqui, não me parece que o presidente Bolsonaro tenha as características pessoais, a capacidade pessoal. Você vê que é uma família que está operando, que é contrário um pouco ao nosso espírito aqui, não é uma pessoa, é uma família, que está batendo com instituições, militares, não sei até que ponto.

É pouco provável que partidos consigam se organizar e predominar nesta transição. Não se sente isso de nenhum lado, não apenas na vida política. As grandes instituições brasileiras do passado tinham peso, como a OAB, a ABI, os sindicatos, as centrais sindicais, inclusive religiões como a católica. Perderam a capacidade de condução.

P: Então, a mudança precisaria de carisma. 

FHC: Acho mais provável que haja pessoas com capacidade de juntar, de chamar, de conclamar para uma direção. A sociedade que está em gestação precisa de condução quase carismática. Isso é perigoso, se não houver uma contrapartida da organização de estruturas que segurem. Veja o que está acontecendo na Turquia ou na França, em que os partidos existiam, sindicatos existiam com força.

P: O impeachment de Dilma Rousseff resultou do aumento da intensidade do conflito político e causou ainda mais conflito. Foi uma boa ideia?

FHC: Sempre fui reticente quanto aos impeachments. A todos. Por que reticente? Pelo trauma que produzem. O voto para presidente foi para quem está sendo “impichado”; o vice-presidente no Brasil ninguém sabe quem é, quando vota.

No caso do Lula, quando houve o mensalão, havia um movimento de impeachment. Eu não queria. Não é que eu não achasse justo, [mas era como se eu dissesse] “olha a consequência”. Você faz um impeachment do primeiro líder sindical que é presidente da República? Vêm as elites e derrubam? Você vê a leitura que vai ser. O custo histórico é muito elevado.

P: E o caso de Dilma Rousseff? 

FHC: Fui reticente também. Não fui contra, porque era muito difícil naquele momento ser contra. Quando é que acontece impeachment no Brasil? Quando o governo para de governar. É preciso ter uma razão legal, é verdade. Mas o que produz impeachment é a confluência de alguma infração legal com a paralisia do governo, quando o Congresso para de decidir.

Quando o Congresso passa a não decidir, o governo começa a paralisar, é quando se criam as condições mais propícias para o impeachment [FHC atribui a tese a estudo do cientista político Wanderley Guilherme dos Santos]. Quando paralisa, não tem outro jeito. Não é o caso atual. Aí continuo a ter a visão dos teóricos americanos: vai devagar, dá tempo ao tempo, “paciência histórica”, uma expressão que é fácil para sociólogo e difícil para político.

P: O seu partido também tem muitas acusações de corrupção, de Aécio Neves ao caso Paulo Preto. É dominado por alguém marginal na história do PSDB, João Doria. Teve influência grande na derrubada de Dilma Rousseff, na votação do impeachment e com as pautas-bomba. Perdeu quase metade da bancada na Câmara e o candidato a presidente teve votação quase nenhuma. Que futuro tem o PSDB?
FHC: O mesmo dos demais grandes partidos. Ou seja, depende.

Por quê? O Brasil vai passar por um momento que não é de partido. No meio tempo, o que acontece? Os partidos têm dinheiro, o fundo partidário. Têm meios de sobreviver. Os grandes partidos têm algum enraizamento. O PSDB tem forte enraizamento em São Paulo, por exemplo.

Não posso dizer que todos os partidos vão desaparecer. Mas estão sofrendo reveses enormes porque não perceberam a tempestade que vinha por aí. Veio a tempestade e estão molhados.

Podem se secar? Não tenho certeza. Vão tentar. O partido que está no governo não é partido. A próxima eleição vai ser movida pela definição dos candidatos. O PSDB vai ter candidato.

Como as grandes estruturas partidárias têm recursos, ainda têm alguma ressonância e dominação de certas áreas, podem permanecer. Mas isso não é força suficiente para levar adiante um país.

Por isso estou insistindo no Weber. Há momentos em que você precisa de líder. E a sociedade contemporânea, quanto mais ela dissolve estruturas, ela requer referências, que é um paradoxo. Não sei quem vai ser capaz de ser essa referência.

P: Quem poderia ser essa referência? 

FHC: No caso do PSDB, o governador de São Paulo [João Doria] tem força, porque é governador de São Paulo e é obstinado. Tem suas qualidades. Já tem experiência. Ganhou São Paulo. Não acreditei que ele fosse ganhar. Ganhou. Conseguiu se adequar aos meios de comunicação contemporâneos e tem uma linguagem que atinge essas pessoas que estão subindo na sociedade, as novas camadas sociais.

Haverá outros? É possível. Conheço o governador do Rio Grande do Sul [Eduardo Leite], que é do PSDB, parece composto, adequado. Tem o Paulo Hartung, que foi um bom governador [do Espírito Santo], de um estado com base eleitoral menor. O PFL [DEM] tem o Ronaldo Caiado, que agora é governador de Goiás. O Caiado tem capacidade expressiva. Não sei se o PMDB tem alguém.

P: O PT também tem bases. Vai permanecer. 

FHC: Não tenha dúvida.

P: O PT vai mudar?
FHC: Difícil, porque tem o Lula. O PT cresceu muito por causa do Lula. E o Lula é também o limite do PT. O Lula não aceita muito um outro dentro do PT. A esquerda do Lula é uma coisa muito relativa, também. Não sei muito qual é a concepção dele. Ele é um operador, competente como operador.

É preciso recompor um centro radical. Digo “radical” para evitar o fisiologismo, um centrão. Nesse momento, ser razoável, ter bom senso, está mal, pois o momento é de engalfinhamento. Isso não faz com que eu me engalfinhe. Espero que seja possível manter um pensamento mais tolerante, valores essenciais à democracia. Mas é preciso fazer reformas, não apenas aquelas para salvar o caixa [do governo], mas para salvar as pessoas.

Não só aqui. A tecnologia moderna, a sociedade da economia 4.0, não dá emprego. Ou melhor, dá emprego para quem é muito qualificado. O que vai se fazer com os outros?

Estão discutindo de novo o que era antiga ideia do [Eduardo] Suplicy [renda mínima universal]. De qualquer maneira, é preciso fazer alguma coisa. É preciso falar em nome disso, se chame de esquerda ou não, dos “deserdados da terra”, dos “condenados da terra” [referência a um livro famoso nos anos 1960, do revolucionário e ensaísta marxista e anticolonialista Frantz Fanon, francês da Martinica, 1925-1961], aqui ou nos Estados Unidos. 

27 de maio de 2019


Atos apoiam Bolsonaro e reformas; Maia vira alvo traz @Estadao. @Folha: Manifestantes defendem Guedes e Moro e criticam Maia e o centrão -  Manifestações criticam políticos do centrão, traz @O Globo. Aqui resumo das notícias das capas: https://blogdajornalistavandacelia.blogspot.com/

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27 de maio de 2019

O Globo

Manchete: Moradores protestam contra ações violentas da PM - Manifestações também incluíram críticas a políticos do centrão.

Manifestações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro e em defesa da reforma da Previdência e do pacote anticrime do ministro Sergio Moro aconteceram em mais de 150 cidades, nos 26 estados e no Distrito Federal. As maiores concentrações foram em Copacabana, onde o ato se estendeu por seis quarteirões, e na Avenida Paulista – lá, a multidão gritou em coro o nome do ministro da Economia, Paulo Guedes. Os protestos também tiveram críticas a políticos do centrão e ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia. (PÁGINAS 4 a 6)

‘Manifestação foi recado contra velhas práticas’, diz presidente (PÁGINA 5)

Colunistas

MERVAL PEREIRA - Instituições superaram a minoria golpista (PÁG.6)


ASCÂNIO SELEME - Diferença entre atos de direita e esquerda é mínima (PÁGINA 6)

FERNANDO GABEIRA - Há um caminho do meio na relação com o Congresso (PÁGINA 2)


ANCELMO GOIS - Dívida e inadimplência tiram o sono de 55 milhões de brasileiros (PÁGINA 12)

Governo prepara megacompra de 106 mil pistolas - O Ministério da Justiça e Segurança Pública prepara uma megalicitação para a aquisição de 106 mil pistolas de calibre 9 milímetros, que serão distribuídas para a Força Nacional e para as policiais civis e militares dos estados. A compra tem custo estimado de R$ 444 milhões. (PÁGINA 8)

Dono de jornal é assassinado na porta de casa, em Maricá (PÁGINA 13)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Atos apoiam Bolsonaro e reformas; Maia vira alvo - Manifestantes defendem mudança na Previdência, Guedes e Moro; protestos miram presidente da Câmara.

Em todos os Estados e no Distrito Federal, manifestantes foram às ruas ontem defender o presidente Jair Bolsonaro e sua agenda de governo, principalmente a reforma da Previdência, encabeçada pelo ministro Paulo Guedes (Economia), e o pacote anticrime de Sérgio Moro (Justiça). As Polícias Militares não estimaram o número de manifestantes. Houve atos em ao menos 154 cidades. Pelas imagens, é possível afirmar que o maior ato foi em São Paulo. No geral, as manifestações foram a favor do governo, mas também houve protestos contra o Centrão, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o Supremo Tribunal Federal (STF). No final da tarde, Bolsonaro afirmou: “Fui claro ao dizer que quem estivesse pedindo o fechamento do Congresso ou STF hoje estaria na manifestação errada. A população mostrou isso. Sua grande maioria foi às ruas com pautas legítimas e democráticas”. Mais cedo, ele havia dito que era um “recado” às “velhas práticas”. (PÁGS. A4 e A8)

Varejo fecha mais lojas do que abre - Depois de quase um ano e meio no azul, comércio varejista volta ao vermelho. No primeiro trimestre, foram fechadas 39 lojas, número pequeno porém emblemático porque reflete mudança de rota e frustra projeções de expansão. Vestuário e sapatos foram os que mais fecharam portas de janeiro a março, mas até farmácias foram afetadas. (PÁGS. B1 e B3)

Brasil quer ampliar em 58% área marinha - País pleiteia junto à Convenção da ONU sobre Direito do Mar o aumento de 2,1 milhões de quilômetros quadrados do território nacional Atlântico para navegação e exploração de solo e subsolo. Área vai além das 200 milhas marítimas. (POLÍTICA / PÁG. A10)

Colunistas

VERA MAGALHÃES- Disfarçado, viés autoritário esteve subjacente aos atos. (POLÍTICA / PÁG. A8)

CIDA DAMASCO
- Mudar a Previdência não é suficiente. Logo atrás da fila terão de vir outras reformas, especialmente a tributária. (PÁG. B7)

São Paulo quer reduzir uso de novos plásticos - A Prefeitura vai anunciar a inclusão da capital em um acordo internacional promovido pela ONU para a reduzir o uso de descartáveis plásticos. A proibição de canudos plásticos em São Paulo foi aprovada na Câmara Municipal, mas aguarda sanção do prefeito Bruno Covas, e há outro projeto em tramitação para a proibição de copos, talheres e outros objetos. (METRÓPOLE / PÁG. A14)

Notas&Informações

O STF e o Executivo - A tensão entre o Executivo e o Judiciário só está ocorrendo por causa de dois equívocos cometidos pelo presidente da República. (PÁG. A3)


Quem ganhou na crise - Despesas crescentes e receitas decrescentes pressionam as contas públicas e dificultam a retomada do crescimento. (PÁG. A3)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Atos apoiam Guedes e Moro e criticam Maia e o centrão - Espalhadas por 140 cidades, manifestações tiveram pautas legítimas e democráticas' diz Bolsonaro.

Manifestações em favor de pautas do governo de Jair Bolsonaro espalharam-se neste domingo por pelo menos 140 cidades de todas as unidades da Federação. Os atos exaltaram projetos encampados pelos ministros Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça) : a reforma da Previdência e o pacote anticrime. As críticas focaram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o centrão, grupo que reúne cerca de 200 dos 513 deputados. Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e o MBL (Movimento Brasil Livre) também foram atacados, muito mais do que o PT. Apesar de ter recomendado a integrantes do governo que ficassem distantes da mobilização, Bolsonaro a estimulou nas redes sociais. “A grande maioria foi às ruas com pautas legítimas e democráticas”, declarou o presidente. Foram minoritárias, de fato, as manifestações em favor de fechamento do Congresso ou do STF. “Povo na rua é democracia. Com povo e Congresso, avançaremos”, disse Moro. Em São Paulo, houve gritos de “Paulo Guedes”. De modo geral, o alcance dos atos não foi muito diferente dos protestos do dia 15 contra bloqueios na educação pelo governo. (Poder A4)

Brasil admite erros durante a missão da ONU no Haiti - Documentos mostram que a missão militar da ONU no Haiti, sob comando do Brasil, falhou nos métodos de abordagem de civis e em direitos humanos, informa Fábio Zanini. A missão, que faz 15 anos no sábado (1°), deu projeção global inédita ao Brasil. Para a Defesa, atuação foi “exemplar”. (Mundo A14)

Presidente perdeu confiança de grupo de congressistas (Poder A8)

Colunistas

IGOR GIELOW - Governo contrata a próxima crise com tom de radicalização (Poder A10)


LEANDRO COLON - É hora de pôr a bola no chão e negociar votos (Opinião A2).


VINÍCIUS MOTA - Desde que se isole o joio, onda amarela merece respeito (Opinião A2)

Falta de renda no país afeta todo o consumo de massa - Se nos EUA e no Canadá a indústria de cerveja enfrenta novo comportamento do público, o desafio aqui é a falta de renda, diz o presidente da Ambev, que sofreu queda nas vendas em 2018. A crise “afeta bens de consumo de massa como um todo”. (A18)

Editoriais

Bolsonaro e as ruas - Acerca de atos de ontem em defesa do presidente.


Pacote paulista - Sobre incentivos a investimentos criados por Doria. (Opinião A2)

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