sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O que vejo da janela




Muita gente por aí...
nem pobre, nem endinheirado,
nem feliz, nem angustiado,
nem feio, nem apessoado,
nem de esquerda, nem do outro lado,
nem esquecido, nem lembrado,
nem perdido, nem achado...

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O mês de agosto acabou? O ano também...


Há algum tempo li uma pesquisa informando que as pessoas sentem muita angústia quando acaba o mês de agosto porque é nessa altura que ocorre a pressão para definir o que foi e o que não foi feito ao longo do ano. E o que não aconteceu até 31 de agosto não vai acontecer mais. Agosto seria então o “intervalo” para balanço entre um ano e o outro. Se a gente não conseguiu algum dinheiro até agosto, dificilmente sairá do atoleiro até o Natal, dizia a pesquisa. Claro que existem exceções, mas essa seria a regra geral ditada pelo bom senso e a realidade do dia-a-dia das pessoas. Eu concordo com isso, para mim agosto é o mês que sela a nossa sorte com o ano em curso: o que não deu para fazer até aqui, adeus...já foi. Podemos correr para recuperar uma ou outra coisa aqui e ali, mas a definição mesmo já aconteceu.

sábado, 25 de agosto de 2012

Mulher não vence apenas por não ser homem...



Se conselho fosse bom não era de graça, mas, como as eleições estão chegando gostaria de dar um recadinho sobre essa questão de gênero. Não vote em ninguém só pelo gênero. A não ser mãe, avó, bisavó, tia, ou nora, ninguém deve chegar a lugar algum só por ser mulher.

As mulheres que estudam, trabalham e avançam não usam a condição feminina como motor do seu progresso. Nenhuma mulher se torna juíza, ou presidente de uma empresa, apenas por não ser homem.

As mulheres também não sobem na carreira por necessidade das corporações de diversificar o quadro ou de combater o machismo. Elas sobem por méritos que são medidos por padrões que valem tanto para homens quanto para mulheres.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Eliane Cantanhêde:"Amizade é amor que não morre!"

Amizade
Significado de Amizade: Afeição, estima, dedicação recíproca entre pessoas do mesmo sexo ou de sexo diferente: laços de amizade. Amor.Acordo: tratado de amizade, favor, serviço.
Sinônimos de Amizade: afeto, amor, apego, benevolência, fraternidade, simpatia e ternura
Classe gramatical de amizade: Substantivo feminino
Separação das sílabas de amizade: a-mi-za-de
Plural de amizade: amizades
Outras informações sobre a palavra Amizade
Possui 7 letras
Possui as vogais: a e i
Possui as consoantes: d m z
Rimas com amizade: bondade. verdade, familiaridade e sinceridade.
Frases com a palavra amizade:
"Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é preciso desenvolvermos em nós mesmos as qualidades que naquela admiramos".-- Sócrates
"A amizade é um amor que nunca morre."-- Mário Quintana


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Olha o passarinho!



No 1º dia do horário eleitoral os candidatos normalmente aparecem com a mulher e os filhos, naquela pose familiar tão medieval... Sinceramente? Essa mania de copiar o estilo eleitoral dos EUA não faz sentido, é muito falsa e demonstra um conservadorismo que não combina com o nosso tempo, muito menos com o espírito de leveza que é característica brasileira.

A pose da família da propaganda de margarina cheira a mofo. Mesmo assim, em todas as eleições na América lá estão os candidatos se apresentando ao lado dos parceiros e dos filhos, como se isso fosse condição para governar. E olha que, no caso de Obama, eles parecem formar uma família de verdade. De todo modo, acho que no Brasil não precisamos repetir esse gesto tão simbólico do conservadorismo extremo que é marca dos EUA.

Família é essencial, todo o mundo sabe disso, mas, falando francamente, não é exigência para ninguém receber votos. O que deve ser exigência é história de vida, competência política, capacidade de realização e disposição para o exercício da vida pública. Isso sim faz sentido de civilização e expressa modernidade.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Newsweek: Obama deve ir passear?




A Newsweek desta semana dá destaque a um artigo de Niall Fergusson, historiador britânico radicado nos Estados Unidos, sobre o mandato de Obama. O texto é duro com o presidente dos Estados Unidos. Segundo o historiador, Obama não está à altura do cargo que ocupa e Mitt Romney merece ser eleito. Fergusson mostra-se entusiasmado com Paul Ryan, o vice da linha dura que foi escolhido pelos republicanos. Sei muito pouco da política norte-americana, mas se a chapa Romney/Paul Ryan ganhar, acredito que a América colocará em evidência, mais uma vez, o caráter conservador do seu povo.

domingo, 19 de agosto de 2012

Pobre Ceará, condenado aos coronéis...


Conheci um pouco do Ceará em 1986 quando fui morar lá durante uns oito meses para cobrir, como repórter do Jornal do Brasil, a “queda dos coronéis” que mandavam na política cearense desde o tempo do regime militar. No decorrer destes últimos 25 anos, voltei lá em algumas ocasiões e a sensação que tenho é que algo deu muito errado ali porque surgiram novos coronéis que seguem mandando e desmandando no Estado.

Agora mesmo, achei que a contratação, por RS 3 milhões, de um show do tenor Plácido Domingos para um evento em Fortaleza foi um ato de coronelismo que não faz o menor sentido. Feita pelo governador Cid Gomes, que comanda o Ceará em sociedade com o irmão, Ciro Gomes, a contratação é um absurdo total. Foi feito um enorme gasto de dinheiro público sem atender qualquer prioridade ou necessidade dos cearenses.

Não sei quase nada sobre o governador Cid, mas conheci Ciro Gomes e fico imaginando o que ele diria se este show fosse contratado por seus adversários. Ciro tem “fala fácil” e,certamente, usaria termos fortes, como é seu estilo. Aliás, sobre Ciro Gomes gostaria de dizer o seguinte: reconheço que possui características que, isoladamente, são estimáveis. É corajoso e frontal. Pena que exerça o protagonismo de forma meio insuportável, com sua linguagem barroca e sua arrogância justiceira. Arrogância de coronel, não há como negar.

sábado, 18 de agosto de 2012

Deus nos livre de ambições!


A escola no Brasil ensina mal. No ensino médio, a média do país é de 3,7. Isso quer dizer que o êxito de brasileiros lá fora continuará sendo resultado do talento individual de nossos músicos, nossos atletas do futebol e das nossas bonitas modelos das passarelas da moda. Assim tem sido ao longo dos anos e todos estamos contentes e satisfeitos com nossos talentos. Sim, trocamos olhares cúmplices e satisfeitos. Somos até capazes de dizer que temos motivos para comemorar porque há brasileiros amados no mundo inteiro.

Darcy Ribeiro dizia, com grande propriedade, que a maior prova do fracasso da escola no Brasil era este: o brasileiro só se destaca no mundo pelo futebol, a música e a beleza, que são dons que têm muito a ver com a genética e, a rigor, nada a ver com a escola. A tristeza disso é que não aprendemos nada na linha do tempo. Nem vamos aprender.

Estamos administrando a educação de forma sofrível e do mesmo modo que administramos a saúde. Tanto que nossa nota média é 3,7, segundo o Indice de Desenvolvimento da Educação Básica. Nessa batida, dificilmente vamos formar, via nossas escolas, os produtores de tecnologia ou os doutores nas demais áreas do conhecimento que vamos precisar ter no futuro.

O pior é que ninguém parece se chatear com isso. E é tão bom quando ninguém tem que se chatear! Sim, se há coisa que os brasileiros não gostam é de chateação. Deus nos livre de ambições, exigências ou responsabilidades. Temos Pelé, temos Gisele. Duas pessoas que se destacam e que são amadas no resto do mundo. Que bom. Estamos todos de parabéns.

domingo, 12 de agosto de 2012

Não devemos censurar o riso de ninguém...


Um amigo querido anda queixando-se, com toda a razão, da convivência nas redes sociais. Depois de curtir e compartilhar uma reportagem sobre comida, ele foi criticado com muita agressividade. Com tantos problemas a nos atazanar por que você perde tempo com essas coisas, perguntaram-lhe?

Ele tentava explicar que só estava agindo de forma leve e divertida, mas as tréplicas subiram de tom. Alguns chegaram a lhe dirigir palavrões. Ao final de um dia inteiro de peleja, meu amigo se deu por vencido e largou o computador espantado com o mau humor das redes sociais.

Fiquei muito solidária a ele. Para fazer um “post” de blog ou um twitter, ninguém precisa ter rigor histórico e só discutir assuntos de política e economia. Deus nos livre de tanta seriedade. A internet pode sim ser um espaço divertido, onde não prevaleca só as pautas mais pesadas. Todos temos o direito de brincar com a história de uma forma suave e descontraída.

E quanto a entrar na página do outro para agredir? Aí é diferente. Isso me parece coisa de quem não consegue estar satisfeito com a vida e quer estragar tudo à sua volta, a começar pela alegria dos outros. Sei que não adianta quase nada tentar explicar o ressentimento aos ressentidos, mas não custa enviar a eles uma mensagem positiva. Relaxar é preciso.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Não mereço medalha...


Estou vendo mais tevê do que o costume por causa das Olimpíadas. Numa noite dessas fiquei na frente da tevê assistindo até a final olímpica da prova K2 1000 metros da canoagem.

Os vencedores (a prata ficou com Portugal e fiquei feliz por eles) demonstraram, mais uma vez, que remar para o mesmo lado de forma consistente, simultânea e ritmada é condição de triunfo. Um exemplo para todos, sobretudo para os educadores, líderes políticos e todos que estão no comando.

A prova me fez pensar sobre a vida. Na infância e na adolescência remei contra a corrente. É difícil seguir em frente assim? Muito difícil, mas o gosto que dá é incomparável. Sei por tê-lo sentido muitas vezes na boca.

Hoje, não tenho mais coragem de remar quase nunca. Muito menos com vento contrário. Afinal, sou adulta e os tempos são de acomodação. E sei que devo seguir na geléia geral em busca da insignificante glória de vencer um dia depois do outro. Pena que desse jeito eu não faça por merecer medalha alguma.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Chega de rabugice...


Nada justifica a rabugice generalizada por causa das poucas medalhas de ouro conseguidas pelos atletas brasileiros nas Olimpíadas de Londres.

A glória da Pátria não depende disso e não podemos cair na armadilha de projetar frustrações em um salto, uma cortada ou um grito de gol.

Vamos com calma. O país está investindo em gente e em ginásios, mas devemos lembrar que todas as demais nações também estão. Com isso, a competição fica cada vez mais dura.

E os índices alcançados? São incríveis, tanto que muitas vezes a impressão é que não estamos vendo uma disputa de determinado esporte, mas vendo um filme americano com aqueles efeitos especiais inimagináveis.

Nessas circuntâncias, temos de contar sim com o fator sorte.Sim, quando as equipes são equivalentes a sorte pode contar... Aliás, os norte-americanos treinam e investem pesado nos esportes, mas não desprezam o fator sorte.

Vamos então torcer para que nossos atletas tenham sorte. E quem sabe não conquistamos o ouro inédito no futebol heim?

sábado, 4 de agosto de 2012

A política é o caminho da democracia...


No momento em que o STF faz o julgamento do chamado "mensalão", fico pensando se não estaria passando da hora de o Brasil discutir e votar uma legislação dura sobre o financiamento das eleições. O povo brasileiro vai às urnas de dois em dois anos e, na minha opinião, o financiamento das eleições segue sendo um dos maiores gargalhos do sistema democrático que estamos construindo.

Avançamos muito, mas basta prestar atenção nas cifras das campanhas para perceber a influência desproporcional do poder econômico e de entidades alimentadas por verbas oficiais sobre as decisões de interesse público. O único jeito de limitar isso seria respaldar um projeto duro e rigoroso que viesse a estabelecer punições realmente eficazes contra irregularidades.

A história da democracia é a história da mediação institucional. Se ela desaparece, surgem sistemas populistas e ditatoriais, além de primarismos ideológicos e do culto messiânico de líderes. O resultado desses processos é sempre o desprezo pelas regras institucionais. Com prejuízo para a maioria que perde os direitos essenciais para uma existência digna e cidadã.

A democracia é o único sistema capaz de distribuir, de modo mais ou menos satisfatório, o poder político. Isso sem falar que é nesse sistema que a população pode reforçar valores fundamentais como a liberdade, a igualdade de oportunidades, a segurança jurídica e o pluralismo de ideias.

A democracia se faz por meio de partidos políticos organizados, programáticos, disciplinados e coesos. É democrático defender recursos públicos para prover os agentes políticos - partidos, candidatos, líderes e autoridades constituídas. É, igualmente democrático que tais despesas, que serão bancadas pela população, venham a ter processos mais rigorosos de fiscalização.

As pessoas, em maioria, reagem aos casos de corrupção condenando os partidos e a política, defendendo a chamada “democracia direta”. Isso sem contar que se tornam vulneráveis ao discurso moralista exacerbado. Sempre vi esse tipo de moralismo como uma espécie de condomínio entre pessoas bem-intencionadas, que querem mais democracia, e segmentos autoritários que querem menos ou nenhuma democracia.

Como dizem por aí, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Política é luta pelo poder e não tem como fim o resgate dos valores morais da sociedade. O fim da política é a conquista e o exercício do poder. Corrupção é questão de Estado e deve ser combatida por meio de leis claras, auditorias públicas, fiscalização duríssima, imprensa livre e instituições sólidas e consequentes. Aqui e em qualquer outro lugar do mundo.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Gore Vidal: polêmico, original e fabuloso



Gore Vidal é um dos primeiros da minha lista de escritores favoritos. "Sou tão insociável quanto é possível ser" dizia. Irônico em momentos improváveis, quase morreu de anorexia há dois anos. Voltou ainda mais vivo. "Comi qualquer coisa", respondeu quando lhe perguntaram como havia saído da doença.

Tudo que fez foi polêmico e marcado pela inteligência e a vivacidade de espírito. Escreveu críticas ácidas sobre os Estados Unidos da América, produziu romances, ensaios, participou da redação de argumentos cinematográficos.

O maior destaque de sua obra, contudo, são as avaliações originais e precisas que fez sobre ele mesmo, sobre as pessoas e sobre o mundo em que vivemos. Um legado polêmico e fabuloso.

Recria tua vida, sempre, sempre.


Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha um poema.
E viverás nos corações dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.

Cora Coralina