terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Feliz Ano Novo!

 
Mais igualdade. 
Mais respeito pelo colega do lado, mas também pela pessoa que não conhecemos e que está do outro lado.
Mais empatia (muito mais empatia).
Mais generosidade.
Menos preconceito (muito menos preconceito)
Mais tolerância (muito mais tolerância).
Menos agressividade.
Mais mulheres e maior pluralidade de nacionalidades, contextos culturais, opiniões e religiões em todos os lugares do planeta.
Mais tempo longe do celular, por favor!      
Desejo ainda que o mundo seja melhor, mas que nós o sejamos também: melhores pessoas, melhores amigos, melhores profissionais, melhores familiares. Melhores gestores da nossa vida, das nossas emoções, do nosso conhecimento e das nossas competências.
Feliz Ano Novo!
Ilustração e inspiração em texto do jornal O Observador 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Meu aniversário

"Quando eu nasci,
ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

P'ra que o dia fosse enorme,
bastava toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe..."

 
José Régio
Vanda Celia
061 81122424

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Feliz Natal e Feliz Ano Novo!

Feliz Natal e Feliz Ano Novo!

Que em 2020 não sejamos indiferentes ao que nos rodeia.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Giovana, Victor e Arthur, netos queridos!





Vocês falam comigo olhando nos meus olhos e abrindo as carinhas num sorriso genuíno. Faz tanto bem que invento pretextos para sentir mais uma vez o milagre do esmalte dos dentinhos brancos que surgem devagar atrás da boca, que mais parece cortininha cor de rosa.
Vocês já aprenderam a cumprimentar porque recebem boa educação. Boa educação é essencial, mas quando vem associada a um sorriso aberto é capaz de estabelecer relações sociais que tornam certas pessoas especiais e inesquecíveis.

Pessoas de sorrisos luminosos e que oferecem um olhar atento a quem está à sua frente - essas terão com certeza um caminho muito mais fácil, porque ainda antes de dizer a primeira palavra já conquistaram o interlocutor.

Simpatia e a empatia não se ensinam, e não será com certeza falha dos pais se os filhos forem demasiado tímidos para suportar o olhar de estranhos. A propósito: timidez não é defeito, é estratégia. O tímido quer ver o ambiente antes para se mover, depois, com alguma segurança.

Além de sorrir, é preciso conversar. Ouvir com atenção e interesse também ajuda a criar relações agradáveis e duradouras. Aos nove anos, Giovana já fica orgulhosa quando troca ideias com adultos, mas seu interesse maior é para crianças da sua idade.

Ela ainda não tem ideia de como é o mundo dos adultos — onde a maioria é metida a sabe-tudo — mesmo sem resposta para quase nada. Vou propor a ela que pergunte a um adulto porque dormimos.

Se for honesto, ele se calará por que ninguém sabe com certeza. Na verdade, adulto neste ponto de saber sobre as coisas é igual criança: está em busca de respostas. Não, isto não é ruim, o caminho da busca das respostas traz conhecimento, reflexão e crescimento.

Acredito que ao longo da vida o espírito humano percorre uma escada. Os degraus que você sobe reúnem o percurso do seu desenvolvimento. Aliás, pessoas de verdade, enquanto estão vivas, estão sempre incompletas, sempre tentando um degrau mais elevado.

Meus netos queridos, não tenham medo da vida, basta respeito. As pessoas são complicadas, mas são importantes. Só 13% do sucesso de uma pessoa se deve ao conhecimento ou à experiência que ela adquire na vida.

Um total de 87% do êxito de qualquer ser humano se deve ao relacionamento dele com as outras pessoas. Em resumo: uma das grandes missões neste mundo é ter amigos. Ninguém dá uma festa sozinho.

Além disso, acredito que temos mais semelhanças do que diferenças, como provou o genoma. Todos temos coisas em nós que reprimimos e todos precisamos lutar com nossos medos.

Um dos maiores medos que temos é o de enfrentar mudanças. Sim, há vários momentos em que quase tudo muda: os amigos, a rotina, o ambiente. O novo sempre vem. Em momentos marcantes assim paramos para pensar no que fizemos e no melhor jeito de renovar os sonhos.

Nesses momentos, netos queridos, podemos sentir medo, raiva e tristeza. E, sempre terá um olho na nossa lágrima. Limpar o olho e seguir... este é o segredo. No dia seguinte tudo pode ser diferente.

Certa vez perguntaram a um prisioneiro se ele queria ingerir veneno e morrer, uma vez que estava condenado a viver de maneira horrorosa, amarrado e amordaçado. Ele disse não e emendou: “Amanhã, tudo pode mudar”.

Acreditar no amanhã é sempre possível. Não existe uma rotina perversa que seja eterna. Na escola, depois de uma maratona de dias cansativos e de provas consecutivas, começam as férias. A vida é igual: tem sequências ruins, mas tudo tem princípio, meio e fim.
Comprem pão de manhã. Para tudo neste mundo existe a hora certa, o momento apropriado. É importante sentir a luz do dia, o sol das primeiras horas. O corpo precisa disso e quando envelhecemos um dos poucos prazeres que não perdemos é o prazer das manhãs.
Estudem bastante. E tentem ignorar todo o tipo de extremismos. Mantenham-se independentes. Procurem os méritos existentes nas posições opostas e participem de discussões que possam perder. Aprende-se muito.

Procurem ir ao cinema pelo menos uma vez por semana. Ouçam músicas clássicas e procurem conhecer o mundo fabuloso da poesia.
Saibam sempre que eu, seu avô Alberto, seu pai Darlan sua mãe, Júlia, temos muita sorte porque temos vocês. Passamos a gostar muito mais da vida depois que vocês chegaram.  
Conheci vocês três no dia que nasceram no colo da sua mãe, esse ser humano tão especial e elegante que sabe, como ninguém, esconder qualquer tristeza para não deixar ninguém triste.
Sempre que penso na correção da sua mãe, não posso deixar de sentir uma alegria absurda por ter a sorte e a honra de ser a mãe dela. Ela é espinhosa sim, muitas vezes rude, mas é brutalmente honesta.
Com a mãe de vocês não tem hipocrisia. Se não pode dizer o que pensa, ela dá um jeito de olhar daquele jeito dela que sempre diz tudo. Aliás, este olhar é uma lição porque é assim que se mede uma pessoa:  tanto pelo que diz como pelo que não diz.
Sobre o pai de vocês não preciso dizer muito: ele é bom, paciente e generoso. Com a dedicação dos pais vocês vivem uma rotina feliz de amor e de cuidados. Confiem neles, não tenham medo de lhes fazer toda e qualquer pergunta. Não se preocupem com nada e jamais se esqueçam de que não há ninguém no mundo que ama vocês mais que a mãe e o pai de vocês.

Um forte e carinhoso abraço da vovó Vanda e do vovô Alberto  
  







 

domingo, 1 de dezembro de 2019

Folha de S.Paulo x Bolsonaro


Há uma década e meia sou assessora de imprensa em Brasília e  trabalhei para partidos de diferentes tendências do universo político.

Nesta linha do tempo um jornal que diariamente me faz uma assessora melhor é a Folha de S.Paulo. Por ser um jornal marrento, exigente e insistente no bom trabalho jornalístico.
 
Discordo tão completamente desta guerra do Bolsonaro com a Folha que mesmo sendo só uma assessora de imprensa não posso deixar de me manifestar.

A democracia não sobrevive sem imprensa livre e a Folha é esteio fundamental dessa luta. Uma luta vitoriosa. Nos últimos anos, a liberdade de manifestação de ideias fluiu no País com vigor. Imprensa livre e liberdade de expressão tornaram-se conquistas máximas da democracia que construímos.  

O Brasil evoluiu e hoje, sem sombra de dúvida, é um país melhor. Um país que pode se orgulhar da liberdade de pensar, participar e discordar dos brasileiros. Bolsonaro foi eleito também graças a este avanço.  

Erra o presidente da República ao usar seu poder de chefe do Executivo para mexer com os anunciantes do jornal e cortar as assinaturas das repartições públicas. Não foi para isso que ele foi eleito.


Rosa Parks


Era 1º de dezembro de 1955, há 64 anos, a costureira Rosa Parks de 42 anos saiu do trabalho e se sentou dentro de um ônibus, em Montgomery, no Alabama, EUA. Estava no primeiro lugar reservado para pessoas “de cor”. Três pontos depois, o veículo ficou lotado. Mandaram que ela cedesse o lugar. A resposta ecoa pela eternidade: "Não me levanto, não obedeço, não cedo o lugar que é meu, não abdico daquilo a que tenho direito nem vos dou licença para que definam quais são os meus direitos. O Alabama é tanto meu como vosso. Habituem-se. Vão ter que me aguentar neste autocarro todos os dias, gostem ou não. E olhem que eu não vos peço que gostem, eu não vos peço nada. Eu exijo. O Alabama também é meu".

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Mentir é um vício abominável

Em um ensaio intitulado "Three lies tu rule by", Gore Vidal cita Montaigne e diz o seguinte: "Mentir é um vício abominável. São as palavras que nos aproximam e nos tornam humanos. Se tivéssemos a percepção correta do horrível peso que representa a mentira, chegaríamos à conclusão que é um crime maior do que muitos outros crimes. Além disso, temos farta literatura no Judiciário e pesquisas na área comportamental que comprovam uma triste realidade: uma vez adquirido o hábito da mentira, é impressionante constatar como é praticamente impossível desistir dele".

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Otimismo

O otimismo dos brasileiros segue firme, embora não atravesse a melhor fase. Em relação ao futuro, a maioria continua a pensar que nada vai piorar. Vamos em frente... Afinal, continuamos em primeiro lugar no consumo de antidepressivos. 

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Aborto é questão de foro íntimo

É questão de foro íntimo, cada pessoa deve decidir sobre isso de acordo com sua consciência. Hoje, as leis do país admitem a interrupção de gravidez em caso de estupro, risco de morte da mãe ou encefalia.
Cientificamente, o aborto corresponde a uma morte provocada de um ser vivo, que será impedido de desenvolver-se na sua plenitude. Por mais que se queira relativizar, este é um fato.
Juridicamente, desde a antiguidade, o aborto é tipificado como crime. Só no século passado foram estabelecidos os limites do risco de morte da mãe e do feto gerado por estupro. Mais recentemente, foram incluídos os casos de encefalia.
Quem condena o aborto alega que ele vai contra todas as conquistas que a humanidade conseguiu desde que é humanidade.
Os humanistas rejeitam o aborto e argumentam que estamos no rumo da desumanização crescente. O aborto, segundo esse ponto de vista, fere a dignidade humana e a defesa dos Direitos Humanos. Isto não teria nada a ver com a religião ou igrejas, afirmam eles.
Se tenho vida, não seria ético apoiar leis ou fazer campanhas para impedir que outros tenham, argumentam ainda, lembrando que muita gente defende a vida de espécies animais em extinção, mas não dá importância alguma para a morte de fetos humanos.
A propósito: os animais, ditos irracionais, preservam a própria espécie. O aborto só existe entre humanos.
Para todas as igrejas e crenças religiosas o aborto é um dogma. Na Católica, se há risco de vida entre a grávida e o bebê a determinação é salvar o bebê, se a mãe for batizada.
 
Em razão do batismo, a mãe ganharia o reino de Deus, enquanto o bebê, sem o batismo, vagaria sem luz pela eternidade. A crença espiritual, como se vê, leva a discussão sobre o aborto para uma esfera totalmente irracional.  
Já o mundo da razão usa o pragmatismo para aprovar a legalização do aborto. Se a mulher faz aborto legal, no hospital, com assistência médica, tem alta em questão de horas.
Em caso do aborto ilegal podem ocorrer complicações que exigem dias de internação. Ou mesmo a morte. Logo, a conta do aborto clandestino é mais alta.
 
A legalização, em razão desta conta, vem sendo aprovada em plebiscitos até em países católicos como Espanha, Itália e Portugal.  

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

O velho, o rapaz e um burro

Um velho, um rapaz e um burro na estrada.
Em fila indiana os três caminhavam.
Passou uma velha e pôs-se a troçar:
-O burro vai leve e sem se cansar!
O velho então pra não ser mais troçado,
Resolve no burro ir ele montado.
Chegou uma moça e pôs-se a dizer:
-Ai, coisa feia! Que triste que é ver!
O velho no burro, enquanto o rapaz,
Pequeno e cansado, a pé vai atrás!
O velho desceu e o filho montou.
Mas logo na estrada alguém gritou:
-Bem se vê que o mundo está transtornado!
O pai vai a pé e o filho montado!
O velho parou, pensou e depois
Em cima do burro montaram os dois.
Assim pela estrada seguiram os três:
Mas ouvem ralhar pela quarta vez:
Um rapaz já grande e um velho casmurro.
São cargas de mais no lombo de um burro!
Então o velhote seu filho fitou
E com tais palavras, sério, falou:
Aprende, rapaz, a não te importar,
Se a boca do mundo de ti murmurar.
Sophia de Mello Breyner Andersen

Abaixo,
versão mais antiga da mesma história, também em versos, mas com autoria desconhecida:  
 
O velho, o rapaz e o burro
 
O Mundo ralha de tudo,
Tenha ou não tenha razão,
Quero contar uma história
Em prova desta asserção.
Partia um velho campónio
Do seu monte ao povoado,
Levava um neto que tinha
No seu burrinho montado:
Encontra uns homens que dizem:
"Olha aquela que tal é!
Montado o rapaz que é forte,
E o velho trôpego a pé."
"Tapemos a boca ao mundo",
O velho disse: "Rapaz,
desce do burro, qu'eu monto,
E vem caminhando atrás."
Monta-se, mas dizer ouve:
"Que patetice tão rata!
O tamanhão de burrinho,
E o pobre pequeno à pata."
"Eu me apeio", dis prudente
O velho de boa-fé,
"Vá o burro sem carrego,
E vamos ambos a pé."
Apeiam-se, e outros lhe dizem:
"Toleirões, calcando lama!
De que lhes serve o burrinho?
Dormem com ele na cama?"
"Rapaz", diz o bom do velho,
"Se de irmos a pé murmuram,
Ambos no burro montemos,
A ver se inda nos censuram".
Montam, mas ouvem de um lado:
"Apeiem-se, almas de breu,
Querem matar o burrinho?
Aposto que não é seu."
"Vamos ao chão", diz o velho,
"Já não sei qu'ei-de fazer!
O mundo está de tal sorte,
Que se não pode entender.
É mau se monto no burro,
Se o rapaz monta, mau é,
Se ambos montamos, é mau,
E é mau se vamos a pé:
De tudo me têm ralhado,
Agora que mais me resta?
Peguemos no burro às costas,
Façamos inda mais esta."
Pegam no burro: o bom velho
Pelas mãos o ergue do chão,
Pega-lhe o rapaz nas pernas,
E assim caminhando vão.
"Olhem dois loucos varridos!",
Ouvem com grande sussuro,
"Fazendo mundo às avessas,
Tornados burros do burro!"
O velho então pára e exclama:
"Do qu' observo me confundo!
Por mais qu'a gente se mate
Nunca tapa a boca ao mundo.
Rapaz, vamos como dantes,
Sirvam-nos estas lições;
É mais que tolo quem dá
Ao mundo satisfações."

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Quem escreve quer alguma coisa...


Quem escreve quer alguma coisa. Ainda que seja um twitter de vez em quando, a gente busca a exposição, a visibilidade. E quando acabamos de escrever ficamos pensando nas pessoas que estão lendo. Seria errado negar ou dizer que isso não é  importante. Tão importante quanto saber que um amigo perguntou «o que é feito de nossa vida, onde estamos trabalhando e o que estamos fazendo». 
Gostamos de pensar que estamos sendo aprovados. O problema aqui é a consciência de que nunca vamos conseguir voltar ao tom que tivemos  quando estávamos no auge da vida profissional e da exposição pessoal e social. Nunca se consegue. Tem-se impacto enquanto se é novo, depois dos 50 é difícil.
Eu falo por mim, não me entendam mal, mas todas as coisas das quais participei na juventude tiveram êxito. Com o passar dos anos tudo mudou e algumas das empreitadas em que me meti fracassaram terrivelmente.  De vez em quando penso que o impacto só se consegue quando não nos conhecem. Penso, igualmente, que quando somos jovens e não nos conhecem a gente tem mais coragem.

Os textos que escrevo agora são menos polêmicos. Digamos que são mais maduros. São mais chatos? Não posso negar, estou mais velha mas ainda não fiquei cega. Bem, o que  posso fazer a esse respeito é manter em segredo um plano de reforma pessoal que inclui muito veneno. Como canta o rei Roberto Carlos: estou guardando o que há de bom em mim...

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Hitler e os animais

O nazismo foi o primeiro regime do mundo a reconhecer os direitos dos cães.

Em 1933, Hitler abriu Darau, campo de concentração perto de Munique, tendo como prisioneiros os dirigentes comunistas, trotskistas, social-democratas e líderes dos sindicatos. O objetivo de Hitler era massacrar e assassinar seres humanos nos campos de concentração.

No mesmo ano (1933) Hitler fez discurso radical em defesa dos animais. «No novo Reich nunca mais se permitirá a crueldade com os animais», afirmou.

Em 1934, Hitler proibiu a caça. Em 1937 regulou o transporte de animais por estrada e, em 1938, o de comboio, para que os bichos fossem transportados em condições decentes. Ao mesmo tempo, os judeus eram jogados em vagões a caminho da morte, em condições piores que os animais. 

Na mesma época, Hitler tornou-se vegetariano, alegando respeito aos direitos dos animais. E proibiu as experiências científicas com os bichos. Fez isso depois de promover experiências abomináveis com judeus.

É muito perturbador ver o tamanho das contradições da história da raça humana.   

 

 

Em seis palavras



  • O grande escritor norte-americano Ernest Hemingway escreveu uma história em seis palavras: “Vende-se: sapatos de bebé. Nunca usados”, e chamou-lhe o seu melhor conto. Isto inspirou a revista Wired a pedir a vários escritores a escreverem contos igualmente curtos que estão abaixo. Todos com seis palavras. Aqui estão:
  •  



Computador, nós trouxemos pilhas? Computador? Computador?
– Eileen Gunn


Camisa tirada à pressa. Cabeça não.
– Joss Whedon

do tempo. Inesperadamente, inventara uma máquina
– Alan Moore

Eu desejei-o. Eu tive-o. Que merda.
– Margaret Atwood

O pénis dele rasgou-se; ele engravidou!
– Rudy Rucker

A Internet acordou? Estupi… Unknown error.
– Charles Stross

Com as mãos sangrentas, digo adeus.
– Frank Miller

Dia perdido. Vida perdida. A sobremesa.
– Steven Meretzky

Demasiado caro continuar a ser humano.
– Bruce Sterling

Atrás de ti! Corre antes que
– Rockne S. O’Bannon

Morri. E tive saudades tuas. Beijas-me?
– Neil Gaiman

O Kirby nunca tinha comido unhas.
– Kevin Smith

Para salvar a humanidade, morreu outra vez.
– Ben Bova

“Não acreditava que disparara sobre mim.”
– Howard Chaykin

Coração partido, 45, desejo conhecer mutilado.
– Mark Millar

Tic tac, tic tac, tic tic.
– Neal Stephenson

Epitáfio: Não o devia ter alimentado.
– Brian Herbert

Pensei que tinha razão. Não tinha.
– Graeme Gibson

Por favor, é tudo. Eu juro.
– Orson Scott Card

Isto serve? – perguntou o escritor preguiçoso.
– Ken MacLeod

No começo a Palavra já existia
– Gregory Maguire

Escândalo sexual mediático. Molusco gigante suspeito.
– Margaret Atwood

Leia: “É teu filho.” Luke: “Ups…”
– Steven Meretzky
Estas histórias no original, e outras, estão aqui: http://wired.com/wired/archive/14.11/sixwords.html

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Solenidade e risco

 
"Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco".


Sophia de Mello Breyner
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Barão de Rio Branco

José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão de Rio Branco, foi um daqueles raros homens de uma nobreza de espírito e intelectual invejável, político e diplomata exemplar que através do pragmatismo político soube servir da melhor forma possível o seu país numa conjuntura doméstica e internacional pouco amistosa.

Em 1892 com o advento da revolução que derrubou a única monarquia da América Latina, os republicanos imbuídos de um visão romântica e idealista, que acabaria por ser prejudicial ao Brasil – onde é que eu já ouvi isto? – tomaram as rédeas da diplomacia brasileira, transferindo o eixo fundamental dessa de Londres para Washington.

Acreditavam numa aproximação às repúblicas americanas, através da retórica pan-americana, dessa forma iniciando-se o movimento que viria a ser considerado um dos paradigmas da Política Exterior Brasileira, a Aliança Especial com os Estados Unidos.

Esta visão romântica que se aproximava aos ideais Bolivariano e Monroista, após diversos falhanços, entre os quais, concessões exageradas à Argentina em matéria de definição de limites territoriais, acabaria por ser substituída por uma visão mais próxima da realidade, ironicamente, fruto do trabalho de um homem ligado ao Império.

De 1902 a 1912, o Barão reorientou a diplomacia brasileira sob a índole do realismo e pragmatismo, constituindo o eixo das relações especiais com os Estados Unidos (durante a sua estada à frente do Itamaraty essas pautaram-se pelo alinhamento pragmático, ou seja, com recompensas, por oposição ao alinhamento automático, sem qualquer tipo de recompensa), restaurando o prestígio da diplomacia espelhada na época do Império, concluindo todas as negociações sobre limites territoriais à epóca, salvaguardando a soberania do Estado Brasileiro e esboçando ainda a primeira tentativa de integração em bloco na América Latina, embora não concretizada, o Pacto ABC (Argentina, Brasil, Chile).

Enquanto assistia à turbulência que perpassava o país sob o governo de Hermes da Fonseca, também a sua saúde se tornava cada vez mais débil, pelo que acabaria por se demitir em Janeiro de 1912, falecendo um mês depois, diz-se, pelo desgosto de ver o seu país em tal estado.

Para o Barão, filho do Visconde de Rio Branco, a sua descendência portuguesa e nobiliárquica eram motivo de orgulho, porém o seu sentido de Estado predominou sobre qualquer tipo de idealismo, ideologia ou artifício social. É notável e admirável como um monárquico convicto serviu o Estado Brasileiro republicano de forma exemplar.

Homem dotado de uma inteligência invulgar, deixaria para o futuro o que ficaria conhecido como o “Legado de Rio Branco”, que ainda hoje enforma a base da escola diplomática brasileira, que em sua honra instituiu o Instituto Rio Branco. Era de tal forma importante para os brasileiros, que sempre o viram como o indivíduo mais capaz para conduzir a chancelaria, que a notícia da sua morte abalou toda a sociedade, pelo que nesse ano se adiou a comemoração do Carnaval.

Rio Branco provou que acima de ideologias ou maniqueísmos está um sentido de Estado que todos os verdadeiros estadistas deviam possuir. Infelizmente isso vai sendo cada vez mais raro...

 
Texto de Samuel de Paiva Pires, em 29.10.07

sábado, 28 de setembro de 2019

Sobre a amizade

" O contrário da amizade não é tanto a inimizade mas a estranheza. Dois amigos perdem a amizade quando deixam de se reconhecer um ao outro; quando optam por caminhos diferentes, habitantes de um mundo já que não partilham. E mesmo que tais caminhos se cruzem, como pode sempre acontecer, eles continuarão a ser  distantes e irreconciliáveis. "Que havemos de nos tornar estranhos é a lei em cima de nós", escreve Nietzsche em A Gaia Ciência. "Pelo mesmo motivo, deveremos tornar-nos mais veneráveis um para o outro, e a memória da nossa amizade ainda mais sagrada". Este é um fragmento consolador no qual comecei a pensar quando me apercebi de que também tenho as minhas amizades antigas, alienadas, dependentes da mesma lei da Gaia Ciência. A consolação está em que eu também posso imaginar essas amizades perdidas como memórias ou estrelas que assiduamente me visitam. Deverei por isso respeitá-las".
PedroLomba

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Memórias

As horas mais duras da vida conheci-as durante a juventude, nos meus anos de Juiz de Fora. Até hoje quando passo pelo calçadão da rua Halfeld sinto um aperto no peito, como se continuassem presentes os temores do passado. Juiz de Fora não foi para mim um lugar alegre nem feliz, mas uma cidade onde entendi o que significa ter medo de dar errado na vida. 

domingo, 1 de setembro de 2019

Você sabe quem foi Eróstrato?


Tem gente que deseja ser célebre mesmo à maneira de Eróstrato, incendiário grego que com o único objetivo de conseguir fama a qualquer preço foi capaz de destruir o templo de Artemis - considerado uma das Sete Maravilhas da Antiguidade.• 1 Síndrome de Eróstrato - é um termo usado pela ciência comportamental para descrever terroristas que perpetuaram atos hediondos com o objetivo de ser lembrados.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

26 de agosto de 2019


G7 quer ajudar a combater incêndios na Amazônia - anunciou Emmanuel Macron, sem dar detalhes sobre como ou quando isso será feito. PF vai investigar se houve incêndio criminoso no Pará @Estadao: Pedidos para abrir sindicato despencam após reforma - Fim da obrigatoriedade da contribuição sindical explica queda. Atos pedem veto de Bolsonaro a projeto - Ao menos 12 Estados e o DF tiveram atos ontem pedindo o veto ao abuso de autoridade aprovado pelo Congresso. @Folha: Senado negocia pacto que atinge 1 milhão de credores - Para aprovar reforma da Previdência, pagamento de precatórios deve ser adiado. Aqui, abaixo, resumo das capas:
https://blogdajornalistavandacelia.blogspot.com/

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26 de agosto de 2019

O Globo

Manchete: Macron promete ajuda de países ricos à Amazônia - Francês diz haver ‘convergência' no G7 para apoio técnico e financeiro.

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou ontem que o grupo das nações mais ricas do mundo (G7) concordou em oferecer auxílio técnico e financeiro aos países atingidos pelas queimadas na Amazônia. Ele, porém, não deu detalhes de como ou quando isso será feito. O presidente Jair Bolsonaro, que aceitou apoio de Israel, não comentou a promessa de Macron, que moderou as críticas ao brasileiro. Sete estados já pediram ajuda federal para combater os incêndios, e hoje Amapá e Maranhão farão o mesmo. (PÁGINAS 19 e 21)

Mortes por policiais crescem em nove estados - Números mostram que aumento de autos de resistência nem sempre tem relação com queda de homicídios

Dados de 14 estados e do Distrito Federal mostram que, embora haja o avanço de mortes por policiais em nove estados este ano, não é possível relacioná-los às quedas de homicídios no país, fenômeno que O GLOBO vem mostrando em série de reportagens desde domingo. (PÁGINA 4)

Witzel quer novo modelo de privatização da Cedae - Apostando numa valorização da Cedae com a eventual aprovação de novo marco regulatório para o saneamento, o estado pede ao BNDES que refaça modelo de venda da empresa. (PÁGINA 10)

Tráfico toma condomínio do Minha Casa Minha Vida em Niterói (PÁGINA 15)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Pedidos para abrir sindicato despencam após reforma - Fim da obrigatoriedade da contribuição sindical explica queda: de janeiro a agosto foram apenas 176 solicitações.

Os pedidos de abertura de sindicatos caíram muito após o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, em vigor desde novembro de 2017. Dados do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais, do Ministério da Economia, apontam que apenas 176 registros foram solicitados neste ano até meados de agosto – e 106 concedidos. Em anos anteriores à mudança, o número rondava a casa dos 800 pedidos. Em 2018, primeiro ano completo da reforma trabalhista, 470 solicitações foram registradas – e 174 atendidas. Tanto governo quanto grandes entidades sindicais avaliam que por trás dos dados está o estancamento da criação de sindicatos que surgiam apenas para viver do fácil financiamento que vigorou por décadas no País. Atualmente, o desconto sindical só ocorre quando o trabalhador autoriza, medida que representou um baque financeiro para o setor. (PÁG. B1)

Concessão de creches - Governo avalia repassar mais de mil creches à iniciativa privada. Segundo a secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos, Martha Seillier, ideia é atrair parceiro para acabar obras, administrar operações e ofertar vagas. (PÁG. B1)

Países ricos prometem ajuda contra queimadas - Reunidos na cúpula do G-7, os países mais ricos do mundo vão ajudar as nações afetadas pelos incêndios na Amazônia, anunciou ontem o presidente da França, Emmanuel Macron. Segundo ele, serão “compromissos concretos de recursos técnicos e financeiros”. Angela Merkel disse que reflorestamento será discutido com o Brasil quando os incêndios cessarem. (METRÓPOLE / PÁG. A10)

Foto-legenda: Produtores contam prejuízos do fogo - Adriano Santos (foto), diante da plantação de eucaliptos queimada na fazenda que administra em Humaitá, Amazonas: produtores rurais que nas últimas décadas avançaram com monoculturas e rebanhos de gado sobre o arco norte do País também veem, impotentes, seus negócios virarem cinzas na Amazônia. (METRÓPOLE / PÁG. A10)

PF vai investigar se houve incêndio criminoso no Pará - A pedido do presidente Jair Bolsonaro, a Polícia Federal vai investigar supostos incêndios criminosos no Pará. O ponto de partida será a atuação de um grupo de 70 pessoas que teria se articulado no Whatsapp para promover queimadas no dia 10 de agosto. (METRÓPOLE / PÁG. A11)

Novo deve discutir suspensão de Ricardo Salles - O deputado estadual Chicão Bulhões (Novo) disse que pediu a suspensão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, do quadro de filiados do partido. Ele questiona “postura inadequada” contra dados científicos. (POLÍTICA / PÁG. A6)

Atos pedem veto de Bolsonaro a projeto - Ao menos 12 Estados e o Distrito Federal tiveram atos ontem pedindo o veto de Jair Bolsonaro ao projeto que criminaliza o abuso de autoridade, aprovado pelo Congresso. (POLÍTICA PÁG. A4)

Foto-legenda: A volta dos armeiros - Agenda pró-arma impulsiona registros, que cresceram 42%, e multiplica número de profissionais que consertam armas, como Sandro Severo. (POLÍTICA / PÁG. A7)

'Dinheiro é para fazer mais dinheiro' - Com patrimônio de R$ 2 bilhões – e encarando o metrô diariamente –, o paulistano de 80 anos não se preocupa com a oscilação da Bolsa: sua aposta é nas ações que pagam bons dividendos. “Não compro como a maioria. Sou sócio das empresas.” (ECONOMIA / PÁG. B8)

CIDA DAMASCO - Mesmo com acordo União Europeia-Mercosul seguindo em frente, País continuará sendo visto com desconfiança. (ECONOMIA / PÁG. B5)

NOTAS&INFORMAÇÕES –

Irresponsabilidade fiscal -Guardião da Constituição, STF deve zelar pela efetividade de suas normas, promovendo – e não dificultando – medidas que assegurem a responsabilidade fiscal. (PÁG. A3)

Simplismo tributário - Se o interesse do governo é arrecadar mais, o primeiro passo é não atrapalhar quem produz. (PÁG. A3)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Senado negocia pacto que atinge 1 milhão de credores - Para aprovar reforma da Previdência, pagamento de precatórios deve ser adiado.

O Senado prepara uma moratória no pagamento de precatórios com potencial para prejudicar mais de um milhão de credores. A medida é uma das contra partidas negociadas pelo governo no chamado pacto federativo para aprovar a reforma da Previdência. Segundo o acordo costurado pelo presidente do Senado, Davi Acolumbre (DEM-AP), será prorrogado de 2024 para 2028 o prazo para que estados e os municípios quitem suas dívidas. Se aprovada, será a sexta moratória que os credores terão que enfrentar. Precatório é uma ordem de pagamento que o Judiciário emite ao cobrar dívidas dos entes públicos após condenações definitivas. Podem ser alimentares (referentes a salários e aposentadorias) ou de natureza comum, decorrentes de desapropriações de imóveis e tributos. O Conselho Nacional de Justiça estima que a dívida total em precatórios some R$ 141 bilhões. A OAB contabiliza em mais de 1 milhão os credores na fila de espera dos pagamentos. Há casos de pessoas que aguardam pelos depósitos desde os anos 80. (Mercado A17)

G7 quer ajudar a combater incêndios na Amazônia - Os líderes do G7 concordaram em ajudar “o mais rapidamente possível” os países afetados pelos incêndios na Amazônia, anunciou o presidente francês, Emmanuel Macron. Ele havia criticado o presidente Bolsonaro por não combater o desmatamento. “Há uma convergência real para dizer que todos concordamos em ajudar os países atingidos por esses incêndios”, disse Macron, anfitrião da cúpula. Ele citou o pedido de vários países atingidos pelos incêndios, especialmente a Colômbia. (Ambiente A12)

É possível multar desmate como se faz com trânsito - O engenheiro florestal Tasso Azevedo diz que, graças ao monitoramento por satélite, já é se pode multar propriedades rurais da mesma forma com que radares produzem multas de trânsito. “O que falta é transformar os alertas em ações efetivas”, afirma. (A12)

Não podemos ficar sem a verba do Fundo Amazônia - O Fundo Amazônia é essencial para a conservação da floresta, afirma Wilson Miranda Lima (PSC), governador do Amazonas. Ele cogita, se necessário, formar um consórcio entre os estados, sem o governo federal, para buscar dinheiro internacional. (A13)

Brasil foi levado para coxia do debate ambiental - Tabata Amaral - Ao ver conspiração, Bolsonaro tirou nosso protagonismo no tema. (A12)

Governo Alckmin construiu viaduto sem utilidade pública - Pista elevada da Nova Tamoios Contornos, que custou R$ 3 milhões aos cofres de SR liga a estrada a apenas uma fazenda em Caraguatatuba, pertencente à empreiteira que fez a obra (Poder A4)

Editoriais

Privatize-se -Sobre planos ainda tímidos para venda de estatais.

Mais horas na escola - Acerca de importância do ensino em tempo integral. (Opinião A2)

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