sábado, 31 de março de 2012

A propósito da morte...

Requiem
Há mortos que demoram a morrer
é inútil sepultá-los, eles voltam.
Demoram-se por vezes numa sombra
num braço de cadeira ou
no rebordo partido de uma chávena.
Ou então escondem-se
em pequenas caixas sobre as mesas.
Há objetos que ficam cheios deles,
são como o rosto transmudado dos ausentes,
sua marca na casa e no efémero.
Por isso custa tanto retirar o prato e o talher,
arrumar os fatos, desfazer a cama.
Há mortosque nunca mais se vão embora.
Há mortos que não param de doer.
Manuel Alegre

quinta-feira, 29 de março de 2012

Nossa noção de tempo...


Tenho tanto medo da morte que a idéia do tempo passando me dá um certo pânico. Então, comecei a ler sobre o tempo e nossa forma de perceber sua passagem. Descobri algumas coisas que repasso a vocês:

1)Nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol. O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio… você começará a perder a noção do tempo.

2) Nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho. Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia.

3) Só quando você vive uma experiência pela primeira vez, seu cérebro dedica recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e “apagando” as experiências duplicadas.

4) Se você entendeu os pontos anteriores vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente. Pense quando você começa a dirigir um automóvel e tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.

5) Como passamos a dirigir de forma automática? Como isso acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente) O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência).

6) Isso significa que você não vivencia muitas das experiências que vive, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa…são apagados de sua noção de passagem do tempo. Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.

7) Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir, as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações…enfim… as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo. Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.

8) Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera, que os anos voam é a… rotina. A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.

9) O antídoto para a passagem automática do tempo é mudar, fazer algo diferente. Mudar de paisagem, tirar férias com a família...mandar cartões postais. Comemore aniversários e estabeleça rituais para criar momentos especiais. Quebre a rotina, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo. Tenha mais paixão e viva momentos diferentes.

10) Cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes. É vivendo experiências diferentes que o tempo vai parecer mais longo. E, seguramente, muito mais divertido.

Texto: Airton Luiz Mendonça do jornal O Estado de São Paulo)

quarta-feira, 28 de março de 2012

Millôr e os meninos com o pirulito de fora...


Estudei na Universidade Federal de Juiz de Fora e os formandos do curso de Jornalismo de 1979 convidaram Millôr Fernandes para ser paraninfo. Felizmente, ele aceitou a homenagem. Três décadas depois, ainda me lembro de trechos inteiros do discurso que, naquela noite inesquecível, Millôr fez no auditório da Escola de Música. “Como moribundo gentil, vendo que o hospital precisava do seu leito, serei breve”, disse, ao começar a falar. Todo o mundo caiu na gargalhada.

“Desejo a todos muita sorte e uma bela carreira nessa profissão sempre árdua e, agora, como em tantas vezes na história, até heróica. Com um grande abraço a todos, gostaria apenas que meus jovens colegas soubessem que, sejam quais forem as nossas dificuldades, a profissão de jornalista compensa, senão por outro, pelo simples fato de que a imprensa é uma dessas raras atividades em que o homem se sente vivo o tempo todo”.

Depois de outras afirmações igualmente inspiradoras, Millôr cunhou mais uma das suas grandes frases: “Jornal se faz na Oposição, o resto é armazém de secos e molhados”. Ao final, anunciou que nos daria um conselho e disse mais ou menos o seguinte: nenhum de vocês deve esquecer que toda e qualquer censura sempre será feroz e abominável, mas inócua. Tanto que nenhum censor, em tempo algum, conseguiu impedir que os meninos viessem ao mundo com o pirulito de fora...

Hoje, ao saber da morte de Millôr não pude deixar de ficar emocionada e de lembrar da genialidade e da generosidade do mais espetacular paraninfo da história da escola de jornalismo de Juiz de Fora. Ele iluminava o caminho dos que tinham a sorte de vê-lo pessoalmente, ainda que uma só vez na vida. Como escreveu lindamente  Fernando Pessoa: “...a vida é pequena e rápida, mas vale o instante". Como aquele.

terça-feira, 27 de março de 2012

Pontes de entendimento...

Os jornais noticiam escândalos quase diários do Congresso e fico me lembrando que Sancho Pança dava um bom conselho a Dom Quixote: “Olhe mestre, olhe bem o que está falando”. Por falta de um Sancho Pança, alguns políticos brasileiros estão se confrontando com o bom senso, ignorando princípios que são a condição da convivência civilizada e jogando no lixo o sentido da utopia e da esperança.

É tão necessária, e ao mesmo tempo tão difícil, a reconstrução do vínculo entre política e sociedade no Brasil. Pontes estratégicas ruíram e não resta confiança para acordos entre aliados, muito menos conversas entre adversários para aprovação de projetos convergentes. Suspeito até que parcela significativa da população acredite, sinceramente, que o Congresso é desnecessário.

Fico estarrecida, às vezes. Será que não percebem que estão minando o futuro? Penso que devíamos fazer um grande movimento político para discutir a imunidade parlamentar em tempo de democracia. A verdade é que o único aspecto da imunidade parlamentar que deveria prevalecer é o direito de expressar idéias. Quem comete crimes não pode se esconder atrás de mandato. Não é para proteger criminosos que as pessoas votam.

Em outras palavras: precisamos de uma ponte de entendimento entre as pessoas e os políticos que formam a base mais sólida do Parlamento. Foi com base em pontes de entendimento com a população que os grandes partidos construíram suas bancadas. Nenhum eleitor escolheu representantes pensando que eles poderiam, um dia, enfrentar o país baseados na maioria potencial de votos dos seus partidos.

O limite das pessoas de bem é claro: elas rejeitam atos ilegais e, firmemente, descartam a violência. Acredito também que não aceitam a idéia de que não são mais donas de seu futuro porque estão sendo manipuladas por políticos que só agem em defesa de interesses pessoais imediatos sem pensar no país. Como diria Sancho Pança, seria melhor que o mundo político pensasse muito bem no que está fazendo...

segunda-feira, 26 de março de 2012

Simplesmente ler...



Simplesmente ler

Ler sempre.
Ler muito.
Ler “quase” tudo
Ler com os olhos, os ouvidos, com o tato, pelos poros e demais sentidos.
Ler com razão e sensibilidade.
Ler desejos, o tempo, o som do silêncio e do vento.
Ler imagens, paisagens, viagens.
Ler verdades e mentiras.
Ler para obter informações, inquietações, dor e prazer.
Ler o fracasso, o sucesso, o ilegível, o impensável, as entrelinhas.
Ler na escola, em casa, no campo, na estrada, em qualquer lugar.
Ler a vida e a morte.
Saber ser leitor tendo o direito de saber ler.
Ler, simplesmente ler.

Edith Chacon Theodoro

domingo, 25 de março de 2012

Os quatro pilares da imprensa livre - ALBERT CAMUS



Da Folha de S. Paulo- Inédito

O dever de um jornalista em 1939 no manifesto censurado de Camus

RESUMO Em manifesto de 1939 que só veio a ser publicado na semana passada, o escritor francês propõe a discussão sobre liberdade de imprensa em termos individuais e formula os quatro recursos de que o jornalista deve lançar mão para manter-se livre, mesmo sob censura: a lucidez, a recusa, a ironia e a obstinação.

ALBERT CAMUS
tradução PAULO WERNECK

A história do manifesto

PUBLICADO PELA primeira vez no último domingo (18) pelo jornal "Le Monde", o manifesto de Camus deveria ter aparecido na edição de 25 de novembro de 1939 do jornal "Le Soir Républicain".
Coeditado por Albert Camus em Argel, o jornal se resumia a uma página frente e verso. Teve só 117 edições: em janeiro de 1940, foi proibido pelo governador de Argel.

Ao mesmo tempo que, em Paris, a imprensa denunciava a manipulação da informação feita por Hitler, os jornalistas da maior colônia francesa (que conquistaria sua independência em 1962) eram submetidos à censura oficial.

A contradição não escapou ao jovem Camus, então com 26 anos, que a denunciava em seus textos no "Le Soir Républicain".

Francês nascido na Argélia, pacifista engajado na luta pela liberdade em sua terra natal, o Nobel de Literatura de 1957 fez das contradições do colonialismo um dos pilares de sua ficção, em romances como "O Estrangeiro".

A repórter Macha Séry, do "Le Monde", localizou o texto nos Archives Nationales d'Outre-Mer, em Aix-en-Provence. Embora não esteja assinado, o texto teve sua autenticidade comprovada, afirmaram à Folha os herdeiros de Camus.


É DIFÍCIL, HOJE em dia, evocar a liberdade de imprensa sem ser tachado de extravagante, acusado de ser Mata Hari, sem se ver convencido de ser sobrinho de Stálin.
No entanto, essa liberdade, entre outras, é só um dos rostos da liberdade pura e simples, e nossa obstinação em defendê-la será compreendida se houver boa vontade para admitir que não há outra maneira de vencer de fato a guerra.

É certo que toda liberdade tem seus limites. É preciso, ainda, que eles sejam reconhecidos. Sobre os obstáculos que hoje são postos à liberdade de pensamento, aliás, já dissemos tudo o que foi possível dizer e diremos novamente, à saciedade, tudo o que nos será possível dizer.

Em particular, uma vez imposto o princípio da censura, jamais nos espantará o bastante ver que a reprodução de textos publicados na França e examinados pelos censores da metrópole seja proibida no "Soir Républicain" [jornal publicado em Argel, do qual Albert Camus era redator-chefe], por exemplo.
O fato de que, a esse respeito, um jornal dependa do humor ou da competência de um homem demonstra melhor do que qualquer outra coisa o grau de inconsciência a que chegamos.

Um dos bons preceitos de uma filosofia digna desse nome é o de jamais se derramar em lamentações inúteis diante de um estado de fato, que não pode mais ser evitado.

A questão na França não é mais a de saber como preservar as liberdades da imprensa. É a de procurar saber como, diante da supressão dessas liberdades, um jornalista pode permanecer livre. O problema não interessa mais à coletividade. Ele diz respeito ao indivíduo.

MEIOS E justamente o que nos agradaria definir aqui são as condições e os meios pelos quais, no próprio seio da guerra e de suas servidões, a liberdade pode ser não somente preservada, mas também manifestada. Esses meios são quatro: a lucidez, a recusa, a ironia e a obstinação.

A lucidez pressupõe a resistência aos movimentos do ódio e ao culto da fatalidade. No mundo de nossa experiência, é certo que tudo pode ser evitado. A própria guerra, que é um fenômeno humano, pode ser a todo momento evitada ou interrompida por meios humanos.

Basta conhecer a história dos últimos anos da política europeia para nos convencermos de que a guerra, seja ela qual for, tem causas óbvias. Essa visão clara das coisas exclui o ódio cego e o desespero que deixa estar.

Um jornalista livre, em 1939, não se desespera e luta pelo que acredita ser verdadeiro como se a sua ação pudesse influenciar o curso dos acontecimentos. Não publica nada que possa incitar ao ódio ou provocar o desespero. Tudo isso está em seu poder.

Em face da maré de besteiras, é preciso igualmente opor algumas recusas. Nenhuma das limitações do mundo leva um espírito um pouco limpo a aceitar ser desonesto. Ora, por menos que conheçamos o mecanismo das informações, é fácil nos assegurarmos da autenticidade de uma notícia.

É a isso que um jornalista livre deve dedicar a sua atenção. Pois, se ele não pode dizer o que pensa, pode não dizer o que não pensa ou o que acredita ser falso. E é assim que se mede um jornal livre: tanto pelo que diz como pelo que não diz. Essa liberdade bem negativa será, de longe, a mais importante de todas, se soubermos mantê-la.

Pois ela prepara o advento da verdadeira liberdade. Em consequência disso, um jornal independente dá a fonte de suas informações, ajuda o público a avaliá-las, repudia as cascatas, suprime as injúrias, compensa, em comentários, a uniformização das informações e, em resumo, serve à verdade na medida humana de suas forças. Essa medida, por mais relativa que seja, lhe permite ao menos recusar aquilo que nenhuma força no mundo pode fazê-lo aceitar: servir à mentira.

Chegamos, assim, à ironia. Podemos estabelecer que, em princípio, um espírito que tem gosto e os meios para impor limitações é impermeável à ironia. Não vemos Hitler, para tomar apenas um exemplo entre outros, utilizar a ironia socrática.

Conclui-se que a ironia permanece como uma arma sem precedentes contra os poderosos demais. Ela completa a recusa na medida em que permite não rejeitar o que é falso, mas muitas vezes dizer o que é verdadeiro. Um jornalista livre, em 1939, não tem muitas ilusões sobre a inteligência daqueles que o oprimem. Ele é pessimista no que diz respeito ao homem.

A cada dez verdades ditas em tom dogmático, nove são censuradas. Essa disposição ilustra com bastante exatidão as possibilidades da inteligência humana.

Ela explica também que jornais franceses como "Le Merle" ou "Le Canard Enchaîné" [jornais satíricos parisienses] possam publicar regularmente os corajosos artigos que conhecemos. Um jornalista livre, em 1939, é portanto necessariamente irônico, ainda que, volta e meia, a contragosto. Mas a verdade e a liberdade são amantes exigentes, pois têm poucos apreciadores.

OBSTINAÇÃO Com essa atitude de espírito brevemente definida, é claro que ela não se poderia sustentar de modo eficaz sem um mínimo de obstinação. Não são poucos os obstáculos à liberdade de expressão. Não são os mais graves deles que poderão desencorajar um espírito. Pois as ameaças, os empastelamentos, as perseguições geralmente obtêm na França o efeito oposto ao que propõem.

É preciso reconhecer, porém, que há obstáculos desencorajadores: a constância na tolice, a covardia organizada, a ininteligência agressiva -e por aí vai. Eis o grande obstáculo sobre o qual é preciso triunfar. A obstinação é aqui uma virtude cardeal. Por um paradoxo curioso, porém óbvio, ela se põe a serviço da objetividade e da tolerância.

Eis, portanto, um conjunto de regras para preservar a liberdade até mesmo dentro da servidão. E depois?, diremos. Depois? Não sejamos tão apressados.

Se cada francês quiser apenas manter em sua esfera tudo o que acredita ser verdadeiro e justo, se quiser ajudar de sua frágil parte a manutenção da liberdade, resistir ao abandono e divulgar sua vontade, então, e somente então, essa guerra estará ganha, no sentido profundo da palavra.

Sim, é muitas vezes a contragosto que um espírito livre deste século faz sentir a sua ironia. O que encontrar de agradável neste mundo inflamado? A virtude do homem, porém, é a de se manter diante de tudo o que o nega.

Ninguém quer recomeçar em 25 anos a dupla experiência de 1914 e de 1939. É preciso, portanto, testar um método ainda novo em folha, que seria a justiça e a generosidade. Mas estas só se exprimem nos corações já livres e nos espíritos ainda clarividentes.

Formar esses corações e esses espíritos, ou melhor, despertá-los, é a tarefa ao mesmo tempo modesta e ambiciosa que se apresenta ao homem independente. É preciso se aferrar a isso sem olhar para mais à frente. A história vai levar em conta ou não esses esforços. Mas eles terão sido feitos.

Se ele [jornalista] não pode dizer o que pensa, pode não dizer o que não pensa ou o que acredita ser falso. E é assim que se mede um jornal livre: tanto pelo que diz como pelo que não diz
Não vemos Hitler, para tomar apenas um exemplo entre outros, utilizar a ironia socrática. Um jornalista livre, em 1939, é portanto necessariamente irônico

Publicado com a gentil cessão de Catherine Camus.
Copyright © Jean e Catherine Camus

quinta-feira, 22 de março de 2012

Sabedoria não envelhece...


·"Fazer a Guerra é de longe mais fácil do que fazer a Paz."
·" A Guerra é uma série de desastres que resultam num vencedor."
·"Manejar o silêncio é mais difícil do que manejar as palavras."
·"Assim como há uma sociedade civil fundada sobre a liberdade, há uma sociedade militar fundada sobre a obediência, o juiz da liberdade não pode ser o da obediência."
·Um homem que não seja um socialista aos 20 anos não tem coração. Um homem que ainda seja um socialista aos 40 não tem cabeça.
·"A guerra é uma coisa demasiada grave para ser confiada aos militares."

Georges Benjamin Clemenceau (Mouilleron-en-Pareds, 28 de Setembro de 1841 — Paris, 24 de Novembro de 1929) foi um estadista, jornalista e médico francês.

quarta-feira, 21 de março de 2012

A grandeza de Cecília hoje, Dia Mundial da Poesia


Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias no vento.
Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei.
Não sei se fico ou passo.
Sei que canto.
E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:- mais nada.

(Cecília Meireles)

terça-feira, 20 de março de 2012

Escritura budista diz que é melhor morar debaixo da ponte. Será?


Uma escritura budista discorre sobre as seis dificuldades de se viver numa casa: dá trabalho construí-la, dá mais trabalho ainda pagá-la, deve ser consertada sempre, pode ser confiscada pelo governo, vive recebendo visitas e hóspedes indesejados e pode até servir de esconderijo para atos condenáveis.

Esta mesma escritura mostra que há seis vantagens de morar debaixo de uma ponte: o endereço pode ser encontrado facilmente, o rio nos mostra como a vida é passageira, não nos dá a sensação de cobiça, não precisa de cerca, sempre passa alguém novo para conversar e não é preciso pagar aluguel.

Pois é, tem lógica, a filosofia sobre o rio é muito bela, mas está tudo errado. Ninguém consegue morar sob uma ponte, isso não é morar. Aliás, o que seria bom mesmo seria viver numa casa à beira de um rio, como esta da foto acima. Que Buda me perdoe, mas isso sim é que uniria conforto e filosofia na medida certa.


segunda-feira, 19 de março de 2012

São José, um santo admirável...



Hoje, 19 de março, é Dia de São José, meu santo favorito. Marido de Maria, mãe de Jesus, ele superou as limitações do seu tempo — século I a.C. — e as desconfianças de sua tribo — era descendente do rei Davi de Israel e pertencia à tribo de Judá — para aceitar e amar a mulher que Deus lhe havia designado. Também acolheu o filho gerado por ela e por um anjo. Sou impressionada com seu espírito elevado. Ele foi capaz de aceitar os mistérios, uma das decisões mais complicadas da nossa vida. E fez isso naturalmente, defendendo o filho com amor e dedicação. Para protegê-lo da ira de Herodes não hesitou em mudar de cidade. Não é por acaso que considero São José o primeiro pai adotivo da história da humanidade.

O lugar que José ocupa no Novo Testamento, contudo, é discreto: ele só aparece em função de Jesus, nunca por si mesmo. Na verdade, José é uma personagem silenciosa que pouco aparece na Bíblia. Não se sabe sequer a data aproximada de sua morte, mas ela é presumida como anterior ao início da vida pública de Jesus. Quando Jesus tinha doze anos, de acordo com o Evangelho de Lucas (cap. 2), ele ainda era vivo e reunia a família, anualmentem em Jerusalém para a festa da Páscoa.

Na Páscoa daquele ano, "o menino Jesus permaneceu em Jerusalém sem que seus pais soubessem", os quais "passaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos". Por fim, o reencontraram no Templo da Cidade Santa "assentado entre os mestres, ouvindo-os e interrogando-os, os quais se admiravam de sua inteligência e de suas respostas". "Logo que seus pais o viram, ficaram maravilhados" e Maria, sua mãe, lhe disse: "Teu pai e eu, aflitos, estamos à tua procura". Essa é a última referência a José vivo.

PS: Escrevi esse texto em homenagem à minha mãe. Se estivesse viva, ela completaria 77 anos hoje. Era devota de São José e me ensinou, desde pequena, a admirá-lo, e sobretudo, a respeitá-lo pela história de vida. São José não discutiu os mistérios, aceitou o dom da vida, amou sua mulher e guardou a criança que Deus lhe enviou. Fez tudo certo e sua vida é realmente admirável. É isso. Considero o amor que dedico a São José um dos belos legados que recebi de minha mãe. Valeu mãe, te amo muito!

domingo, 18 de março de 2012

Quando Deus criou o macaco...

Quando Deus criou o macaco, disse-lhe: “Serás macaco, saltarás de árvore em árvore, viverás fazendo graça para que os demais se divirtam, serás macaco e viverás durante vinte anos“. O macaco levantou o olhar e pediu a Deus: “Mas, Senhor, vinte anos fazendo tantas palhaçadas, por que não me tiras dez anos?” Deus aceitou e foi assim que, desde então, o macaco vive dez anos.

Quando Deus criou o cachorro, disse-lhe: “Serás cachorro, comerás as sobrs do homem, cuidarás da casa do homem, serás cachorro e viverás vinte anos“. Então o cachorro elevou seu olhar e pediu-lhe: “Mas, Senhor, vinte anos comendo sobras e cuidando de casas? Tira-me dez anos“. E desde então o cachorro vive dez anos.

E quando Deus criou o burro, disse-lhe: “Serás burro, trabalharás de sol a sol, outros guiarão teu destino, levarás todas as cargas em teu lombo, serás burro e viverás sessenta anos“. E o burro, por sua vez, pediu a Deus. “Mas, Senhor, viverei trabalhando tantos anos sem ter minha própria decisão e todos os dias de sol a sol? Sessenta anos? Por que não me tiras quarenta?” E desde então o burro vive vinte anos.

Então Deus criou o homem e lhe disse: “Serás homem, te darei a inteligência suprema entre os animais, capacidade para a criação, organização com liberdade, serás homem e viverás vinte anos“. E o homem, como os seus anteriores, também reclamou uma modificação de sua condição: “Mas, Senhor, és tão bondoso, me dás tantas riquezas, mas tão poucos anos, não podes me dar os quarenta do burro, os dez do cachorro e os dez do macaco?”

Deus o atendeu. Desde então o homem vive vinte anos de homem, em sua livre juventude, quarenta de burro, trabalhando de sol a sol e, quando se aposenta, dez anos de cachorro e dez anos de macaco, cuidando das casas dos filhos e fazendo gracinhas para que os netos se divirtam.

[Masafumi Sakanashi, Aikido - o desafio do conflito, p.76-7, 2003]

sexta-feira, 16 de março de 2012

Sabe qual é a música mais célebre do mundo?

Se Antígona, de Sófocles, é meu livro favorito, Ode to Joy (Hino à Alegria), último movimento da Nona Sinfonia de Beethoven, é a melodia que eu escolheria para ouvir se tivesse direito de selecionar apenas uma música, entre todas as canções existentes. Sim, e não seria uma escolha original. Na verdade, seria uma escolha segura porque de todas as músicas que conhecemos como clássica, Ode to Joy, além de belíssima, naturalmente, é a mais célebre.

Tão célebre e tão representativa da excelência alcançada pela civilização humana que, no arranjo do maestro Herbert von Karajan, a música foi incluída no disco de Carl Sagan enviado para o espaço na Voyager II. Juntamente com outras informações consideradas essenciais sobre a humanidade. o disco representou a proposta para uma possível comunicação com alguma forma de inteligência alienígena.

Então é isso: o Hino à Alegria é símbolo da grandeza humana, representa o melhor de nós. Aliás, para se ter idéia da sua importância basta lembrar o valor de 3,3 milhões de dólares atingido pela venda de um dos seus manuscritos originais, em 2003, pela Sotheby's de Londres. Como Hamlet e Rei Lear, de Shakespeare, a obra foi considerada um dos maiores feitos artísticos de todos os tempos.

Acesse http://www.youtube.com/watch?v=0417pQz7iIk, se quiser ouvir Ode to Joy em uma maravilhosa versão do maestro Karajan. É, realmente, o melhor de nós.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Anedota da rã


Um cientista estudava o salto das rãs. Colocou o bicho em determinado ponto preciso e disse: "Salta."
A rão saltou e o cientista concluiu: "Uma rã de 4 pernas salta um metro."

Cortou-lhe uma perna e disse: "Salta." A rã saltou 75 cm. O cientista anotou: "Uma rã com 3 pernas salta 75 cm."

Cortou-lhe outra perna, disse "Salta" e a rã saltou 50 cm. O cientista registou: "Uma rã com 2 pernas salta 50 cm."

Cortou a terceira perna e ordenou à rã que saltasse. A rã saltou 25 cm. O cientista escreveu: "Uma rã com uma perna salta 25 cm."

Finalmente, cortou-lhe a última perna. Daí disse "Salta" e a rã ficou quieta. Ele, então, fartou-se de repetir, cada vez mais impaciente, "Pula! Pula!", mas a rã permaneceu imóvel. O cientista concluiu: "Rãs sem pernas são surdas."

quarta-feira, 14 de março de 2012

O que é filosofia?


Nas palavras de um antigo professor, a filosofia pode ser a "procura íntima da serenidade". Sempre penso nas aulas de filosofia quando tento bloquear a sensação do tempo a correr. Tenho horror a essa idéia do tempo que passa inexoravelmente.

Sinto que é tempo perdido, desperdiçado pela preguiça e pelas promessas que faço e nunca cumpro. Na verdade, acabo só realizando as tarefas indispensáveis ao trabalho diário e à busca pelo dinheiro.

Esse é o meu tempo presente que, ao lado dos pedaços do passado, forma o que costumo chamar de vida, a insuportável, a implacável e indispensável vida.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Uma história interessante...


Corre na internet a seguinte história: a ONU decidiu fazer pesquisa com os maiores países do mundo e enviou a todos eles uma solicitação:

"Por favor, diga honestamente qual é sua opinião sobre a escassez dos alimentos no resto do mundo".

Os países mais ricos da Europa, caso da Inglaterra, Alemanha e França, mandaram dizer que não sabem o que é "escassez".

Os países mais pobres da África mandaram dizer que não sabem o que é "alimentos".

Cuba disse que não sabe o que é "opinião"!

Os Estados Unidos informaram oficialmente que não têm a menor idéia do que seja "o resto do mundo".

A Argentina afirmou que não sabe o significado de "por favor"!

E o Brasil mandou dizer que não sabe o que é "honestamente"!

domingo, 11 de março de 2012

Estoure plástico-bolha no computador...


Parece produto das Organizações TA-BA-JA-RA, mas funciona de verdade. Se você anda nervoso e precisa afastar o estresse, existe uma versão on-line do plástico bolha. Pois é... dá para estourar as bolhas direto do computador. Utilizando o mouse você estoura as bolhas e a melhor notícia é: se você ficar com preguiça pode clicar em "manic mode" que basta passar o mouse sobre as bolhas que elas estouram sozinhas.
É sen-sa-ci-o-nal!!!
É só clicar no seguinte link: http://bit.ly/hN09F

quarta-feira, 7 de março de 2012

Nascer no Brasil é ser feliz...



O Brasil é tetracampeão em felicidade no ranking de uma pesquisa feita pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) em parceria com a consultoria Gallup, na qual a Síria aparece em último lugar. Feita com cerca de 200 mil pessoas em 158 países, a pesquisa realizada em 2011 buscou saber a expectativa de felicidade das pessoas nos próximos cinco anos e também no presente. O Brasil vence nos dois.

Depois do Brasil, no quesito países mais felizes aparecem Panamá, Costa Rica, Colômbia, Qatar, Suíça e Dinamarca. Segundo Marcelo Neri, economista da FGV, o termômetro da satisfação das pessoas com as suas vidas é um instrumento útil para a formulação de políticas públicas.

Entre os brasileiros, a pesquisa constatou também que as mulheres são mais felizes que os homens, o que Neri atribui ao maior nível de educação conquistada pelas mulheres nos últimos anos. De acordo com Neri, a educação traz felicidade porque se traduz em renda e, consequentemente, em uma vida melhor.

Numa escala de 1 a 10, as mulheres brasileiras tiveram uma média de felicidade de 8,98, contra 8,56 dos homens na expectativa de futuro, e de 6,73 contra 6,54 no presente. Neri mostrou que a partir de 1999 a média de educação entre as mulheres superou a dos homens, hoje em uma relação de 7,37 (mulheres) e 7,16 (homens), e a renda por outras vias que não o trabalho (bolsa família, aposentadoria) teve um incremento muito maior na ala feminina.

Entre 2001 e 2009, a renda obtida fora do trabalho cresceu 21% entre homens, enquanto as mulheres tiveram incremento de 47%. A renda salarial das mulheres porém continua 42% abaixo dos homens, uma diferença que já foi bem maior anos atrás.

No auge da diferença, em 1995, o salário médio do homem era de R$ 631,32, três vezes o da mulher, de R$ 216,42. Em 2009, essa diferença caiu para R$ 658,65 (homens) contra R$ 312,71 (mulheres). Outra constatação da pesquisa é de que as mulheres solteiras são mais felizes que as casadas no mundo inteiro, mas o índice cai à medida que a mulher envelhece. As que têm filhos menores de 15 anos também são mais felizes do que as que não têm filhos, indicou a pesquisa.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Crueldades femininas...


Estou fazendo a limpeza dos meus arquivos e encontrei e-mails antigos bem engraçados, então resolvi publicá-los aqui no blog. Se alguém resolver ler certamente vai rir um pouco. Aos meninos, peço senso de humor, por favor.

LIVRO NEGRO DE CRUELDADES FEMININAS...

1. Como se chama um homem inteligente, sensível e bonito?
R.: Boato.

2. O que deve fazer uma mulher quando seu marido corre em zigue zague pelo jardim?
R.: Continuar a atirar.

3. Pesquisadoras descobriram por que Moisés ficou andando 40 anos no deserto com o povo de Israel:
R.: Um homem nunca pergunta o caminho.

4. Qual é a semelhança entre as nuvens e os homens ?
R.: Quando vão embora, o dia fica lindo.

5. Por que os homens não têm período de crise na idade madura ?
R.: Porque nunca saem da puberdade.

6. Qual é a definição masculina de uma noitada romântica?
R.: Sexo.

7. O que se diz de um homem que quer sexo no segundo encontro ?
R.: É particularmente lento.

8. Qual é o ponto comum entre os homens que freqüentam bares para solteiros?
R: Todos eles são casados.

9. Como saber se um homem está mentindo ?
R.: Seus lábios se mexem.

10. Como um homem chama o amor verdadeiro?
R.: Ereção.

11. Qual a semelhança entre o homem e o golfinho?
R.: Dizem que ambos são inteligentes, mas nunca se provou.

12. Por que as mulheres não querem mais se casar?
R.: Porque não é justo. Imagine, por causa de 100 gramas de lingüiça ter que levar o porco inteiro.

13. Qual a semelhança entre o homem e o microondas?
R.: Aquecem em 15 segundos.

14. Qual a semelhança entre o homem e o caracol?
R.: Ambos têm chifres, babam e se arrastam. E ainda pensam que a casa é deles.

15. Por que não existe um homem inteligente, sensível e bonito ao mesmo tempo?
R.: Porque seria mulher.

16. Qual a diferença entre a maçã e o macho?
R.: A maçã tem casca fina.

17. Qual a semelhança entre o homem e o pão doce?
R: Ambos tem miolo mole.

18. Qual a semelhança entre os homens fiéis e os dinossauros?
R: Ambos estão extintos.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Jornalismo, linguagem e transparência

Tanto o jornalismo quanto os elementos que o compõem (os fatos, as notícias, os textos, as informações) são (ou, ao menos, estão diretamente relacionados a manifestações da) linguagem. Por essa razão, há algum tempo voltei aos bancos escolares para fazer um curso de Pós-Graduação em Língua Portuguesa.

Muitas coisas deram certo na empreitada. O maior desafio foi compreender que, da mesma maneira que se torna impossível aceitar uma concepção de transparência da linguagem (considerando-se que ela se encontra em - e é determinada por - um contexto institucional) não há como acatar uma concepção de transparência do jornalismo que prega a existência da informação enquanto transcrição fiel da realidade.

Se a linguagem, que é componente essencial do jornalismo, não é transparente, só esse fato já seria suficiente para afirmar que o próprio jornalismo carece de transparência. Some-se a isso, entre outros elementos, a própria carga avaliativa que o jornalista invariavelmente transfere para seus textos.

É mais coerente, então, a concepção do jornalismo, assim como a linguagem, atravessado por elementos que possibilitam relações que não são visíveis apenas pelo caráter material manifestado por meio da língua. Conseqüentemente, só se pode falar de notícia/informação enquanto recortes da realidade. Como se vê, o jornalismo não retrata nem cria fatos, e sim constrói visões dos fatos, sendo estas propagadas como transcrição da realidade.

Quanto aos jornais [assim como os meios de comunicação em geral] são instituições formadoras de opinião, mas sabemos que, como tal, seu propósito é legitimar uma opinião sobre os fatos, aquela que, na melhor das hipóteses, coincide com sua linha editorial. Nesse sentido, alguns estudiosos chegam a sustentar que o fato, tal como o recebemos enquanto notícia, pode ser compreendido como uma construção de "visões" e não dos fatos em si. Para o bem e para o mal.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Qual a árvore mais forte e mais resistente?


Todos os povos primitivos são marcadamente naturalistas; e isso não causa surpresa alguma, uma vez que a sua sobrevivência depende do conhecimento da natureza. Eles precisam conhecer os inimigos potenciais, bem como os meios de subsistência; eles estão interessados na vida e na morte, na doença e no nascimento, na "mente" e nas diferenças entre o homem e os outros seres vivos.

É quase universal entre os homens primitivos do mundo a crença de que tudo na natureza é "vivo", que mesmo as rochas, as montanhas e o firmamento são habitados por espíritos, almas, ou deuses. Os poderes dos deuses fazem parte da natureza, e a própria natureza é ativa e criativa.

Nasci na roça e quase tudo que os adultos que me cercavam ensinavam eram observações colhidas na natureza. O curioso é que são informações pertinentes que levo em conta até hoje. Exemplo: para ensinar que eu não devia mimar minha filha única, minha mãe disse: as árvores mais fortes e mais frondosas são justamente aquelas que não recebem água em abundância quando estão no início do crescimento.

Na escassez, as árvores são obrigadas a lançar as raízes cada vez mais fundo em busca de água. Com isso, se fortalecem e o resultado é que se tornam mais sólidas e mais resistentes. Segundo minha mãe, o processo seria semelhante com os humanos. Sei que pode parecer bobagem, mas, ainda hoje, considero que o ensinamento faz sentido, sem contar que é bonito e cheio de significados.