terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Cora, Obama, Corra...




Sei muito menos da história recente do mundo do que gostaria, mas, acho que os segundos mandatos dos presidentes de países democráticos duram pouco. Obama assumiu para mais quatro anos? Nada. Ele terá, no máximo, mais dois anos e meio, antes de perder espaço para o candidato (com chances reais) à sua sucessão. Esta é a (boa) realidade dos países que respeitam a rotatividade democrática.

Embora Obama tenha construído uma coalizão vitoriosa com as minorias (gays, negros, mulheres, ecologistas e latinos) o sucesso do seu segundo mandato depende do processo de negociação com os republicanos da Câmara. Ocorre que os republicanos são contra tudo que Obama quer: controle da venda de armas, limites ambientais, melhor distribuição da riqueza e direitos iguais para homesexuais.

A agenda de Obama agora é mais ideológica e sua equipe está fechada com sua vontade. Obama é popular? Sim, sua taxa de aprovação está perto dos 53 por cento e tudo indica que ele vai se valer da popularidade, e da coalizão com as minorias, para tentar dobrar o Congresso. De que maneira? Investindo em comunicação. Seu grupo no governo é o mesmo da sua eficaz máquina de campanha. Isso quer dizer que o conceito de campanha eleitoral permanente ganhará ainda mais relevância no próximo ciclo político.

Para o resto do mundo uma boa notícia: é quase certo que o problema dos milhões de ilegais será resolvido, o que poderá constituir a sua maior vitória legislativa até 2016. Depois do desastre eleitoral republicano entre o eleitorado hispânico, o senador Marco Rubio prepara-se para apresentar um plano de reforma da imigração, sendo que há todas as condições para um acordo entre democratas e republicanos. Sobre o controle da venda de armas não é um tema que possa gerar consenso, mas, mesmo assim, Obama tentará alguma medida popular.

Por fim, uma nota sobre a situação financeira do país. Se nada for feito, Obama deixará o poder em 2016 com um aumento de mais de 100 por cento da dívida pública em relação a 2008. Vale dizer: se Obama não se entender com os republicanos, o seu legado poderá ser associado a esta dívida monumental.

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