sábado, 10 de setembro de 2011

O mundo em 140 toques





Quase todas as crianças e grande número de adultos acabarão pensando e falando apenas as 140 palavras do twitter, caso se acentue, como tudo indica, o domínio da internet. Em um mundo quase sem palavras, pode ser escassa a percepção dos conceitos que forjam nosso carater e que conhecemos como "valores". É quase certo também que a maioria esmagadora dos jovens acabe deixando, de uma vez por todas, os livros de lado.

Mesmo sabendo que a fração de jovens que lê é mínima, as mudanças promovidas pela internet causam alguns receios. Como serão as discussões sobre eleições nas redes sociais? E o papel dos partidos? O Parlamento vai ao Facebook? A interação dos filiados, militantes e simpatizantes vai avançar e servir como mecanismo da chamada democracia direta? Esse mundo da internet será mesmo mais democrático, mais igualitário e mais livre por não ter peias e leis?

O mundo dos blogues com seus comentaristas anônimos dá vazão a um coro de insultos que os libertários consideram a vox populi deste início de século. A linguagem inclui, na maioria das vezes, a destruição verbal do outro, o que tem obrigado autores de blogues a fazer uma espécie de censura prévia em cima das contribuições que recebem. Confesso que a falta de coragem cívica do anonimato às vezes incomoda. O que mais incomoda, no entanto, é saber que direitos, deveres, procedimentos e regras, cada dia tem menos valor.

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