terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Estado tem de mentir?



O pensador Don DeLillo, no livro "Ponto Ômega", sustenta que um dos objetivos da vida da gente é "criar realidades". Segundo ele, “a percepção humana é a saga da criação de realidades”. Diz ainda que "não há nenhuma mentira na guerra ou na preparação na guerra que não seja defensável”. Motivo: mentir seria tão "necessário" ao Estado que só por meio da criação de realidades um Estado conseguiria sobreviver como Estado”. Li e reli o capítulo.


Com sinceridade, acho exagero, sob qualquer circunstância, dizer que é necessário mentir. É, igualmente, exagero ignorar que a mentira faz parte da natureza humana. E creio que temos de entender que existem graduações nessa questão de verdades e mentiras. Exemplo: quem mente o tempo todo não tem caráter.

Isso posto, temos de convir que há mentiras aceitáveis para garantir o convívio social. Não acho aceitável, contudo, tantas mentiras no âmbito da política, da publicidade e dos negócios. O mais correto seria um esforço de todos para não mentir.

Sei que mostrar ao povo toda a verdade sobre os acontecimentos e os processos que levam às decisões não é fácil. Sei também que a maioria sequer quer saber a verdade. Pior: a grande maioria nem aguentaria saber toda a verdade dos fatos. De todo modo, continuo acreditando que uma hora muitas verdades acabam aparecendo. Está aí o WikiLeaks que não me deixa mentir...

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