sábado, 13 de junho de 2009

ECONOMISTAS SÃO ESTRANHOS...



Até hoje não entendi direito o consenso dos economistas sobre educação. Se você perguntar a dez economistas de tendências políticas diferentes se o ensino básico deve ser gratuito a resposta será SIM em voz alta.

A explicação: o ensino básico deve ser financiado pelo Estado porque nesta fase escolar o investimento em capital humano é arriscado e não é colateralizável, agravando as dificuldades de se obter crédito para financiá-lo. Ou seja, o mercado investiria abaixo do nível ótimo no ensino básico.

Pergunte agora aos mesmos economistas se a universidade deve ser gratuita e a resposta será NÃO, de jeito nenhum. A explicação: os estudantes são os maiores (senão os únicos) beneficiários de tal investimento, logo é injusto que toda a sociedade pague por um benefício que será de poucos (ou em economês, na ausência de externalidades, não há porque ter subsídios).

Deixando de lado esta linguagem empolada, quero dizer que discordo de tudo. Só fiz curso superior porque existia universidade pública. Minha família não podia arcar com mensalidades de nenhum valor. Meu curso beneficiou a mim e a todos da minha família.

Quase todos os filhos de família pobre que alcançam a universidade tornam-se arrimo de família. Ajudam os parentes de todas as formas possíveis, até pelo exemplo. São os "tios" imitados, os irmãos que dão conselhos, os filhos exibidos como troféus para a família inteira.

Poucos economistas, na minha opinião, conseguem enxergar o intangível, ou seja, aquele tipo de sentimento que a gente não consegue medir, mas que exerce enorme pressão no nosso espírito e nos dá força para transformar a nossa realidade e a realidade ao nosso redor. Mas o que vai no espírito das pessoas parece não interessar à maioria dos economistas.

Exemplo disso é que muitos deles acreditam, sinceramente, que nem sempre as pessoas devem comprar uma casa própria. Argumentam que seria mais vantajoso para o bolso alugar a casa. Bolso? E quem falou em bolso? Casa própria não tem nada a ver com bolso. Casa propria tem a ver com a alma, o coração, a auto-estima e, sobretudo, o sossego da gente.

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