quinta-feira, 19 de abril de 2012

Há grandes escritores desonestos...



Ficam discutindo por aí se jornalistas podem ou não podem ouvir determinadas fontes. Trata-se de debate tolo. Se o Ministério Público oferece delação premiada a bandidos em troca de informações por que os jornalistas não podem aceitar informações de pessoas suspeitas ou procuradas pela Justiça? Não cabe ao jornalista exigir atestado de honestidade das pessoas, não é esta a tarefa da imprensa. Tarefa da imprensa é relatar rigoramente a verdade dos fatos para dar ao leitor amplo conhecimento sobre a nossa história diária. Imaginar que um jornalista só pode trabalhar com informações de fontes moralmente limpas não faz sentido.

Há grandes fontes de informações e de conhecimento que não são exemplos de virtudes morais. E isso existe em todos os campos. Quer um exemplo? Há grandes escritores desonestos, prepotentes, traidores, racistas, soberbos, covardes, violentos, cruéis, ladrões, mentirosos, crápulas, o diabo a quatro. Lamento, mas nenhum grande escritor deixa de ser grande por causa dos seus defeitos e das suas insuficiências éticas. É isso, tanto a cultura, quanto o jornalismo, felizmente, não são fogueiras. Nada disso, contudo, quer dizer que o jornalismo pode se ancorar no crime. O limite das pessoas de bem é claro: elas rejeitam atos ilegais e, firmemente, descartam a idéia de que o jornalismo possa ser exercido por meio da manipulação dos fatos.

Não custa lembrar, a propósito, que as pessoas associam ao mundo do jornalismo as melhores qualidades humanas citando explicitamente conceitos como justiça, liberdade e democracia quando se referem aos jornalistas. Profissionais da imprensa são bem avaliados pela opinião pública em todos os países do mundo. A média dos resultados das pesquisas indica que as pessoas acreditam, sinceramente, que jornalistas ajudam a combater a corrupção, condenam injustiças, defendem os mais fracos e lutam por um mundo melhor.

2 comentários:

  1. Sinceramente, compartilho a visão de que o jornalista é mesmo uma espécie de anjo que nos alerta do que muitas vezes nem imaginamos que possa estar acontecendo.

    Um grande abraço, Vanda.

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  2. Oi Will, muito obrigada pelo comentário, mas eu não acho que os jornalistas são anjos não. São profissionais como os outros, com defeitos e qualidades. O que escrevi, com base em informações das pesquisas de opinião, é que as pessoas, de modo geral, valorizam os jornalistas ao máximo. A imagem dos profissionais da imprensa na opinião pública muito positiva.

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