sexta-feira, 31 de julho de 2009

QUASE 30 ANOS DE CASAMENTO, HOJE


Hoje, 31 de julho de 2009, eu e o Beto estamos completando 28 anos de casados. Nada como um dia depois do outro. Há muitos anos não existem anos diferentes e não adianta olhar para trás. Estamos na casa dos cinquenta, mais perto dos setenta do que dos vinte e mesmo dos 40. Isso significa que provavelmente houve um tempo para tudo, da mesma forma que haverá agora um tempo para um outro tudo.

Não foi fácil chegar até aqui. Só pessoas muito ingênuas podem supor que tudo corre como numa auto-estrada no meio do deserto, sem trânsito e sem outra paisagem que não o sol e o céu azul. Tivemos frustrações e perdas, muitos momentos bons outros nem tanto. Continuamos juntos e temos um ao outro. E temos Júlia, nossa filha, bem maior dessa vida. Há algum tempo, Júlia nos trouxe Darlan, genro querido. Sempre que penso na correção e na integridade do marido da minha filha acabo imaginando que ele é como uma espécie de herança valiosa e abençoada. Nada fiz para merecê-la, mas não posso deixar de sentir uma alegria absurda por tê-la recebido.

Nossa filha é mesmo uma benção: além de carinhosa, atenciosa, educada, justa e sincera, ela é humana e feliz. Eu e Beto sempre fomos pais verdadeiramente derretidos por ela. Ele trocou fraldas, encapou cadernos, escolheu roupa e sapato de boneca e, claro, mimou tudo que podia. No dia do casamento dela, quando eu os vi entrando de braços dados, rindo à tôa, ela um pouquinho mais alta que ele, embora ele jure que é quase um palmo maior que ela, acabei rindo baixinho da nossa vida juntos, em vez de chorar a cântaros como eu temia.

Júlia e Beto penaram muito com minha dedicação excessiva ao trabalho e com a vida profissional pesada de estresse que sempre tive de enfrentar. Escolher, apostar, correr riscos e administrar realidades duras não é fácil, mas um bom jeito de viver. Sempre trabalhei e sempre tive tempo para ser mãe e para ser mulher. A experiência de manter um casamento sólido, exercer a maternidade com gosto e viver carregada de responsabilidades profissionais, foi essencial para fazer de mim uma pessoa melhor.

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