terça-feira, 12 de junho de 2018

Meios de informação :verdade e consequencia



Falta transparência aos comandos das televisões, rádios e jornais do Brasil. A exemplo do que exigem dos políticos, os meios de informação deveriam prestar contas de suas ações e decisões. Os políticos, pelo menos, prestam contas através de eleições regulares. É quem vota que decide a continuidade deste ou daquele grupo no poder. 
 
No caso da mídia, apesar da sua enorme relevância na nossa vida coletiva, os mecanismos de accountability são totalmente opacos. Temos televisões, rádios e jornais que se mantêm com recursos públicos. Outros vendem espaços para igrejas e existe canal de igreja para exercer poder político. É constitucional? Acho que não. 
 
Aliás, político pode explorar rádio e tevê? Se a resposta for sim, como fica o conceito da igualdade na disputa eleitoral democrática?  E por qual razão o Legislativo, Executivo e Judiciário não fiscalizam nada neste ramo? A resposta parece clara: mais de 300 parlamentares dispõem de concessões. Não quero fazer pré-julgamentos, mas acho que isso devia ser auditado e fiscalizado.
 
Naturalmente, não estou em campanha por controle da mídia ou fazendo crítica aos excelentes profissionais do jornalismo que têm resultados para apresentar. Estou dizendo, porquê é verdade, que falta transparência aos meios de informação. Ao longo dos anos, coube aos próprios meios de informação a tarefa de fiscalizar e exercer controle sobre seus excessos. Não estou dizendo que isso é certo ou errado. Estou dizendo que é assim.
 
Também não estou dizendo porque quero leis para mexer nisso. Não quero lei, quero debate, fiscalização, ajuste às determinações constitucionais e transparência. Sei que a defesa de leis neste campo pode atingir no peito o direito de opinião e a liberdade de expressão. Sou jornalista, dou valor à boa Constituição que temos com seus direitos e garantias individuais modernas e justas. E estou careca de saber que opiniões contrárias às minhas não são criminalizáveis. Ainda que o teor das críticas possa ser visto por mim como injusto ou de má fé.
 
Sim, sou radicalmente contra qualquer medida para limitar a liberdade de expressão, mas não posso deixar de dizer que acho insuportável a arrogância de alguns meios de informação. Quase todos os dias, vejo que os noticiários olham o mundo de cima para baixo e despejam críticas a granel, como se por trás dos textos existissem deuses, moral e intelectualmente superiores aos demais humanos.   

É isso:  a verdade é que o país permitiu que a própria mídia definisse as regras pelas quais a comunicação social se deveria governar. E estabelecesse o que é aceitável e reprovável eticamente. O que é bom e mau jornalismo, por exemplo. Verdade e consequência: os maiores prejudicados são os cidadãos, que recebem uma cobertura infantil, benigna, inexpressiva e sem dimensão humana da história que vivemos. 
 
E tome novela entre um intervalo comercial e outro. Não gosta? Então veja no outro canal o culto de um pastor que vende indulgências no Paraíso em troca da sua senha do cartão de débito. Ou, quem sabe, você prefere o pastor que tira -  ou será que põe? - demônios na mente dos crentes e dos inocentes. Pobre gente...Parece até que voltamos à Idade Média, no período anterior a Lutero.  











Nenhum comentário:

Postar um comentário