domingo, 4 de janeiro de 2015

Novo desafio no trabalho

 
 
A partir de amanhã, 5 de janeiro de 2015, vou assumir a assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura a convite da senadora Kátia Abreu, nova titular da pasta. A notícia devia parar aqui, mas gostaria de acrescentar algumas palavras. Nenhuma mulher se torna juíza, chefe de sua família ou ministra de Estado, por não ser homem. Na verdade, as mulheres só alcançam esses postos porque se esforçam, porque enfrentam as correntezas.

Estou dizendo isso porque sei que é fácil não gostar de Kátia Abreu, mas sei, igualmente, que é quase impossível não reconhecer os resultados que ela vem obtendo na política. Desde que chegou no Congresso, como suplente de deputada federal do então PFL, em 2000, ela mostra coragem e frontalidade na defesa dos seus interesses e do seu grupo. Sem medo de polêmicas assume, sem fazer concessões, a posição que julga mais conveniente. E diz o que lhe apetece.

Aliás, enquanto muitos criticavam seu jeito apressado de mover-se em direção ao topo e alguns até tentavam, sem muito êxito, moderar seu discurso, ela tratava de sair da pequena cidade de Gurupi onde vivia, no interior do Tocantins, para ocupar o centro da arena política. Ninguém deu por isso. Coisa fácil? Não deve ser. Afinal, estamos falando de eleger-se para a Câmara como campeã de votos, avançar e conquistar uma cadeira no Senado e, em seguida,  assumir o comando da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil, CNA, uma das entidades mais poderosas e mais fechadas do país.

Ao tornar-se a primeira mulher a presidir a CNA, por meio do voto, ela mostrou que as mulheres não sobem apenas por necessidade das corporações de diversificar o quadro ou de combater o machismo, mas, por méritos medidos por padrões que valem tanto para homens quanto para mulheres. Quando ela assumiu a CNA há seis anos fui sua assessora pessoal para assuntos de comunicação. Nas viagens, éramos apenas três mulheres: ela, a jornalista Otília Goulart, assessora de imprensa da CNA,  e eu. Movíamos em um mundo totalmente masculino.
 
Por onde passávamos, Kátia Abreu reunia centenas de produtores e defendia, com segurança e objetividade, a modernização do setor. Determinada a fazer diferença na história da agricultura e da CNA, Kátia Abreu, nos últimos quatro anos, aproximou-se da presidente Dilma. Primeiro, pediu audiência e levou bandeiras, propostas,  santos de devoção, cópias de novenas e um pedido:  ajuda do Estado para mudar o campo. Foi ouvida.

"É preciso  impulsionar o surgimento de uma classe média no campo, como foi feito nas áreas urbanas" afirmou, argumentando com estatísticas que temos uma minoria de produtores rurais gigantes e milhões de pequenos. Ela e Dilma passaram a conversar também sobre a nova lei de portos, investimentos em logística e sobre a necessidade de aumentar a presença do Estado nos acampamentos rurais, onde a pobreza é extrema.

A ministra da Agricultura aposta que conseguirá mudar o perfil do campo brasileiro sem atritos com os defensores do meio ambiente e dialogando com os pequenos agricultores. Não é fácil, mas acho que não é impossível, uma vez que ela é firme e determinada. Sei que algumas pessoas não gostam de Kátia Abreu. Para ser sincera, acho que ela também não gosta dos que não gostam dela. A verdade é que Kátia Abreu é segura de suas ações e sabe, como poucos, lidar com o poder e avançar em busca dos seus objetivos.

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