segunda-feira, 6 de abril de 2020

O Mito da Caverna




O Mito da Caverna, também conhecido como Alegoria da Caverna, foi escrito por Platão na obra A República. Composta por dez livros, a República é uma obra complexa. Nela, o filósofo associa o conhecimento ao poder político. Segundo o filósofo, o modelo de política e Estado ideal é aquele em que o conhecimento da verdade profunda é propiciado apenas pelo raciocínio, o que garante ao governante uma gestão de qualidade. Ou seja, ele despreza crenças e preconceitos.

Na parte do conhecimento humano, dissertado no livro VII, é onde se encontra o Mito da Caverna. De acordo com o Mito da Caverna, ou Alegoria da Caverna, descrito por Platão, havia algumas pessoas aprisionadas em uma caverna desde a infância. Esses viviam com os braços, pernas e pescoços acorrentados, visualizando apenas as suas sombras, projetadas na parede ao fundo da caverna.

Atrás deles havia uma fogueira, na qual homens passavam perto transportando objetos e fazendo gestos. Esses refletiam em sombras (distorcidas) para os que estavam ali dentro e era o conhecimento que tinham. Logo, um dos prisioneiros conseguiu ser liberto e saiu para o mundo exterior, sendo surpreendido com a nova realidade.

Contudo, a luz solar ofuscou a visão do ex-prisioneiro, fazendo-o querer retornar a caverna. Entretanto, ele se acostumou com as novidades e a infinidade fora do mundo em que habitava. Foi quando ele percebeu que as sombras que via era apenas uma cópia imperfeita da realidade na qual acreditava.

Desse modo, 1) ele poderia voltar para caverna e libertar os demais colegas prisioneiros ou 2) permanecer vivendo a sua liberdade. A consequência da primeira opção é que poderiam chamá-lo de louco e o atacarem, mas esta é a atitude necessária, por ser a mais justa. Logo, é o que ele faz porque é o que lhe resta fazer. 

Interpretações do mito da caverna

Existem muitas interpretações que podem ser retiradas da metáfora. Algumas perspectivas, inclusive, foram inspiração para a construção de obras de artes, livros e filmes como Matrix, por exemplo. Para Platão, a caverna representa o mundo em que todos os seres humanos vivem.

E, no caso, as correntes seriam as crenças, culturas e informações obtidas no percurso da vida, fortalecedoras da ignorância que aprisiona as pessoas. Presos aos pré-conceitos e sem querer ir ao encontro de um sentido racional, se poupando de pensar e refletir, as mulheres e os homens comuns permanecem como prisioneiros.


Assim sendo, as sombras na parede e os ecos na caverna, são as ideias preestabelecidas, as opiniões erradas e o julgamento do outro que o individuo julga ser verdadeiro. Quando o ser consegue se libertar das correntes e viver o mundo exterior, aquele que vai além do juízo de valor, conquistando o conhecimento verdadeiro, ele sai da caverna. Portanto, é quando enxerga a luz solar. Essa luz seria o conhecimento verdadeiro, a razão e a filosofia.



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