terça-feira, 13 de agosto de 2019

13 de agosto de 2019

Bolsa argentina caiu 37% e juros foram elevados a 74% ao ano para conter dólar, após oposição kirchnerista vencer primárias presidenciais, Caso argentino é diferente de tudo”, afirma  @MiriamLeitão. @ElianeCantanhêde avalia que “derrota de Macri e risco de recessão interna são pancadas na crença de que a economia salva o governo Bolsonaro”. Em visita ao Rio Grande do Sul, o presidente da República disse que o estado pode virar uma Roraima caso a “esquerdalha” volte ao poder na Argentina. No Estadão: ‘Produtores que estão alegres hoje vão chorar amanhã’, adverte Katia Abreu (PT-TO). Para ex-ministra da Agricultura, discurso de Bolsonaro pode fechar mercados no exterior para produtos brasileiros- Aqui, abaixo, resumo das capas:
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13 de agosto de 2019
O Globo
Manchete: Mercado adia expectativa de retomada da economia
Índice do BC mostra queda de 0,13% no 2º trimestre; Guedes pede ‘paciência’ para se obter resultado.

Com a queda de 0,13%, de abril a junho, no índice do BC que é prévia do PIB, analistas temem que o país tenha segundo trimestre seguido de retração na economia. Medidas para impulsionar o crescimento teriam efeito mais adiante, mas cenário externo preocupa. O ministro Paulo Guedes pediu “um pouco de paciência”. Páginas 17 e 18
Câmara deve votar hoje MP que reduz burocracia
Bandeira do governo Bolsonaro, medida provisória da Liberdade Econômica desburocratiza o ambiente de negócios. Página 19
Bolsa argentina despenca após prévias eleitorais
Após oposição kirchnerista vencer primárias presidenciais, a Bolsa argentina caiu 37%. No Brasil, o dólar chegou a passar de R$ 4. 0 governo Macri, que herdou país com desajuste fiscal e não evitou a recessão, enfrenta insatisfação da classe média. Bolsonaro disse que pode haver fuga de argentinos para o Sul se “esquerdalha” vencer. Págs 17,22 e 23
Dodge decide prorrogar por um ano a Lava-Jato
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, editou portaria que estende por um ano a Lava-Jato. É a quinta prorrogação da operação. A pouco mais de um mês do fim do mandato, Dodge tem pouca chance de ser reconduzida ao cargo. Candidatos mais conservadores despontam como favoritos de Bolsonaro. Página 4
Maia rejeita criar imposto semelhante à CPMF
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, reiterou que a Casa não aceitará retomar “em hipótese alguma” o imposto sobre operações financeiras. Página 19
Bolsonaro anuncia fim de radar móvel em estradas
Apesar da crítica de especialistas, Bolsonaro suspenderá o uso de pardais móveis em vias federais a partir da próxima semana para acabar com “indústria das multas”. Página 8
Justiça reintegra peritos à comissão que combate a tortura Página 6
MIRIAM LEITÃO - Caso argentino é diferente de tudo Pág.18
MERVAL PEREIRA - Não há coerência na luta ideológica Pág. 2
JOSÉ CASADO - Presidente concentra poder Pág.3
EDITORIAL - A agenda do crescimento é diversificada Pág.2
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Medo de populismo na Argentina derruba Bolsas
Mercado considera resultado das prévias ‘quase irreversível’ e teme fim da política econômica do governo Macri.
O mercado financeiro da Argentina acordou em pânico ontem, com a vitória com folga da chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner nas eleições primárias para a presidência daquele país. O dólar disparou e levou o Banco Central argentino a aumentar a taxa de juros para 74%. O índice Merval, o principal da Bolsa de Buenos Aires, caiu 37,9%. A movimentação atingiu o Brasil. Por aqui, o Ibovespa recuou 2% e o dólar subiu, fechando o dia em R$ 3,98. Os investidores receiam que uma vitória kirchnerista signifique o fim da política econômica adotada pelo governo de Mauricio Macri e do acordo firmado com o FMI. Analistas econômicos também temem que o resultado, considerado agora “quase irreversível”, abra as portas para a retomada do populismo e de medidas intervencionistas. O “terremoto” na Argentina não deve afetar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, fechado em julho. Pelo tratado, o Brasil não depende do país vizinho para pôr as regras de livre-comércio em vigor. Economia / pág. B1
‘Novo Roraima'
Bolsonaro disse que não quer romper com a Argentina, mas criticou a possibilidade de vitória da oposição. “Se a esquerdalha voltar ao poder na Argentina, corremos o risco de ter, no Rio Grande do Sul, um novo Estado de Roraima", disse. pág. A8
‘Produtores que estão alegres hoje vão chorar amanhã’- Entrevista Katia Abreu (PDT-TO)-Para ex-ministra da Agricultura, discurso de Bolsonaro pode fechar mercados no exterior para produtos brasileiros- Transcrição na íntegra abaixo.
Governo agora estuda teto para deduções com saúde
Depois de anunciar que estudava o fim das deduções com saúde e educação no Imposto de Renda, o governo agora analisa a criação de um teto para abatimento dos gastos médicos, disse ontem o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra. Ele também voltou a defender a criação de tributo sobre pagamentos para compensar desoneração da folha salarial - hipótese rejeitada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Economia / pág. B3
Líder fala em ajudar Estados antes de votar a Previdência
Antes da votação da reforma da Previdência, o governo pretende aprovar no Senado um pacote de ajuda a Estados e municípios, segundo o líder Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Entre esses projetos estão o que define a divisão dos recursos do mega leilão de petróleo previsto para novembro e a securitização de dívidas. Para Coelho, a reforma será aprovada, em setembro, com pelo menos 56 votos. Economia / pág. B5
Contra pressões, Receita pode virar agência
O Ministério da Economia estuda a transformação da Receita Federal em uma agência independente. O modelo seria semelhante ao das agências reguladoras. O governo vê necessidade de proteger a Receita diante do avanço de iniciativas no Congresso e no Judiciário contra a atuação de auditores. Política / pág. A4
Adiado fim de barragens como a de Brumadinho
Resolução da Agência Nacional de Mineração adia de 2021 para até 2027 o prazo para o fim definitivo de barragens a montante no País, o mesmo tipo que desabou em Brumadinho e Mariana. Brasil tem 61 estruturas desse tipo. Metrópole / pág. A10
FBI procura suposto terrorista no Brasil Internacional / pág. A9
Brics empresta R$ 2 bi para País tratar lixo Política /pág. A6
PEDRO FERNANDO NERY - Gasto anual da União com pensão por morte é de R$ 170 bilhões. Se fosse um ministério, seria o 2° maior da Esplanada. economia / pág. B6
ELIANE CANTANHÊDE - Derrota de Macri e risco de recessão interna são pancadas na crença de que a economia salva o governo Bolsonaro. Pág. A6
NOTAS & INFORMAÇÕES
Entre a recessão e o quase nada- O primeiro semestre do governo Bolsonaro foi muito ruim para a economia, com indústria emperrada, consumo travado e péssimo mercado de emprego. pág. A3

Ilhas de prosperidade
- Os Tribunais de Contas pairam alheios sobre as dificuldades que afligem os demais órgãos públicos no País. pág. A3
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Folha de S. Paulo
Manchete: Crise argentina gera tensão e afeta indicadores no Brasil
País vizinho eleva juros a 74% ao ano para conter dólar após triunfo kirchnerista.

O cenário de incerteza política e econômica na Argentina derrubou ontem os indicadores locais e teve efeitos no Brasil, onde o dólar subiu 1%, a R$ 3,985, maior patamar desde maio. O Ibovespa recuou 2%, a 101.915 pontos.
A turbulência foi uma reação à ampla vitória kirchnerista nas primárias presidenciais. O banco central argentino aumentou os juros em 10 pontos percentuais, para 74% ao ano, na tentativa de conter a moeda americana.
A surpresa eleitoral no pais vizinho agrava o já conturbado quadro dos mercados financeiros, que refletem o receio com a guerra comercial entre EUA e China, a desaceleração europeia e ainda a crise em Hong Kong.
Candidato à reeleição, Mauricio Macri recorreu ao temor de investidores para comentar sua difícil situação no pleito de outubro. “Alternativa kirchnerista não tem credibilidade no mundo.” Mercado
RS pode virar RR se ‘esquerdalha’ argentina voltar, diz Bolsonaro
Em visita ao Rio Grande do Sul, Jair Bolsonaro (PSL) disse que o estado pode virar uma Roraima caso a “esquerdalha” volte ao poder na Argentina. Ele se referia à vitória kirchnerista nas primárias e ao suposto risco de crise similar à da Venezuela. Depois, afirmou que não quer romper com o Vizinho. Mundo A15
Análise SYLVIA COLOMBO
Apoiadores de Cristina vão à loucura com resultado A15
Maia declara que Câmara não vai retomar a CPMF
Presidente da Câmara dos Deputados disse que não irá apoiar a recriação de taxa nos moldes da CPMF. Estudos mostram que im-posto sobre transações financeiras perde efeito com o tempo e prejudica O crescimento. Mercado A22
Que se adaptem ao presidente, afirma Major Olímpio
Líder do PSL no Senado, Major Olímpio defende as declarações polêmicas de Jair Bolsonaro. “É cada um se adaptar ao estilo do chefe”, e não o contrário, diz à Folha. Para o senador, o presidente “sabe quem está chocando”. Poder A10
Justiça suspende dispensa em órgão contra tortura
Decreto de Jair Bolsonaro extinguiu cargos do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Justiça do Rio determinou ainda a reintegração de peritos. O governo vai recorrer da decisão. Cotidiano B2
Cocozinho de índio barra licenciamento de obras, diz presidente A20
 
‘Dê um ano ou dois’, responde Guedes sobre piora em indicadores A21
EDITORIAIS A4
Pêndulo argentino - Sobre vitória oposicionista em primária presidencial.

Negligência no Enem
- Acerca de gestão opaca do exame por parte do MEC.
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‘Produtores que estão alegres hoje vão chorar amanhã’
Entrevista
Katia Abreu, senadora (PDT-TO)
Para ex-ministra da Agricultura, discurso de Bolsonaro pode fechar mercados no exterior para produtos brasileiros
Anne Warth e Adriana Fernandes / BRASÍLIA
Uma das líderes da bancada ruralista no Senado, Katia Abreu (PDT-TO) disse que a política do presidente Jair Bolsonaro para o meio ambiente pode fechar o acesso de produtos brasileiros no exterior e causar prejuízos ao agronegócio. "Os agricultores que estão alegres hoje vão chorar amanhã."
Ex-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e ex-ministra da Agricultura, a senadora, que era símbolo da retórica anti-ambiental, afirmou que "evoluiu". Esse discurso, na avaliação dela, é "antimercado" e representa atraso. Para ela, cabe ao Congresso atuar como um "aceiro".
A sra. já foi muito associada ao desmatamento, mas tem feito discursos a favor da preservação da Amazônia no Senado. O que mudou?
Eu tinha um discurso radical, para o lado dos meus. Tenho muito orgulho de ter evoluído. Meu pensamento estava dentro de uma caixinha: "Isso é ambientalista que quer destruir a agricultura brasileira, que já destruiu suas matas". Aquela coisa decorada. E não tem nada a ver. Abri meus olhos e aprendi o quanto a Amazônia era importante para garantir as chuvas no sul e centro do Brasil. Aprendi sobre a importância de se manter as nascentes dos rios.
O discurso do governo pode prejudicar o agronegócio?
O Bolsonaro está se comportando como antimercado. Hoje, as empresas mais valorizadas na bolsa têm um componente fortíssimo tecnológico e de sustentabilidade. Todo mundo já incorporou isso como necessidade, e não como uma coisa de politicamente correto. Quem é que não está vendo, mais do que nós, agricultores, que as chuvas mudaram, a temperatura mudou, rios que não secavam antes, que eram perenes, e hoje secam? Quem nega isso está fora da realidade. O presidente precisa entender que meio ambiente e agronegócio não são uma questão gastrointestinal.
Por que o agronegócio apoia esse discurso?
Os produtores estão enganados. Os produtores estão alegres hoje e poderão chorar amanhã. Temos o agro que produz na roça, que apoia o Bolsonaro. Mas o agro tem outras cadeias: a produção de insumos, o processamento e industrialização e os transportadores. Esses três últimos estão desesperados, porque quem vai bater na porta com a cara e a coragem para vender são eles.
Como isso pode prejudicar as vendas dos produtos brasileiros?
Eu tenho muito medo de que percamos mercado. Estamos no auge de um acordo delicado, que é União Europeia e Mercosul. Os agricultores na Europa são fortíssimos e altamente subsidiados, não conseguem competir conosco sem isso. Então, qualquer coisa vai ser desculpa para atrasar a implementação desse acordo por três, quatro, cinco anos. É do que precisam para arrumarem barreiras técnicas aos nossos produtos. Imaginem os comerciais que essas associações poderosas da Europa podem fazer contra nós lá, na TV e internet? E farão: "O Brasil aumenta o desmatamento e acaba com a Amazônia".
Qual é o papel do Congresso neste contexto?
Quando uma fazenda pega fogo, em vez de tentar apagar o fogo, ele te queima, você vai lá na frente, faz um aceiro (raspagem do chão com trator) para o fogo parar ali. Aí você pega e rapidamente controla o fogo, queima aquele pedaço e acabou. Então, nós precisamos fazer o contra-fogo. Temos a legislação mais rigorosa do mundo, muito boa para seus objetivos. No Senado, garanto que não há ambiente para flexibilizá-la.

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