quarta-feira, 17 de maio de 2017

Vida sexual é vida privada, não é da conta de inguém


Vez ou outra a carreira de um político nos Estados Unidos entra em colapso com a divulgação de escândalos da sua vida sexual. Há casos emblemáticos. Gary Hart viu a sua candidatura presidencial abortada por causa de uma infidelidade conjugal. 

Anos depois, o presidente Clinton foi ameaçado de impeachment em razão do caso amoroso que mantinha com uma estagiária. Em todo o mundo ecoaram as notícias sobre charutos e vestidos manchados no Salão Oval da Casa Branca.

Na América o moralismo é enraizado. E as pesquisas assinalam: a maioria dos norte-americanos acredita que quem mente sobre a vida sexual não merece confiança. Não vejo sentido nesta crença por uma razão que me parece simples e direta: todo o mundo mente sobre a sua vida sexual.

E por que todos mentem? Os motivos são umas vezes louváveis, outras vezes discutíveis, mas sempre compreensíveis. De todo modo, ninguém tem nada a ver com isso. O que devemos exigir dos políticos, e de todos que nos cercam, são valores como firmeza de carácter, correção e honestidade.

Excetuando-se, naturalmente, os casos que envolvem pedofilia, crimes contra vulneráveis e estupro, que devem ser punidos de forma implacável pela Justiça, a vida sexual e privada de ninguém deve ser assunto de exploração política.  

Outro aspecto a considerar: a vida sexual de um político não diz nada sobre a sua ética. Nunca um casto foi mais correto por ser casto, e nunca um devasso foi honesto por causa da sua devassidão.

As medidas da correção e da honestidade não passam por critérios da vida sexual. Se uma pessoa faz isso ou faz aquilo no sigilo de seus aposentos trata-se de assunto exclusivamente dela e da família dela. E de mais ninguém. 

 

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