sábado, 14 de novembro de 2015

Estado Islâmico: Matar, matar, matar!

Você sabe o que é o Estado Islâmico?
 
É a face mais cruel do fanatismo islamita, o terrorismo que surgiu das cinzas das duas últimas guerras declaradas pelo mundo ocidental "contra o terror". A primeira contra os talibãs afegãos, que tinham transformado o Afeganistão em campo de treino da al-Qaeda, e a segunda contra Saddam Hussein. 

A destruição da estrutura sunita do Iraque teve como um dos efeitos a emergência do Irã xiita como a principal potência regional. A destruição da estrutura sunita iraquiana teve outras consequências: a maioria xiita, que tinha sido subjugada por Saddam, resolveu vingar-se dos sunitas.

Não havia segurança para os sunitas. Não havia segurança para quem quer que seja. Governos  sectários e corruptos instalaram-se no Iraque. Com isso, explodiu a violência entre curdos, sunitas, xiitas, etc. Enquanto isso, no país ao lado do Iraque, a Síria, começa a guerra civil contra Bashar al-Assad. Isso atrai o jihadismo sunita que tinha estado preso, ou escondido, durante a ocupação americana. 

Patrick Cockburn,  experiente jornalista do ‘The Independent’, diz que o Estado Islâmico formou-se embaixo dos olhos complacentes do Ocidente na fronteira entre a Síria e o Iraque. Segundo ele, ninguém prestou atenção quando a Arábia Saudita, mesmo depois do 11 de Setembro e da invasão do Afeganistão e do Iraque, continuou a patrocinar o jihadismo sunita de inspiração wahabbista (uma versão radical do Islã.

Diz também que o Ocidente devia ter acordado quando a oposição a Bashar al-Assad deixou de ser capitaneada por movimentos "moderados" – e foi tomada de assalto por um grupo terrorista mais feroz do que a al-Qaeda. E que o Ocidente devia ter visto quando o ISIS, liderado por Abu al-Baghdadi (um prisioneiro do exército americano entre 2005 e 2009) começou a destroçar o Iraque: rebentando com as prisões do país (incluindo a fortemente simbólica Abu Ghraib); ou tomando cidades como Fallujah e Mosul. 
Com uma tácica que, segundo Patrick Cockburn, faz lembrar "uma serpente que se move entre rochedos", o Estado Islâmico agora passou a percorrer estradas e campos europeus onde forma ninhos e pôe ovos. Por que não foram barrados? Por que ninguém viu? Ninguém podia ver pela seguinte razão: isso iria desacreditar a história de que a guerra contra o terror tinha sido um sucesso, sustenta o jornalista do ‘The Independent’.

É isso. Enquanto o Ocidente festejava o "sucesso" da guerra contra o terror, o ISIS controlava um "califado" no Iraque e na Síria do tamanho da Grã-Bretanha. E agora? Os cenários possíveis, segundo o autor: uma longa guerra civil no Iraque e na Síria; ou a divisão dos países de acordo com fronteiras étnicas e religiosas (como sucedeu na Índia em 1947).
E se nada for feito? Neste caso eles seguirão a utopia de exportar o jihadismo para o Ocidente, a começar pela Europa. E poderão repetir em Londres, Madri, Barcelona, ou em qualquer outra cidade do planeta, o que acabaram de fazer em Paris para punir os "infiéis": matar, matar, matar. 
 

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