sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O que seria um ataque pessoal na política?

 
No calor de uma campanha eleitoral é possível definir insulto, desconstrução de imagem, campanha negativa ou assassinato de reputação? Um político criticar duramente o outro não é "ataque pessoal". É uma opinião política susceptível de contraditório que deve ser feito igualmente no campo político.
 
É livre a liberdade de opinião, de expressão e de crítica no país. E o debate é o "sal" da política. Ainda bem que há conflitos, ainda bem que há notícias deles, ainda bem que as redes sociais permitem que a sociedade possa dialogar sobre eles. A isto se chama democracia e liberdade. 
 
Se um candidato se sentiu ofendido, que procure dar resposta à altura, em lugar de apresentar lamúrias romanescas ou chorar a cântaros. Ataque pessoal seria acusar alguém sem provas de ter praticado um crime. Ou caluniá-lo sobre ato que efetivamente não praticou. 
 
Confrontar um político por ter alianças, por ter votado desta ou daquela maneira, ou dizer que ele foi filiado a este ou aquele partido, nada disso é ofensa. Biografias e declarações de renda de quem pleiteia mandatos devem ser de conhecimento público. E ascensão política exige que homens públicos aceitem, conscientemente, os riscos da exposição.
 
Não se pode exigir "silêncio" a quem cumpre a obrigação democrática de expressar suas discordâncias. Entre outras coisas, a democracia vive, essencialmente, de debate e decisões. Nada se faz, em política, sem debate e as eleições são o corolário do debate. Uma sociedade democrática vive desta dinâmica.
 
Campanha eleitoral implica troca de opiniões divergentes. O que não falta é dedo em riste. Nos políticos, e nos seres humanos de modo geral, infelizmente, os defeitos são mais frequentes que as virtudes. E acredito que haverá sempre, nesta ou naquela encruzilhada, eventuais erros e omissões deste ou daquele candidato. Ninguém é infalível.
 
Podemos aguentar algumas verdades. Somos adultos. Em todas as democracias, a maioria costuma escolher, depois de acompanhar debates e entrevistas, quem é mais autêntico, quem inspira mais confiança. Ninguém é perfeito. Contudo, é difícil tolerar candidato simulando raiva irrefletida, ou simulando indignação com crítica, para tentar esconder o que importa: ter ou não ter algo de substantivo para dizer e fazer.

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