quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Não é esta a cidade dos meus sonhos...



Como se não bastasse estar encalhada na vida, comecei a ficar encalhada no trânsito. Não, não é brincadeira. Brasília vive dias estranhos com apagões, alagamentos, sensação de abandono e lentidão. A comprovada rapidez nos deslocamentos é coisa do passado. Agora, o normal é ficar dez, vinte, até quarenta minutos esperando para atravessar uma asa ou sair da Esplanada. Com a chuva e o temporal dos últimos dias a coisa ficou mais complicada. 

Sem contar que tudo isso acontece em Novembro, o mês mais azedo do calendário. É, novembro é terrível,  trata-se do único mês sem personalidade: ainda não é Natal, mas já temos de conviver com os cartazes que nos fazem lembrar as incontornáveis compras, os incontornáveis “amigos-ocultos”, os incontornáveis cartões de boas festas, os shopping lotados, os jantares de comemoração, etc, etc.

É difícil não ficar tenso.  Ainda por cima tenho outro motivo para queixas: meu aniversário coincide com o final do ano, então sou obrigada a conviver com os dissabores do envelhecimento, os dissabores do trânsito e os dissabores das chuvas tudo ao mesmo tempo. E a casa? Ai, ai, ai, ia me esquecendo que neste ano tenho de fazer árvore de Natal para a Giovana, minha neta. É, a bebezinha já tem dois anos e vai sentir falta se não puder contar com o presentinho dos avós.

Só me faltava esta agora, voltar a fazer árvore de Natal e ir escolher enfeites com esta chuva e nesta cidade estranha. Será que alguém pode me dizer se fora da natureza existe alguma árvore de bom gosto? Deus do Céu, é Natal, vou ter de me afundar no Frontal! É, definitivamente, não é esta a festa dos meus sonhos, não é esta a cidade dos meus sonhos e não é esta a vida dos meus sonhos.

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