segunda-feira, 1 de abril de 2019

01 de abril de 2019


 Folha de S. Paulo joga a toalha e diz no editorial que “a incerteza política contribui para queda geral da confiança e abandono de previsões de recuperação da renda e do emprego neste ano. Mudança nas aposentadorias não poderá, sozinha, tirar o país do atoleiro. A superação do ciclo recessivo que durou de 2014 a 2016, a mais lenta da história, permanece sem trilha segura. Abaixo, resumo das notícias do dia:
01 de abril de 2019
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O Globo

Manchete: Escritório em Jerusalém frustra Israel e gera reação de palestinos - No primeiro dia de viagem ao Oriente Médio, Jair Bolsonaro recua de transferência de embaixada.

Em sua primeira viagem oficial a Israel, Jair Bolsonaro deixou insatisfeitos o premier do país, Benjamin Netanyahu, e também a Autoridade Palestina, que convocou de volta seu embaixador no Brasil para “consultas”. Apesar de não ter cumprido promessa de campanha de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, o presidente anunciou abertura de um escritório de representação na cidade, disputada por palestinos e israelenses como sua capital. A mudança da embaixada, porém, ainda não foi descartada pelo brasileiro. (PÁGINA 27)

Planalto divulga vídeo que exalta Golpe de 1964 - No aniversário do Golpe de 1964, o Palácio do Planalto compartilhou ontem um vídeo segundo o qual o Exército, naquela ocasião, “salvou” o Brasil. O material foi encaminhado a jornalistas, via aplicativo de celular, por um telefone da Secretaria de Comunicação da Presidência. (PÁGINA 6)

Na contramão do país, taxa de assassinatos cai em 9 estados - Em nove estados, investimentos em inteligência e integração das polícias levaram à redução da taxa de homicídios. (PÁGINA 4)

MORTE DE MARIELLE - Delegado diz que sua saída do caso foi ‘natural’ (PÁGINA 8)

Norueguesa ‘low cost’ deve ajudar a reduzir tarifas - A Norwegian fez seu primeiro voo ontem, reforçando o time das aéreas de baixo custo no Brasil — a chilena Sky opera desde novembro —, o que aumenta a expectativa de queda nos preços de passagens. As tarifas da norueguesa são, em média, 45% mais baratas que as de concorrentes na rota Rio-Londres. (PÁGINA 21)

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O Estado de S. Paulo

 

Manchete: Governo ainda não aprovou projeto próprio na Câmara - Em meio a clima hostil, Executivo enviou 16 propostas e medidas provisórias, que tramitam em ritmo lento.

Nenhum dos 16 projetos e medidas provisórias enviados pelo governo Bolsonaro para o Congresso foi aprovado em quase cem dias de gestão. Todos tramitam em ritmo lento e, dos que estão na Câmara, apenas a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência tem relator, nomeado duas semanas após chegar à Casa. Em meio a um ambiente hostil ao governo, a MP que modifica a estrutura dos ministérios, por exemplo, foi enviada à Câmara em janeiro, recebeu 539 emendas e ainda não tem relator – o texto tem de ser votado até 3 de junho, caso contrário, estruturas como a do Ministério da Economia, que aglutinou três pastas, terão de ser desmontadas. Para tentar driblar a paralisia, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, conseguiu, após acordo com Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o pacote anticrime tramitasse paralelamente no Senado. POLÍTICA / PÁG. A4

Saneamento só deve chegar a todo o País após 2060 - O Brasil investe, em média, R$ 10 bilhões por ano em saneamento básico, menos da metade do previsto para chegar a 2033 com 100% de cobertura de água e esgoto, como prevê o Plano Nacional de Saneamento Básico. No ritmo atual, dificilmente a universalização será atingida até 2060. Hoje, 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto. Caso da tia e da avó de Michelle Bolsonaro, que vivem na favela Sol Nascente, no DF.
ECONOMIA / PÁG. B1

Bolsonaro vai definir dois novos ministros para o TSE - Alvo de ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Jair Bolsonaro vai ter de escolher dois novos ministros para a Corte. Os mandatos de Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira se encerram, respectivamente, em 27 de abril e 9 de maio. As escolhas têm importância porque tramitam na Justiça Eleitoral oito processos que apuram supostas irregularidades na campanha do então candidato do PSL ao Palácio do Planalto.POLÍTICA / PÁG. A7

Palestina reage a escritório em Jerusalém - Bolsonaro confirmou, em encontro com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, a criação de escritório de negócios em Jerusalém – a mudança da embaixada, por ora, está descartada. A Autoridade Palestina condenou a ação, chamada de “violação flagrante ao povo palestino”, e vai consultar embaixador no Brasil. PÁG. A10

Planalto distribui vídeo em defesa do golpe - O Palácio do Planalto distribuiu ontem vídeo de dois minutos, sem autoria, em defesa do golpe militar de 1964. “O Exército nos salvou, não há como negar”, diz o apresentador da peça. O Planalto não comentou, mas confirmou que o material foi distribuído por seu canal oficial no WhatsApp. Ontem, houve atos em dez capitais e no Distrito Federal contra e em defesa do golpe, que completou 55 anos. PÁG. A6

Governo federal cancela instalação de radares (Metrópole / Pág. A13)

CIDA DAMASCO - Balança a união do presidente e seus apoiadores. A chave do reequilíbrio é a economia. ECONOMIA / PÁG. B7

Notas & Informações

O descaramento dos partidos - Anistiar as sanções aplicadas pela Justiça Eleitoral e pela Receita Federal aos partidos políticos é nada menos do que aplicar um duplo golpe nos cidadãos. PÁG. A3


Incompetência e descaso - O progresso científico e seus benefícios para a saúde da população esbarram na incúria do poder público. PÁG. A3

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Folha de S. Paulo

Manchete: Reforma garante privilégio para policiais e carcereiros - Base eleitoral de Bolsonaro, servidores terão direito a aposentadoria integral.

A reforma da Previdência recupera privilégios para grupos integrantes da base eleitoral do presidente: policiais civis e federais, além de agentes penitenciários e socioeducativos. Pelo texto, terão direito a aposentadoria integral. Esses servidores poderão se aposentar com o valor igual ao do salário recebido no último cargo, mesmo que tenham ingressado no setor público depois de dezembro de 2003. Naquela data, a aposentadoria do funcionalismo passou a ser calculada pela média dos salários recebidos.

A diferença no valor pode chegar ao dobro, segundo estimativa. Além da aposentadoria integral, os reajustes terão paridade com os dos servidores da ativa. Para o funcionalismo público em geral, a reforma só prevê tais benefícios aos homens que atingirem 65 anos e às mulheres de 62 anos. Para isso, têm também de ter entrado até o fim de 2003. A razão do benefício não é explicada pelo governo. A Secretaria da Previdência afirmou apenas que manteve no texto o acordo feito na negociação da versão anterior da reforma, feita no governo de Michel Temer (MDB) em 2017. (Mercado A16)

Brasil frustra Israel e só terá um escritório em Jerusalém - Como já era esperado, Jair Bolsonaro recuou da mudança da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Ele havia prometido o gesto, que na prática reconheceria a cidade como capital israelense, durante a campanha e também para o premiê Binyamin Netanyahu. Em seu primeiro dia de visita a Israel, Bolsonaro anunciou apenas um escritório comercial na cidade. “Eu gostaria de acreditar que esse é o primeiro passo para a abertura de uma embaixada”, disse Netanyahu, que contava com o anúncio para sua campanha eleitoral. O recuo ocorreu após a pressão de países muçulmanos importadores de carne, que consideram Jerusalém a capital da Palestina. A possibilidade de haver um boicote assustou o agronegócio brasileiro. (Mundo All)

ENTREVISTA DA 2a - PAULO SKAF- Nova política deve aceitar o diálogo entre os Poderes. Para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, a chamada nova política defendida por Jair Bolsonaro não pode significar ausência de diálogo entre os Poderes. Na semana passada, Planalto e Câmara entraram em choque. “O único regime que aceitamos é a democracia, que pressupõe política e políticos”, diz. (A14)

Planalto divulga vídeo com elogio à ação dos militares em 64 (Poder A6)

Manifestações contra e a favor do golpe têm confrontos (Poder A6)

55 anos do golpe - Fernando Haddad - É preciso chamar horror pelo nome (Opinião A3)

Castello Branco - Exército atendeu a apelo do povo - Para falar de 64, é preciso contextualização histórica. As novas gerações devem entender que havia uma guerra (Opinião A3)

Análise - Igor Gielow - Para agradar aliados, presidente cria uma verdadeira jabuticaba diplomática (Mundo A12)

Contra abuso, farda da PM de São Paulo terá câmera - A PM paulista iniciou a implantação de um sistema de câmeras que serão acopladas ao ombro do uniforme dos policiais. O projeto inicial de R$ 5 milhões visa coibir abusos por parte de agentes e aumentar a qualidade das provas usadas em processos judiciais. (Cotidiano B1)

Editoriais

Talvez em 2020 - Sobre expectativas para a retomada da economia (A2).
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Editorial da Folha na íntegra:

Talvez em 2020

Incerteza política contribui para queda geral da confiança e abandono de previsões de recuperação mais robusta da renda e do emprego neste ano

Com o desempenho aquém do esperado da economia nos últimos meses, as expectativas de uma retomada robusta do crescimento começam a ser adiadas para o segundo semestre, ou mesmo para 2020.

Passado o primeiro trimestre, os cenários mais otimistas não se confirmaram. Houve recuo na confiança de quase todos os setores. Os dados coletados pela Fundação Getúlio Vargas referentes a indústria, comércio, construção e serviços mostram reversão de quase toda a alta observada no final de 2018, após a eleição.

Embora muitas empresas sinalizem disposição de investir, poucas tomarão riscos antes da votação da reforma da Previdência, tida como fundamental não apenas para o equilíbrio orçamentário mas sobretudo, de imediato, para indicar a capacidade do governo Jair Bolsonaro (PSL) de prosseguir na agenda de mudanças necessárias para alavancar a produtividade.

Por ora, a percepção de inoperância política do governo cobra seu preço, e planos de expansão vão sendo adiados.

Até existem setores em que se nota um maior interesse de investidores, como a infraestrutura. Mostraram-se promissores, nesse sentido, os leilões de aeroportos, terminais portuários e, agora, de um trecho que completará o traçado da Ferrovia Norte-Sul.

Espera-se, da mesma forma, sucesso na cessão onerosa do pré-sal, que pode atrair uma avalanche de recursos. Mas, como é natural nesses casos, os programas têm maturação de longo prazo e os resultados devem ser graduais, com impacto medido em anos, não meses.

Enquanto isso, não há boas notícias no mercado de trabalho. O número de desocupados, após breve redução no ano passado, voltou a superar 13 milhões. Os indicadores mais amplos de subemprego são ainda piores — nada menos que 27,9 milhões de pessoas se encontram em situação considerada de desalento ou precariedade.

Com a inflação abaixo das metas do Banco Central, o quadro seria propício para que os juros, hoje em 6,5% ao ano, caíssem ainda mais e o quanto antes — os obstáculos para tal estão justamente nas incertezas políticas.

A verdade é que nem mesmo a imprescindível mudança nas aposentadorias poderá, sozinha, tirar o país do atoleiro. A superação do ciclo recessivo que durou de 2014 a 2016, a mais lenta da história, permanece sem uma trilha segura.

O esgotamento das finanças do governo impede a mobilização de recursos públicos para investimentos. O setor privado terá de se reinventar em um mundo que passa por acelerada transformação.

Boa parte dos empregos destruídos nos últimos anos dificilmente voltará. Outros precisarão surgir.
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