sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Se você pretende saber quem eu sou...



Tenho vocação para ser feliz. A vida está aí para ser vivida, para fazer coisas e seguir sempre, sem culpa e arrependimento, sem abatimento e sem rendição. Entre um pecador por ação e outro por omissão, minha preferência é, em princípio, para o primeiro. Não gosto de omissões e de silêncios. Penso que servem para esconder mediocridades.

O mundo dos calados pode ser seguro para quem cala mas é movediço para quem aceita dizer o que pensa. Não gosto de quem sempre está fugindo de bolas divididas. Quem me conhece conhece-me porque sabe onde trabalho, onde moro e basta me perguntar, ou me deixar exposta a essa ou aquela situação, para ouvir minha opinião sobre o assunto.

Quem me conhece conhece-me por não ser pessimista e não cultivar amarguras. Não vale a pena complicar o que é simples. Por essa razão, sei que uma pessoa deve dar valor à família e aos amigos, os maiores tesouros que pode reunir nessa vida. Nas vidas passadas não acredito porque não contam para a aposentadoria.

No dia 28 de janeiro deste ano de 2012 vai fechar um ano da morte da minha mãe. Só depois do seu desaparecimento, tive certeza que ela era, e sempre será, a pessoa mais importante da minha vida. Por arrogância, achava que mais, ou tão importantes, eram as pessoas que eu havia incluído na minha vida. Hoje, sei que são importantes sim, mas devo à minha mãe toda a minha vida.

Minha mãe ficou doente por doze anos a fio, mas fugi esses anos todos da idéia de sua morte. Uma dor assim, se tivesse conseguido prevê-la, talvez saberia suportá-la, penso de vez em quando. Não sei ainda como escrever sobre isso. Só sei que muito da minha alegria morreu naquele dia e agora luto com a angústia e a depressão.

Quem me conhece conhece-me por ser um pouco sarcástica e mordaz, sempre disposta a pensar numa observação engraçada e irônica para encaixar nas conversas em grupo. Agora, estou mais séria e impaciente. Confesso que o mundo em que vivemos irrita-me de forma mais cortante. Enerva-me a cultura da incultura. Irritam-me as tevês sempre ligadas e os livros sempre fechados.

Aborrecem-me os noticiários que tratam a informação como entretenimento, sem avaliar a dimensão histórica da política, da economia, da cultura e da própria história. Contudo, quem me conhece conhece-me por não ser pessimista e não cultivar amarguras. Esqueço fácil toda e qualquer irritação e aborrecimento com as notícias e com a política porque no fundo, a não ser as pessoas, nada para mim tem muita importância.

Nenhum comentário:

Postar um comentário