Vi na madrugada o excelente filme de Charles Ferguson "Trabalho Interno", documentário impressionante sobre a crise econômica. Estou de "cara" com a irresponsabilidade e o descaso dos bancos e dos agentes do chamado mercado com a vida das pessoas.
O que esteve na origem da atual crise foi a expansão do crédito a partir do nada. Ou quase nada: uma base monetária e de capital cada vez menor. Agora, na minha modestíssima opinião, chegou a hora de pensar sobre o que fazer com os bancos.
Inicialmente, um dos aspectos que mais me surpreendeu na crise foi saber que os banqueiros, habitualmente tão arrogantes, estavam aos pés dos Estados. Na Europa, chegaram a dizer que imploravam por salvação, como se fossem crianças pequenas.
O contrato implícito nas nossas sociedades é que empresários e gestores têm uma remuneração mais elevada porque correm mais riscos. Se tudo anda bem, tudo bem. Se corre mal, segue-se a falência. O que os bancos demonstraram com a crise é que (ao contrário de todas as outras atividades) querem cumprir apenas a parte boa do contrato.
Até aqui, os Estados corresponderam às exigências dos bancos com enormes programas públicos e argumentos novos: 1) alguns bancos eram “demasiado grandes para falir” e 2) o dinheiro dos contribuintes presentes e futuros (através da dívida pública) servia para suportar os custos etc, etc, etc.
O fato é que nunca se assistiu nos últimos 70 anos a semelhante progresso da socialização da economia. Os bancos criaram a crise e, depois, para se salvarem, reduziram de forma astronômica a dimensão da economia de mercado. Por isso, não podem ser consideradas instituições que promovem a liberdade econômica.
Isto traz um problema evidente: se não estão dispostos a falir então é porque são já instituições públicas sem o nome e estão fora das regras dos mercados. O que implica outro problema (ou melhor, um dilema) político: ou é definitivamente assumido que estes bancos são públicos, acabando a comédia dos últimos anos, ou eles precisam passar por uma reforma de forma a poderem voltar a ser vistos como agentes privados.
Se não queremos transformar os bancos em apêndices do Estado, então não os podemos deixar seguir um modelo de negócio que não os responsabiliza, que cria instabilidade e, sobretudo, põe em perigo a vida das pessoas.
Nessas circunstâncias, a defesa de medidas que efetivamente protejam os clientes e a economia acaba sendo consensual. E o que mais se fala na Europa é que os bancos serão impedidos de se envolverem em programas de crescimento do crédito. Por razão óbvia: com autonomia, eles vão deixar a sociedade no seu todo falida. De novo.
O que esteve na origem da atual crise foi a expansão do crédito a partir do nada. Ou quase nada: uma base monetária e de capital cada vez menor. Agora, na minha modestíssima opinião, chegou a hora de pensar sobre o que fazer com os bancos.
Inicialmente, um dos aspectos que mais me surpreendeu na crise foi saber que os banqueiros, habitualmente tão arrogantes, estavam aos pés dos Estados. Na Europa, chegaram a dizer que imploravam por salvação, como se fossem crianças pequenas.
O contrato implícito nas nossas sociedades é que empresários e gestores têm uma remuneração mais elevada porque correm mais riscos. Se tudo anda bem, tudo bem. Se corre mal, segue-se a falência. O que os bancos demonstraram com a crise é que (ao contrário de todas as outras atividades) querem cumprir apenas a parte boa do contrato.
Até aqui, os Estados corresponderam às exigências dos bancos com enormes programas públicos e argumentos novos: 1) alguns bancos eram “demasiado grandes para falir” e 2) o dinheiro dos contribuintes presentes e futuros (através da dívida pública) servia para suportar os custos etc, etc, etc.
O fato é que nunca se assistiu nos últimos 70 anos a semelhante progresso da socialização da economia. Os bancos criaram a crise e, depois, para se salvarem, reduziram de forma astronômica a dimensão da economia de mercado. Por isso, não podem ser consideradas instituições que promovem a liberdade econômica.
Isto traz um problema evidente: se não estão dispostos a falir então é porque são já instituições públicas sem o nome e estão fora das regras dos mercados. O que implica outro problema (ou melhor, um dilema) político: ou é definitivamente assumido que estes bancos são públicos, acabando a comédia dos últimos anos, ou eles precisam passar por uma reforma de forma a poderem voltar a ser vistos como agentes privados.
Se não queremos transformar os bancos em apêndices do Estado, então não os podemos deixar seguir um modelo de negócio que não os responsabiliza, que cria instabilidade e, sobretudo, põe em perigo a vida das pessoas.
Nessas circunstâncias, a defesa de medidas que efetivamente protejam os clientes e a economia acaba sendo consensual. E o que mais se fala na Europa é que os bancos serão impedidos de se envolverem em programas de crescimento do crédito. Por razão óbvia: com autonomia, eles vão deixar a sociedade no seu todo falida. De novo.
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