Bolsa argentina caiu 37% e juros foram elevados a 74% ao ano para conter
dólar, após oposição kirchnerista vencer primárias presidenciais, “Caso argentino é
diferente de tudo”, afirma @MiriamLeitão. @ElianeCantanhêde
avalia que “derrota de Macri e risco de recessão interna são pancadas na crença de
que a economia salva o governo Bolsonaro”. Em visita ao Rio Grande do Sul, o
presidente da República disse que o estado pode virar uma Roraima caso a
“esquerdalha” volte ao poder na Argentina. No Estadão: ‘Produtores que
estão alegres hoje vão chorar amanhã’, adverte Katia Abreu (PT-TO). Para
ex-ministra da Agricultura, discurso de Bolsonaro pode fechar mercados no
exterior para produtos brasileiros- Aqui, abaixo, resumo das capas:
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13 de agosto de 2019
O Globo
Manchete: Mercado adia expectativa de
retomada da economia
Índice do BC mostra queda de 0,13% no
2º trimestre; Guedes pede ‘paciência’ para se obter resultado.
Com a queda de 0,13%, de abril a junho, no índice do BC que é prévia do PIB, analistas temem que o país tenha segundo trimestre seguido de retração na economia. Medidas para impulsionar o crescimento teriam efeito mais adiante, mas cenário externo preocupa. O ministro Paulo Guedes pediu “um pouco de paciência”. Páginas 17 e 18
Com a queda de 0,13%, de abril a junho, no índice do BC que é prévia do PIB, analistas temem que o país tenha segundo trimestre seguido de retração na economia. Medidas para impulsionar o crescimento teriam efeito mais adiante, mas cenário externo preocupa. O ministro Paulo Guedes pediu “um pouco de paciência”. Páginas 17 e 18
Câmara deve votar hoje MP que reduz
burocracia
Bandeira do governo Bolsonaro, medida provisória da Liberdade Econômica
desburocratiza o ambiente de negócios. Página 19
Bolsa argentina despenca após prévias
eleitorais
Após oposição kirchnerista vencer primárias presidenciais, a Bolsa
argentina caiu 37%. No Brasil, o dólar chegou a passar de R$ 4. 0 governo
Macri, que herdou país com desajuste fiscal e não evitou a recessão, enfrenta
insatisfação da classe média. Bolsonaro disse que pode haver fuga de argentinos
para o Sul se “esquerdalha” vencer. Págs 17,22 e 23
Dodge decide prorrogar por um ano a
Lava-Jato
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, editou portaria que
estende por um ano a Lava-Jato. É a quinta prorrogação da operação. A pouco
mais de um mês do fim do mandato, Dodge tem pouca chance de ser reconduzida ao
cargo. Candidatos mais conservadores despontam como favoritos de Bolsonaro.
Página 4
Maia rejeita criar imposto semelhante
à CPMF
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, reiterou que a Casa não aceitará
retomar “em hipótese alguma” o imposto sobre operações financeiras. Página 19
Bolsonaro anuncia fim de radar móvel
em estradas
Apesar da crítica de especialistas, Bolsonaro suspenderá o uso de
pardais móveis em vias federais a partir da próxima semana para acabar com
“indústria das multas”. Página 8
Justiça reintegra peritos à comissão
que combate a tortura Página 6
MIRIAM LEITÃO - Caso argentino é
diferente de tudo Pág.18
MERVAL PEREIRA - Não há coerência na
luta ideológica Pág. 2
JOSÉ CASADO - Presidente concentra
poder Pág.3
EDITORIAL - A agenda do
crescimento é diversificada Pág.2
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Medo de populismo na
Argentina derruba Bolsas
Mercado considera resultado das prévias ‘quase irreversível’ e teme fim
da política econômica do governo Macri.
O mercado financeiro da Argentina acordou em pânico ontem, com a vitória
com folga da chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner nas eleições
primárias para a presidência daquele país. O dólar disparou e levou o Banco
Central argentino a aumentar a taxa de juros para 74%. O índice Merval, o
principal da Bolsa de Buenos Aires, caiu 37,9%. A movimentação atingiu o
Brasil. Por aqui, o Ibovespa recuou 2% e o dólar subiu, fechando o dia em R$
3,98. Os investidores receiam que uma vitória kirchnerista signifique o fim da
política econômica adotada pelo governo de Mauricio Macri e do acordo firmado
com o FMI. Analistas econômicos também temem que o resultado, considerado agora
“quase irreversível”, abra as portas para a retomada do populismo e de medidas
intervencionistas. O “terremoto” na Argentina não deve afetar o acordo entre o
Mercosul e a União Europeia, fechado em julho. Pelo tratado, o Brasil não
depende do país vizinho para pôr as regras de livre-comércio em vigor. Economia
/ pág. B1
‘Novo Roraima'
Bolsonaro disse que não quer romper com a Argentina, mas criticou a
possibilidade de vitória da oposição. “Se a esquerdalha voltar ao poder na
Argentina, corremos o risco de ter, no Rio Grande do Sul, um novo Estado de
Roraima", disse. pág. A8
‘Produtores que estão alegres hoje
vão chorar amanhã’- Entrevista Katia Abreu (PDT-TO)-Para ex-ministra da
Agricultura, discurso de Bolsonaro pode fechar mercados no exterior para
produtos brasileiros- Transcrição na íntegra abaixo.
Governo agora estuda teto para
deduções com saúde
Depois de anunciar que estudava o fim das deduções com saúde e educação
no Imposto de Renda, o governo agora analisa a criação de um teto para
abatimento dos gastos médicos, disse ontem o secretário da Receita Federal,
Marcos Cintra. Ele também voltou a defender a criação de tributo sobre
pagamentos para compensar desoneração da folha salarial - hipótese rejeitada
pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Economia / pág. B3
Líder fala em ajudar Estados antes de
votar a Previdência
Antes da votação da reforma da Previdência, o governo pretende aprovar
no Senado um pacote de ajuda a Estados e municípios, segundo o líder Fernando
Bezerra Coelho (MDB-PE). Entre esses projetos estão o que define a divisão dos
recursos do mega leilão de petróleo previsto para novembro e a securitização de
dívidas. Para Coelho, a reforma será aprovada, em setembro, com pelo menos 56
votos. Economia / pág. B5
Contra pressões, Receita pode virar
agência
O Ministério da Economia estuda a transformação da Receita Federal em
uma agência independente. O modelo seria semelhante ao das agências
reguladoras. O governo vê necessidade de proteger a Receita diante do avanço de
iniciativas no Congresso e no Judiciário contra a atuação de auditores.
Política / pág. A4
Adiado fim de barragens como a de
Brumadinho
Resolução da Agência Nacional de Mineração adia de 2021 para até 2027 o
prazo para o fim definitivo de barragens a montante no País, o mesmo tipo que
desabou em Brumadinho e Mariana. Brasil tem 61 estruturas desse tipo. Metrópole
/ pág. A10
FBI procura suposto terrorista no
Brasil Internacional / pág. A9
Brics empresta R$ 2 bi para País
tratar lixo Política /pág. A6
PEDRO FERNANDO NERY - Gasto anual da União
com pensão por morte é de R$ 170 bilhões. Se fosse um ministério, seria o 2°
maior da Esplanada. economia / pág. B6
ELIANE CANTANHÊDE - Derrota de Macri e
risco de recessão interna são pancadas na crença de que a economia salva o
governo Bolsonaro. Pág. A6
NOTAS & INFORMAÇÕES
Entre a recessão e o quase nada- O primeiro semestre
do governo Bolsonaro foi muito ruim para a economia, com indústria emperrada,
consumo travado e péssimo mercado de emprego. pág. A3
Ilhas de prosperidade - Os Tribunais de Contas pairam alheios sobre as dificuldades que afligem os demais órgãos públicos no País. pág. A3
Ilhas de prosperidade - Os Tribunais de Contas pairam alheios sobre as dificuldades que afligem os demais órgãos públicos no País. pág. A3
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Folha de S. Paulo
Manchete: Crise argentina gera tensão
e afeta indicadores no Brasil
País vizinho eleva juros a 74% ao ano para conter dólar após triunfo
kirchnerista.
O cenário de incerteza política e econômica na Argentina derrubou ontem os indicadores locais e teve efeitos no Brasil, onde o dólar subiu 1%, a R$ 3,985, maior patamar desde maio. O Ibovespa recuou 2%, a 101.915 pontos.
A turbulência foi uma reação à ampla vitória kirchnerista nas primárias
presidenciais. O banco central argentino aumentou os juros em 10 pontos
percentuais, para 74% ao ano, na tentativa de conter a moeda americana.
A surpresa eleitoral no pais vizinho agrava o já conturbado quadro dos
mercados financeiros, que refletem o receio com a guerra comercial entre EUA e
China, a desaceleração europeia e ainda a crise em Hong Kong.
Candidato à reeleição, Mauricio Macri recorreu ao temor de investidores
para comentar sua difícil situação no pleito de outubro. “Alternativa
kirchnerista não tem credibilidade no mundo.” Mercado
RS pode virar RR se ‘esquerdalha’ argentina voltar, diz Bolsonaro
Em visita ao Rio Grande do Sul, Jair Bolsonaro (PSL) disse que o estado
pode virar uma Roraima caso a “esquerdalha” volte ao poder na Argentina. Ele se
referia à vitória kirchnerista nas primárias e ao suposto risco de crise
similar à da Venezuela. Depois, afirmou que não quer romper com o Vizinho.
Mundo A15
Análise SYLVIA COLOMBO
Apoiadores de Cristina vão à loucura
com resultado A15
Maia declara que Câmara não vai
retomar a CPMF
Presidente da Câmara dos Deputados disse que não irá apoiar a recriação
de taxa nos moldes da CPMF. Estudos mostram que im-posto sobre transações
financeiras perde efeito com o tempo e prejudica O crescimento. Mercado A22
Que se adaptem ao presidente, afirma
Major Olímpio
Líder do PSL no Senado, Major Olímpio defende as declarações polêmicas
de Jair Bolsonaro. “É cada um se adaptar ao estilo do chefe”, e não o contrário,
diz à Folha. Para o senador, o presidente “sabe quem está chocando”. Poder A10
Justiça suspende dispensa em órgão
contra tortura
Decreto de Jair Bolsonaro extinguiu cargos do Mecanismo Nacional de
Prevenção e Combate à Tortura. Justiça do Rio determinou ainda a reintegração
de peritos. O governo vai recorrer da decisão. Cotidiano B2
Cocozinho de índio barra
licenciamento de obras, diz presidente A20
‘Dê um ano ou dois’, responde Guedes
sobre piora em indicadores A21
EDITORIAIS A4
Pêndulo argentino - Sobre vitória oposicionista em primária
presidencial.
Negligência no Enem - Acerca de gestão opaca do exame por parte do MEC.
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‘Produtores que estão alegres hoje vão
chorar amanhã’
Entrevista
Katia Abreu, senadora (PDT-TO)
Para ex-ministra da Agricultura,
discurso de Bolsonaro pode fechar mercados no exterior para produtos
brasileiros
Anne Warth e Adriana Fernandes /
BRASÍLIA
Uma das líderes da bancada ruralista no
Senado, Katia Abreu (PDT-TO) disse que a política do presidente Jair Bolsonaro
para o meio ambiente pode fechar o acesso de produtos brasileiros no exterior e
causar prejuízos ao agronegócio. "Os agricultores que estão alegres hoje
vão chorar amanhã."
Ex-presidente da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e ex-ministra da Agricultura, a
senadora, que era símbolo da retórica anti-ambiental, afirmou que
"evoluiu". Esse discurso, na avaliação dela, é
"antimercado" e representa atraso. Para ela, cabe ao Congresso atuar
como um "aceiro".
A sra. já foi muito associada ao
desmatamento, mas tem feito discursos a favor da preservação da Amazônia no
Senado. O que mudou?
Eu tinha um discurso radical, para o
lado dos meus. Tenho muito orgulho de ter evoluído. Meu pensamento estava
dentro de uma caixinha: "Isso é ambientalista que quer destruir a
agricultura brasileira, que já destruiu suas matas". Aquela coisa
decorada. E não tem nada a ver. Abri meus olhos e aprendi o quanto a Amazônia
era importante para garantir as chuvas no sul e centro do Brasil. Aprendi sobre
a importância de se manter as nascentes dos rios.
O discurso do governo pode prejudicar o
agronegócio?
O Bolsonaro está se comportando como
antimercado. Hoje, as empresas mais valorizadas na bolsa têm um componente
fortíssimo tecnológico e de sustentabilidade. Todo mundo já incorporou isso
como necessidade, e não como uma coisa de politicamente correto. Quem é que não
está vendo, mais do que nós, agricultores, que as chuvas mudaram, a temperatura
mudou, rios que não secavam antes, que eram perenes, e hoje secam? Quem nega
isso está fora da realidade. O presidente precisa entender que meio ambiente e
agronegócio não são uma questão gastrointestinal.
Por que o agronegócio apoia esse
discurso?
Os produtores estão enganados. Os
produtores estão alegres hoje e poderão chorar amanhã. Temos o agro que produz
na roça, que apoia o Bolsonaro. Mas o agro tem outras cadeias: a produção de
insumos, o processamento e industrialização e os transportadores. Esses três
últimos estão desesperados, porque quem vai bater na porta com a cara e a
coragem para vender são eles.
Como isso pode prejudicar as vendas dos
produtos brasileiros?
Eu tenho muito medo de que percamos
mercado. Estamos no auge de um acordo delicado, que é União Europeia e
Mercosul. Os agricultores na Europa são fortíssimos e altamente subsidiados,
não conseguem competir conosco sem isso. Então, qualquer coisa vai ser desculpa
para atrasar a implementação desse acordo por três, quatro, cinco anos. É do
que precisam para arrumarem barreiras técnicas aos nossos produtos. Imaginem os
comerciais que essas associações poderosas da Europa podem fazer contra nós lá,
na TV e internet? E farão: "O Brasil aumenta o desmatamento e acaba com a
Amazônia".
Qual é o papel do Congresso neste
contexto?
Quando uma fazenda pega fogo, em vez de
tentar apagar o fogo, ele te queima, você vai lá na frente, faz um aceiro
(raspagem do chão com trator) para o fogo parar ali. Aí você pega e rapidamente
controla o fogo, queima aquele pedaço e acabou. Então, nós precisamos fazer o
contra-fogo. Temos a legislação mais rigorosa do mundo, muito boa para seus
objetivos. No Senado, garanto que não há ambiente para flexibilizá-la.
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