sábado, 28 de abril de 2012

É preciso muito cuidado com certas certezas...



Quando Demóstenes Torres chegou ao Senado, em 2002, eu estava começando a trabalhar em assessoria de imprensa, em razão de uma tendinite na mão direita que arruinou meu caminho nas revistas e jornais. Não tive outro jeito, a não ser partir da profissão que eu amava, e que havia escolhido ainda na adolescência, da forma mais adulta possível: sem sorrir, sem chorar e, sobretudo, sem reclamar.

Lembro do senador goiano entrando numa das primeiras reuniões em que eu participaria como assessora. Ao meu lado estava a amiga e também assessora de imprensa, Letícia. “Chegou ao Congresso alguém mais feio que o Heráclito Fortes”, concluímos brincando e caindo na gargalhada. O senador falava bem e impressionava quem o ouvia. O que parecia a todos é que ali estava um quadro político de qualidade.

Além da retórica, ele organizou uma senhora equipe que trabalhava direito nas comissões e no plenário. O resultado era uma ação política de grande visibilidade no Parlamento. Eu achava, sinceramente, que Demóstenes era o que dizia ser. Tanto que fiquei espantada com a subserviência do senador goiano ao contraventor Carlos Cachoeira captada nos implacáveis diálogos gravados pela Polícia Federal.

Tenho pensado muito sobre isso e a única coisa que me ocorre é que precisamos ter cuidado com tudo nessa vida, até com as nossas certezas. Na política, principalmente.

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