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Muitas coisas deram certo na empreitada. O maior desafio foi compreender que, da mesma maneira que se torna impossível aceitar uma concepção de transparência da linguagem (considerando-se que ela se encontra em - e é determinada por - um contexto institucional) não há como acatar uma concepção de transparência do jornalismo que prega a existência da informação enquanto transcrição fiel da realidade.
Se a linguagem, que é componente essencial do jornalismo, não é transparente, só esse fato já seria suficiente para afirmar que o próprio jornalismo carece de transparência. Some-se a isso, entre outros elementos, a própria carga avaliativa que o jornalista invariavelmente transfere para seus textos.
É mais coerente, então, a concepção do jornalismo, assim como a linguagem, atravessado por elementos que possibilitam relações que não são visíveis apenas pelo caráter material manifestado por meio da língua. Conseqüentemente, só se pode falar de notícia/informação enquanto recortes da realidade. Como se vê, o jornalismo não retrata nem cria fatos, e sim constrói visões dos fatos, sendo estas propagadas como transcrição da realidade.
Quanto aos jornais [assim como os meios de comunicação em geral] são instituições formadoras de opinião, mas sabemos que, como tal, seu propósito é legitimar uma opinião sobre os fatos, aquela que, na melhor das hipóteses, coincide com sua linha editorial. Nesse sentido, alguns estudiosos chegam a sustentar que o fato, tal como o recebemos enquanto notícia, pode ser compreendido como uma construção de "visões" e não dos fatos em si. Para o bem e para o mal.
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