sábado, 8 de abril de 2017

Qual a origem do Mal?


Qual a origem do Mal? Nem a Ciência sabe. Durante décadas os médicos tentaram localizar a região do cérebro onde o Mal poderia ser localizado para extirpá-lo a golpes de bisturi. Não deu certo. Cientistas sociais  tentaram reduzi-lo a «causas socais». Fracassaram.

Dezenas de filósofos e centenas de doutores buscaram associar o Mal a frustrações e loterias genéticas, mas ninguém chegou a conclusões objetivas.  Freud jogou luz nos corações, mentes e inconscientes, mas não conseguiu descortinar toda a escuridão e explicar o Mal.

A verdade é que o Mal parece ser parte integrante da natureza humana. Felizmente, a maioria de nós consegue viver a existência inteira sem ultrapassar a gravidade de pequenas transgressões, delitos menores e males reparáveis.

Sim, podemos nos orgulhar. Mais de 80% da humanidade não pisa na linha. Em proporção menor, segundo estatísticas carcerárias, sempre houve aquilo a que Joseph Conrad, em O Coração das Trevas, chama de «o horror».

Trata-se do Mal que, dependendo apenas das circunstâncias, faz a civilização se confundir com a barbárie e vice versa. O Mal que leva a civilização, depositária de valores humanitários e sinônimo por vezes de superioridade moral, a não dar a mínima para a dor das pessoas em função de seus luxos, desperdícios e frivolidades. 

Conrad desmistifica a civilização e os ricos cheios de cobiça. O escritor condena aqueles que escravizam e consideram isso normal. Seria normal, também, o escravo se ver como escravo, como objeto. Será mesmo? Conrad não concorda.

Ele, que viveu durante o apogeu do Império Britânico, se sentiu “dominado pelo horror” ao testemunhar a flagelação causada pelo imperialismo. O coração das trevas não é pura ficção – resulta antes de tudo de uma experiência pessoal do autor.

Muitos homens daquela época não achavam a escravidão normal, embora comum, e Conrad era um desses nobres cavalheiros. Conrad não aceita a banalização do mal sob nenhum pretexto. Segundo ele, o horror é o lado obscuro da alma humana, irredutível a qualquer análise sociológica ou psicológica.

É isso: moralmente, somos imperfeitos, e por vezes horríveis, conforme define Conrad e atestam as páginas policiais. Ao mesmo tempo que podemos realizar atos de grandeza podemos cometer atos torpes e abomináveis. Especialistas discutem o Mal que existe entre nós sob o ponto de vista jurídico, médico, educativo.

O ponto consensual é que temos de conviver sempre com o Mal. Aliás, a internet confirma os piores diagnósticos sobre este assunto.  E a Ciência comportamental comprova: temos de procurar, por meios racionais ou espirituais, o equilíbrio consciente - sempre buscando o lado luminoso da nossa existência, ou, ao menos, nossa face mais mansa e inofensiva.

 
 

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