Troquei meu apartamento grande por um menor para tentar fazer uma coisa necessária nesta fase da vida: desentralhar. Aprendi este novo verbo delicioso há pouco tempo. Adorei a idéia de me livrar de inúmeras tralhas que vinha juntando ao longo da vida.
Entrei no apartamento novo bem mais leve e resolvi mudar tudo. Arrastei móveis, repensei espaços, imaginei novos objetos e novos ambientes. Fiz quase tudo que tinha circular em busca de continuar em frente com uma lufada de ar fresco. E contratei um aequiteto moderno e diferente de todos que conheço.
O resultado é que estou realmente edificando uma casa nova. A mesa da sala é oval, sem cabeceira, o que não deixa de ser estranho. Beto sentiu um pouco, mas vai acostumando. O "aparador" que fica logo na entrada da primeira sala é vermelho e a mesinha de centro, que fica mais adiante um pouco, é azul royal. Como a mesa oval é branca, a combinação azul e vermelho não seria “estilo arara”? Não, pelo menos ninguém pensou nisso ainda, tanto que até minha Júlia, a mais crítica da família, acabou aceitando as novas opções que ando fazendo.
Agora que cortinas, tapetes e tecidos foram escolhidos e adquiridos, restam poucas coisas para comprar. Entre essas coisas está o sofá da sala de tevê. O arquiteto indicou uma peça toda branca. Imaculadamente branca. É bonito? É, pena que não combine com a idade da minha neta Giovana. Aos 2 anos, certamente, ela vai testar as cores de suas canetinhas ali, naquele móvel que lembra tanto uma folha de caderno novo. Além do mais, coisa mais sem graça um sofá branco, que tal encher a vida da vovó de cores vibrantes, não é?
Escrevi isso tudo para contar, a quem faz a gentileza de me ler, o seguinte: depois de entrar em dívidas para mudar a decoração do apartamento só entrei realmente em dúvida quando a neta estava no páreo. Como diz um amigo, netos realmente mandam no pedaço. Para não criar desconforto à neta, vou pedir ao arquiteto que troque, por favor, a cor de sofá.
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