Você já ouviu falar da cama de ferro de Procustes? Trata-se do mito grego sobre a igualdade entre as pessoas. Diz o seguinte: numa cama de ferro, Procustes investigava a desigualdade entre os cidadãos de Atenas. Os mais altos eram decepados e os mais baixos esticados. Em seguida, o investigador dirigia-se ao Areópago e afirmava, convicto, que os atenienses eram iguais.
Certamente os atenienses não eram iguais e tudo naquela experiência estava errado, a começar pelo instrumento de medição, em absoluto inapropriado para comparar as diferenças. Na verdade, o que Procustes procurava era fazer com que suas vítimas tivessem à força, e arbitrariamente, uma mesma altura aproximada. Só este dado, contudo, não faz com que ninguém possa ser igual a ninguém.
O curioso é que alguns defensores da igualdade agem assim, de forma meio cega, tentando comparar realidades individuais que não são comparáveis e medindo o que não se deve mensurar. Não é certo. Acredito que faz mais sentido defender oportunidades iguais para todos. Isso sim.
Se as oportunidades forem iguais, a sociedade estará agindo de forma justa, ainda que os resultados possam ser diferentes. Aliás, os resultados seguramente serão diferentes, uma vez que dependem do esforço, do empenho e das circusntâncias de cada um. Afinal, somos semelhantes, mas não somos iguais.
As leis de hoje lidam com o tema de forma acertada, buscando mais a extinção de privilégios do que a garantia da igualdade inexistente. Dessa forma, do ponto de vista jurídico-político, a igualdade é o “princípio segundo o qual todos os homens são submetidos à lei e gozam dos mesmos direitos e obrigações”.
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