Lula faz política há mais de 50 anos. Tornou-se mestre na arte
do paradoxo político: consegue dizer sempre mais do que realmente diz e tem
sido dono de uma rara capacidade de fazer dos seus defeitos “extraordinárias
virtudes”, como ele costuma dizer.
Lula também pode ser definido pela resiliência – está em campanha
pela Presidência da República pela sexta vez, apesar de condenado na Lava-jato
em primeira instância e de enfrentar uma fieira de outros processos na Justiça.
Não se pode negar que ele se alimenta e se realimenta de algumas
características do caráter nacional: a capacidade de reverter adversidades; a
complacência com o erro, a recusa ao mérito e o silêncio sobre toda e qualquer
qualidade dos adversários.
Se Getúlio Vargas foi nosso político mais protetor e autoritário;
JK o mais solar e avançado; Tancredo o mais conciliador e FHC o mais diplomático, Lula é irrecusavelmente o mais brasileiro. Para o bem e para o mal. Com tudo que isso significa.
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