Deve saber-se com quem
se está e contra quem é preciso travar combate.
Neste momento, qualquer
tentativa de consenso político que ignore os dados do IBGE sobre a pobreza no
Brasil, seja em que setor for, é um puro equívoco.
De acordo
com o Instituto, um quarto da população, ou 52,2 milhões de brasileiros, estava
abaixo da linha da pobreza em 2016, conforme parâmetros estabelecidos pelo Banco
Mundial no mês passado. Um contingente que corresponde a cinco vezes e pouco a
população de Portugal ou a da Grécia, perto de nove vezes a da Dinamarca, ou
tanta gente quanto tem a África do Sul.
Desses 52,2
milhões — que viviam com renda domiciliar per capita diária inferior a US$ 5,50
(R$ 387,07 por mês) —, quase 18 milhões eram crianças de zero a 14 anos.
43,1% dos
habitantes do Norte e 43,5% dos moradores do Nordeste vivem com renda igual ou
inferior a R$400 reais por mês, contra 25,4% da média nacional. Ou seja, quase
metade da população das duas regiões.
É difícil fazer brilhar
nos olhos dos meus netos alguma esperança no futuro do País com uma realidade dessas.
Uma vez mais, sei que alguma coisa tem de acontecer, qualquer coisa, mesmo eu
não sabendo o quê, quando ou como...
Pior é lembrar que nada do
que vai acontecer sairá da política tendo em vista a barafunda institucionalizada... E pior ainda é constatar essa necessidade de consenso
que muitos defendem.
O objetivo é manter tudo
como está? Discordo completamente! Há momentos na vida em que é preciso
mudar de lugar, curvar noutra direção e passar a estar num "outro
lado" qualquer. Sem consensos.
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