quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

"Há, nos olhos meus, ironias e cansaços"



"Há, nos olhos meus, ironias e cansaços" diz o belíssimo verso de José Régio. É mais ou menos o que venho sentindo sobre as conversas políticas.

Entrei para a cobertura de política no final da década de 80,formada jornalismo, aos 22 anos. Ali permaneci por três décadas.

Tive a honra de cobrir a Assembleia Constituinte, vi a  queda dos militares, o retorno das diretas e dos exilados, acompanhei dois impeachment.  

Estou há mais de dez anos em assessoria de imprensa em Brasília. Acho, sem arrogância, que a política interessa-me com um sentido um pouco mais forte do que interessa a todos.
Acredito que a política garante os valores da liberdade e as normas democráticas, que constituem legado da civilização edificada pelos humanos e que deve valer para todos de forma indisputável e pacífica.

Não concordo com quem leva a política para a praça pública com o intuito de apedrejá-la até o último suspiro porque muitos dos seus líderes afastaram-se dos ideais nobres e das causas públicas.
Da política fizeram parte homens como o admirável Winston Churchill e o ditador Augusto Pinochet, além de milhares de cidadãos decentes que nada tiram e tudo dão. 

Há na política de tudo. E há sobretudo quem esteja nela pelas mais díspares razões, incluindo as moralmente honestas.



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