domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sabe de quem está falando?

Não compreendo porque é que a biografia e o passado dos líderes políticos - Fernando Henrique. Marina, Lula ou qualquer outro que está aí na ativa - são brandidos como cutelos cada vez que alguém discorda deles.

E não compreendo, porque entendo que a biografia, a inteligência, os projetos que apresentaram e defenderam, assim como os atos que realizaram não os deixa ao abrigo de nenhum debate.

Recordo-me de, em conversa com amigos, ter discordado das ideias de Marina sobre infraestrutura: na altura pensei, como hoje ainda penso, que Marina, que sempre se sujeitou a eleições, defendia posições que poderiam levá-la a ser vista como obstáculo ao desenvolvimento do Brasil. Um dos amigos rebateu de pronto: disse que ela era autoridade mundial em meio ambiente; tinha uma história... E daí?
 
Entendo que Marina, Lula e Fernando Henrique podem e devem ser criticados. Até em respeito às suas histórias e suas biografias. Pretender que as pessoas se calem em nome das suas "biografias", mesmo quando eles estão aí disputando eleições ou participando ativamente do processo político é desrespeitar o espírito da democracia. Ou tentar levar a coisa da política para um plano puramente emocional.
 
A emoção é boa no amor, nas artes e no futebol. No debate político, costuma atrapalhar. No debate político creio que o melhor é tentar ser interrogativo e crítico. A história não costuma perdoar clubismos, parcialidades, mentiras e falsificações.

A democracia não é importante só em momentos de consensos. A democracia serve  precisamente para os momentos das opiniões divergentes, para os momentos difíceis, quando é necessário impor regras de argumentação e de convivência para que o debate possa incluir o contraditório.  Não é bom ver apenas um lado de questão alguma. Não é assim que se obtém um conclusão lúcida ou correta do processo histórico.   

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