Acordo cedo e percorro rapidamente a minha quadra olhando o bico circular do tênis, mas prestando atenção ao meu redor. Não encontro nada mais do que o silêncio e uma calmaria resoluta, como se todos os moradores tivessem decidido sair da cidade neste fim-de-semana prolongado.
Passo pela comercial, olho a padaria, a barbearia e a farmácia: tudo deserto. Nenhuma alma viva vem na minha direção. Nem passa ninguém por mim. Será que partiram de verdade ou estão brincando de pique-esconde para acentuar minha solidão geográfica?
Não posso deixar de comparar, e de perceber, o estranho contraste entre os dias comuns e o dia de hoje, mas, aos poucos, com a chegada do sol da manhã, revejo outros solitários que, como eu, passam discretos sem se anunciar.
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