Sempre que penso no prazer que tenho com o hábito de ler revistas e jornais fico me perguntando se não deveria existir um programa para que eles pudessem ser gratuitos. Ler é mesmo fundamental. O número de pessoas que habitualmente lê jornais é um dos indicadores importantes do desenvolvimento das sociedades, mas, infelizmente, o Brasil aí está na cauda do planeta.
Na verdade, o trabalhador brasileiro tem a escolaridade média dos países mais pobres do mundo. Parcela significativa de adolescentes brasileiros de 15 anos não consegue escrever um bilhete nem fazer um cálculo que não seja adição. Distribuir jornais de graça poderia ajudar as pessoas a interessarem-se pelo que está à sua volta e a perceberem a importância do conhecimento e da informação para suas vidas.
Mais do que qualquer outro meio, a imprensa contribui para a nossa memória coletiva – registra o que se passou, descreve e interpreta os acontecimentos do dia, mostra as imagens. Mais: é o meio que mais oportunidade dá para exprimir opiniões, alimentar o pluralismo e o debate na sociedade. Nos dias que correm, a imprensa é, cada vez mais, o melhor meio para procurar públicos segmentados, importante quando se quer atingir mercados mais sofisticados. Mas não é só isso...
A imprensa é o meio mais avançado na integração com a internet e são as empresas jornalísticas baseadas em jornais e revistas que melhores sites têm feito, que mais têm aproveitado as oportunidades de negócios na área digital e que se têm revelado os melhores parceiros para novas formas de publicidade e para a segmentação de contatos com os consumidores.
Fiz parte do corpo de repórteres de muitos jornais e sei o valor deste segmento para o avanço das pessoas. A imprensa nos permite ler, reter, comparar, pensar. Se tenho saudades de alguma coisa, em termos profissionais, é do mundo das redações dos jornais e não de outro qualquer. Ali é onde se pode perceber o que se passa na nossa história. A sangue quente.
PS: Não perca a edição deste mês – com a ótima capa “A cana no bagaço” de Consuelo Dieguez – da revista Piauí. O diário da Dilma, como sempre, também está sensacional.
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