Freud é um dos seres humanos mais geniais que existiram. Abaixo, alguns dos seus textos.
"O meu pai deu-se um dia ao luxo desta brincadeira: abandonou à destruição, confiando-o a mim e à mais velha das minhas irmãs, um livro com estampas a cores (descrição de uma viagem pela Pérsia). No plano pedagógico, era difícil de justificar. Eu tinha então cinco anos, a minha irmã tinha menos três que eu e a imagem de nós os dois, crianças, no cúmulo da alegria, desfolhando esse livro folha a folha (como uma alcachofra) (devo dizer) é quase a única que me ficou como recordação plástica deste período da minha vida. Depois, quando me tornei estudante, desenvolveu-se em mim uma predilecção manifesta por coleccionar e possuir (análoga à inclinação para estudar a partir de monografias, uma paixão favorita, tal como aquela que aparece já nos pensamentos do sonho no que se refere a cíclame e a alcachofra). Tornei-me um rato de biblioteca [Bucherwurm]...
"Desde que reflito sobre mim, sempre reconduzi este primeiro capricho da minha vida a esta impressão de criança, ou antes, reconheci que esta cena infantil é uma «recordação-encobridora» da minha bibliofilia ulterior. Naturalmente, aprendi cedo que as paixões nos arrastam facilmente aos sofrimentos".[Freud, in A Auto análise de Freud e a Descoberta da Psicanálise, vol I, Edições 70, 1990]
Anotações várias:"... fala, o canto, os movimentos da língua e da pena estão investidos de um simbolismo genital: a palavra representa o pénis e o movimento da língua ou da pena, o coito. Este investimento articula-se com o prazer de ouvir, que tem a sua origem numa cena primitiva apercebida segundo o modo sonoro e que estaria na origem do interesse pela música ..." [Didier Anzieu, in Psicanálise e Linguagem, Moraes, 1979.
"O meu pai deu-se um dia ao luxo desta brincadeira: abandonou à destruição, confiando-o a mim e à mais velha das minhas irmãs, um livro com estampas a cores (descrição de uma viagem pela Pérsia). No plano pedagógico, era difícil de justificar. Eu tinha então cinco anos, a minha irmã tinha menos três que eu e a imagem de nós os dois, crianças, no cúmulo da alegria, desfolhando esse livro folha a folha (como uma alcachofra) (devo dizer) é quase a única que me ficou como recordação plástica deste período da minha vida. Depois, quando me tornei estudante, desenvolveu-se em mim uma predilecção manifesta por coleccionar e possuir (análoga à inclinação para estudar a partir de monografias, uma paixão favorita, tal como aquela que aparece já nos pensamentos do sonho no que se refere a cíclame e a alcachofra). Tornei-me um rato de biblioteca [Bucherwurm]...
"Desde que reflito sobre mim, sempre reconduzi este primeiro capricho da minha vida a esta impressão de criança, ou antes, reconheci que esta cena infantil é uma «recordação-encobridora» da minha bibliofilia ulterior. Naturalmente, aprendi cedo que as paixões nos arrastam facilmente aos sofrimentos".[Freud, in A Auto análise de Freud e a Descoberta da Psicanálise, vol I, Edições 70, 1990]
Anotações várias:"... fala, o canto, os movimentos da língua e da pena estão investidos de um simbolismo genital: a palavra representa o pénis e o movimento da língua ou da pena, o coito. Este investimento articula-se com o prazer de ouvir, que tem a sua origem numa cena primitiva apercebida segundo o modo sonoro e que estaria na origem do interesse pela música ..." [Didier Anzieu, in Psicanálise e Linguagem, Moraes, 1979.
– "Não concordo quando dizem que sou sábio ou um "iniciado" na sabedoria. Certo dia um homem encheu o chapéu com água tirada de um rio. O que significa isso? Eu não sou esse rio, estou à sua margem, mas não faço parte do rio. Outros homens estão à beira do mesmo rio e em geral pensam que deveriam fazer as coisas por iniciativa própria. Eu nada faço. Nunca imaginei ser «aquele que cuida para que as cerejas tenham haste». Fico lá, de pé, admirando os recursos da natureza...
"Há uma velha lenda, muito bela, de um rabino a quem um aluno, em visita, pergunta: «Rabbi, outrora havia homens que viam Deus face a face; por que não acontece mais isso?» O Rabino respondeu: «Porque ninguém mais, hoje em dia, é capaz de inclinar-se suficientemente». É preciso, com efeito, curvar-se muito para beber no rio”...
"É pela importância que a alquimia teve para mim [Yung diz que o estudo da alquimia o absorveu por mais de 10 anos. Para o efeito seguiu uma metodologia bem curiosa] que percebi minha ligação interior com Goethe. O segredo de Goethe foi o de ter sido tomado pelo lento movimento de elaboração de metamorfoses arquetípicas que se processam através dos séculos; ele sentiu seu Fausto como uma opus magnum ou divinum - uma grande obra ou obra divina. Tinha razão, portanto, quando dizia que Fausto era sua «obra-prima»; por isso sua vida foi enquadrada por esse drama. Percebe-se de modo impressionante que se tratava de uma substância viva que agia e vivia nele, a de um processo supra-pessoal, o grande sonho do mundus archetypus. ][C. G. Yung, Memorias Sonhos Reflexões, Rio de Janeiro, 1975]
"Há uma velha lenda, muito bela, de um rabino a quem um aluno, em visita, pergunta: «Rabbi, outrora havia homens que viam Deus face a face; por que não acontece mais isso?» O Rabino respondeu: «Porque ninguém mais, hoje em dia, é capaz de inclinar-se suficientemente». É preciso, com efeito, curvar-se muito para beber no rio”...
"É pela importância que a alquimia teve para mim [Yung diz que o estudo da alquimia o absorveu por mais de 10 anos. Para o efeito seguiu uma metodologia bem curiosa] que percebi minha ligação interior com Goethe. O segredo de Goethe foi o de ter sido tomado pelo lento movimento de elaboração de metamorfoses arquetípicas que se processam através dos séculos; ele sentiu seu Fausto como uma opus magnum ou divinum - uma grande obra ou obra divina. Tinha razão, portanto, quando dizia que Fausto era sua «obra-prima»; por isso sua vida foi enquadrada por esse drama. Percebe-se de modo impressionante que se tratava de uma substância viva que agia e vivia nele, a de um processo supra-pessoal, o grande sonho do mundus archetypus. ][C. G. Yung, Memorias Sonhos Reflexões, Rio de Janeiro, 1975]
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