Conheci um pouco do Ceará em 1986 quando fui morar lá durante uns oito meses para cobrir, como repórter do Jornal do Brasil, a “queda dos coronéis” que mandavam na política cearense desde o tempo do regime militar. No decorrer destes últimos 25 anos, voltei lá em algumas ocasiões e a sensação que tenho é que algo deu muito errado ali porque surgiram novos coronéis que seguem mandando e desmandando no Estado.
Agora mesmo, achei que a contratação, por RS 3 milhões, de um show do tenor Plácido Domingos para um evento em Fortaleza foi um ato de coronelismo que não faz o menor sentido. Feita pelo governador Cid Gomes, que comanda o Ceará em sociedade com o irmão, Ciro Gomes, a contratação é um absurdo total. Foi feito um enorme gasto de dinheiro público sem atender qualquer prioridade ou necessidade dos cearenses.
Não sei quase nada sobre o governador Cid, mas conheci Ciro Gomes e fico imaginando o que ele diria se este show fosse contratado por seus adversários. Ciro tem “fala fácil” e,certamente, usaria termos fortes, como é seu estilo. Aliás, sobre Ciro Gomes gostaria de dizer o seguinte: reconheço que possui características que, isoladamente, são estimáveis. É corajoso e frontal. Pena que exerça o protagonismo de forma meio insuportável, com sua linguagem barroca e sua arrogância justiceira. Arrogância de coronel, não há como negar.
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