Nunca vou
pertencer a essa direita radical que é tão retrógada que faz de todo ser humano
com compaixão e amor ao próximo quase um socialista. Sim, para a nossa direita
radical até o Papa é de esquerda, certamente um comunista.
Não me
converti e nem vou me converter ao socialismo porque acredito no liberalismo, em
mais liberdade econômica e mais espírito empresarial. Infelizmente, nunca
tivemos governos liberais de verdade no Brasil ou na América do Sul.
O que
temos é a continuidade cada vez mais agressiva de regimes onde os latinos não são
cidadãos. No Brasil, por exemplo, nenhuma reforma estrutural foi feita, a não
ser o perigoso desequilíbrio de poder no mundo do trabalho com uma reforma
trabalhista indefensável.
Sim, a
reforma trabalhista foi o acordo da espingarda com a rolinha. Não acho metáfora
melhor que esta. Uma “reforma” do jeito que nossos "liberais" gostam
por desobrigá-los da convivência com a presença dos sindicatos nos conselhos de
administração das empresas como na Alemanha.
Aqui vivemos
um arremedo de mundo onde chamam de "espírito empresarial" um jovem desempregado
que tenta, sem quase nenhuma chance de êxito, abrir caminho no mundo dando golpes
e mais golpes nos impostos e pagando salários abaixo do mercado. É bizarro.
O sucesso
empresarial não pode se assentar na sonegação e em salários precários. Não pode
ser confundido com combater os sindicatos e o direito de greve. Ninguém faz sucesso no resto
do mundo chamando seus trabalhadores de preguiçosos.
Precisamos
de boa gestão na área pública e na área privada. O "espírito
empresarial" que faz falta no Brasil não passa por Brasília. Até aqui, no
entanto, o poder político vem mantendo as
"empresas" como sujeito da política e isso é o menos liberal que existe.
Isso não
serve a Economia nem as pessoas. O que se vê: os fracos permanecem na insegurança e
correm risco total e imediato. Os ricos estão a salvo com todos os seus subsídios, suas vantagens históricas sempre renovadas.
Isso não tem nada a ver com modernidade. Uma sociedade moderna usa a liberdade, toda a liberdade, para dar poder às pessoas, empowerment no sentido anglo-saxónico, e não para as fixar numa vida sem esperança nem perspectivas.
Isso não tem nada a ver com modernidade. Uma sociedade moderna usa a liberdade, toda a liberdade, para dar poder às pessoas, empowerment no sentido anglo-saxónico, e não para as fixar numa vida sem esperança nem perspectivas.
Podemos
sair disso? Só falando de política a sério. Sem fazer valer a história de tudo
ser a preto ou a branco. "Liberalismo econômico" não é lei da
selva. Para um verdadeiro liberal a liberdade nasce da política e não da
economia, e a subordinação do poder econômico ao poder político é vital.
Todos sabemos que o poder político se renova de forma contínua. É como nuvem. Hoje, para quem
ama a liberdade, a democracia implica o voto e o primado da lei. E ser
liberal, no sentido exato da palavra, é sobretudo combater o fato de que nossos países foram
transformados em máquinas ao serviço de interesses dos países ricos.
Temos de
corrigir distorções internas em razão das gestões desastrosas que tivemos, mas o poder do
dinheiro de nenhum outro País pode atingir nossa liberdade e nosso futuro. Vale dizer: Temos de resgatar nossa soberania. Do
contrário, a democracia não faz, e tampouco fará, sentido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário