1. A
presença permanente do deputado Jair Bolsonaro em segundo lugar nas pesquisas
pré-eleitorais realizadas por todos os institutos de pesquisa, não deve ser
vista de forma personalista em função da imagem e posicionamentos do deputado.
É provável que se as pesquisas incluíssem o nome de um General -destacado nas
redes e na imprensa por suas declarações conservadoras-, haveria uma troca com
Bolsonaro, que perderia alguns pontos nas intenções de voto.
2.
Pesquisa recente do Instituto Paulo Guimarães, perguntando se os eleitores
preferiam um presidente civil ou militar, 33% responderam que preferiam um
Presidente Militar. Em outra pergunta, se para o Brasil seria melhor a
Democracia ou um Regime Autoritário, 21,6% responderam que preferiam um Regime
Autoritário. O Instituto Datafolha, em pesquisa de outubro, mostra que a
direita + centro-direita somam 40% da preferência dos eleitores. E ao elencar
opiniões sobre temas, 29% são a favor do cidadão possuir uma arma legalizada,
46% a favor da pena de morte, 83% a favor da proibição de drogas e 26% de
desencorajar homossexualismo.
3. O
instituto Pew de pesquisas, dos Estados Unidos, em pesquisa recente, em 38
países, perguntou sobre apoio ou simpatia por governos militares ou não
democráticos. Folha de S. Paulo, 17/10: “Segundo a pesquisa, 23% dos
entrevistados no Brasil dizem não gostar da democracia representativa e apoiam
ao menos uma das três formas de governo: tecnocrático, militar ou com um ‘líder
forte’. Nos 38 países, a média é de 13%, com 23% que dizem descartar formas de
governo "não democráticas".
4. Quando
a pergunta é feita especificamente sobre um governo militar, 38% dizem que a
opção seria boa no Brasil, contra 55% que se opõem. Em todos os países, a média
é de 24% de apoio a esse tipo de governo”.
5.
Cruzando essas e outras pesquisas com pesquisas recentes políticas e eleitorais
no Brasil, verifica-se que uma, se não a mais importante, resultante de opinião
da crise política, econômica e corrupção política, é reforçar o apoio às ideias
não democráticas e retomar a memória positiva do regime militar no Brasil.
6.
Importante destacar que quando se faz referência às ideias ditas de Direita, as
que ganham maior apoio são as conservadoras e não as liberais. A criminalização
da política em função dos escândalos, reforça essa tendência.
7. As
consequências eleitorais, se as eleições fossem hoje, são claras. Um candidato
com ideias conservadoras de direita iria para o segundo turno. E mais ainda. Se
Lula conseguir ultrapassar seus problemas jurídicos e se candidatar a
presidente, ou se seu apoio aberto e colado a um candidato que seja sua “imagem
e semelhança”, a probabilidade –hoje- é que no segundo turno teríamos um
candidato conservador e de direita e Lula ou seu clone.
8. E
agregue-se o efeito que o crescimento dos votos brancos e nulos e da abstenção
terá sobre a decisão do eleitor em 2018. É provável que o voto conservador de
direita tenha maior estabilidade e se beneficie dessa tendência. Dessa forma,
os candidatos de centro, centro-esquerda ou centro direita, e especialmente os
liberais, estariam –hoje- fora do segundo turno.
9. Mas ainda há muita água a passar nesse rio da opinião pública
política. E que esse processo não corra espontaneamente, mas que seja
impressionado pela opinião das pessoas, das redes e da imprensa. Espera-se!
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