Foi o ano da peste,
das colheitas perdidas.
Andei ao pé coxinho
de pedra para pedra,
a côdeas de futuro,
de janeiro a janeiro.
Ainda trago marcas
nos braços e nas testa.
Nunca a minha alma
levou tanta porrada.
Nem livros me sofriam
na fustiga do olhar.
Dormia desamor,
acordava mal estar,
corria sem café
para a forca do emprego.
Ficou-me desse giro
desses fundos da geena
a tola convicção
de que, pronto, já passou.
(José Miguel Silva, "Vista Para Um Pátio seguido de Desordem" (2003), Relógio D'Água)
das colheitas perdidas.
Andei ao pé coxinho
de pedra para pedra,
a côdeas de futuro,
de janeiro a janeiro.
Ainda trago marcas
nos braços e nas testa.
Nunca a minha alma
levou tanta porrada.
Nem livros me sofriam
na fustiga do olhar.
Dormia desamor,
acordava mal estar,
corria sem café
para a forca do emprego.
Ficou-me desse giro
desses fundos da geena
a tola convicção
de que, pronto, já passou.
(José Miguel Silva, "Vista Para Um Pátio seguido de Desordem" (2003), Relógio D'Água)
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