domingo, 7 de abril de 2013

De onde vem a legitimidade da imprensa?



Em boa verdade,  a imprensa não pode alegar uma legitimidade eleitoral (como os políticos) nem uma legitimidade técnica (como a opinião pública [através das sondagens]. Nessas circunstâncias, a fonte da legitimidade jornalística pode parecer opaca: ela vem de onde, representa quem, responde perante o quê?

Essas são boas perguntas de respostas complexas, mas considero oportuno escrever isso hoje, quando se comemora o dia do Jornalista. A imprensa teria uma legitimidade “de referência"? É isso? Mas isso se traduz em quê?

A legitimidade de referência se baseia no princípio de que a imprensa é que sabe (e sempre melhor do que os que foram eleitos, por exemplo,) o que realmente o povo sente e quer?

É com base nessa legitimdade que os jornalistas arrogam-se o direito - marcado às vezes por um jeito ora policial, ora justiceiro e sempre moralista - de passar do registo dos confrontos de opinião para o das avaliações subjetivas?

Informar e ser infomado são direitos constitucionais que vão existir sempre, mas cabe ao jornalista pensar que a legitimidade de referência exige rigor absoluto na apuração dos fatos e no confronto de opiniões.
 
Sem enorme responsabilidade não é possível exercer a profissão de jornalista, sempre associada pela população aos valores mais nobres como verdade e justiça.   

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