Quem escreve melhor? Quem escreve por símbolos. Prova disso é o sucesso eterno e monumental de Antígona, de Sófocles, provavelmente a mais bela tragédia já escrita sobre o amor, a lealdade, a dignidade e, sobretudo, sobre a não-comunicação da espécie humana. Construída cuidadosamente sobre símbolos, Antígona é preciosa por expor a dificuldade que temos de ouvir o outro e de entender argumentos contrários aos nossos. As coisas parecem ainda ainda mais complicadas quando avaliamos o maniqueísmo avassalador do nosso tempo, onde as opiniões e os valores de todos nós são divididos entre certo/errado, positivo/negativo, ético e antiético. Classificações simplistas assim formam parte da linguagem dos símbolos e são usadas desde sempre pelos meios de informação. Não expressam, contudo, a realidade. Muito menos favorecem o entendimento, mas exercer a democracia é obrigatório, ninguém nunca disse que era fácil.
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