quinta-feira, 30 de abril de 2009
POESIAS DE MANUEL BANDEIRA
quarta-feira, 29 de abril de 2009
DOIS POEMAS DE LEDO IVO
os recortes antigos e as fotografias amareladas.
Seja como os lobos : more num covil
Destrua os poemas inacabados, os rascunhos, as variantes
terça-feira, 28 de abril de 2009
DE TUDO FICA UM POUCO...
Carlos Drummond de Andrade
(...) E de tudo fica um pouco.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
desses que vivem na sombra disse:
Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pergunta meu coração.
Porém meus olhos não perguntam nada.
Quase não conversa. Tem poucos, raros amigos
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo,
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
mas esse conhaque botam a gente
comovido como o diabo.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
MÁXIMAS DO BARÃO DE ITARARÉ
14) Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.
15) Há seguramente um prazer em ser louco que só os loucos conhecem.
16) Adolescência é a idade em que o garoto se recusa a acreditar que ficará chato como o pai.
17) Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você.
18) Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
PASSADO E PASSIVO
quinta-feira, 23 de abril de 2009
POR QUE PARAMOS DE LER LIVROS NO BRASIL?
Olhai os livros por um instante!... Olhai os livros que dizem tanto e que guardam segredos que nos tornariam mais humanos.
Olhai os livros nos sebos, contai os livros nos dedos, amai os livros inteiros, amontoai os livros no quarto, na sala, no vosso banheiro!
Olhai os livros e vede: não falam nem ouvem, e no entanto fazem o leitor mais eloqüente e mais atento ao mundo que o cerca. (E ao mundo que abriga em seu peito.)
Olhai os livros e vede: não cantam, não voam, e no entanto fazem o leitor espantar os males, sobrevoar terras e mares.
Olhai os livros e escolhei os que intensificam a vossa personalidade.
Olhai os livros e comprai os que podem trazer poesia para a prosa do vosso dia-a-dia.
Olhai os livros num canto, à espera de serem "ligados" pela nossa inteligência e imaginação.
Olhai os livros enquanto há tempo, pois chegará um tempo em que poderão se esgotar.
Olhai os livros mal traduzidos, mal revisados, mal distribuídos, mal prefaciados.
Olhai os livros abandonados e esquecidos, os livros menosprezados, empilhados no escuro, por cupins corroídos.
Olhai os livros em paz, mesmo que estejamos em guerra.
Olhai os livros apocalípticos, os poéticos, os livros que nos alegram ou deprimem, os livros que nos livram de todo mal.
Olhai os livros na estante, esse artigo de primeiríssima necessidade!
Trechos de artigo de Gabriel Perissé, mestre em Literatura Brasileira pela USP.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
NASCE UMA ESTRELA
terça-feira, 21 de abril de 2009
OS RISCOS DA CRISE
Por Cavaco Silva
«Não se trata de governar para os números, nem para as estatísticas. Estão em causa problemas concretos de natureza social, que geram situações de desespero e afectam com especial gravidade os mais desprotegidos. Problemas cuja resolução é uma responsabilidade política e, mais do que isso, uma condição necessária para a estabilidade da nossa democracia. A par do agravamento do desemprego e do endividamento excessivo, aumentam as situações de carência alimentar, de famílias que não conseguem suportar os encargos de educação dos filhos, de instituições de solidariedade às quais escasseiam os recursos para responder aos novos casos de emergência social que lhes batem à porta.
Só quem não conhece o que se passa no terreno, quem não contacta com as consequências da crise, não se apercebe do alastramento dos novos riscos de pobreza e não compreende a dimensão do custo social para o País das políticas que favorecem o enfraquecimento dos laços familiares. Este é um período em que se pede ao Estado um maior activismo. No entanto, esta não é altura para intervencionismos populistas ou voluntarismos sem sentido. Os recursos do País são escassos e é muito o que há ainda por fazer.
É preciso garantir o máximo de transparência na utilização dos dinheiros públicos. Desde logo, por uma questão de respeito para com os contribuintes (...) Seria também inaceitável que as respostas à crise levassem ao agravamento dos problemas estruturais que Portugal enfrenta: excessivo endividamento externo, finanças públicas deficitárias, baixa produtividade, debilidade face à concorrência externa e divergência persistente face à média europeia (...) O pior que nos poderia acontecer era a crise acentuar a tendência, bem nociva para o País, de algumas empresas procurarem a protecção ou o favor do Estado para a realização dos seus negócios.
Empresários e gestores submissos em relação ao poder político não são, geralmente, empresários e gestores com fibra competitiva e com espírito inovador. Preferem acantonar-se em áreas de negócio protegidas da concorrência, com resultado garantido. É crucial que os empresários e gestores percebam que a sua autonomia em relação ao poder político é, a médio prazo, decisiva para o seu sucesso e garantam que as suas empresas sejam inovadoras à escala global e não apenas aproveitadoras das oportunidades existentes no mercado português.»
segunda-feira, 20 de abril de 2009
A FORÇA DOS SÍMBOLOS
domingo, 19 de abril de 2009
TUDO TEM PREÇO...
sábado, 18 de abril de 2009
SER ASSESSOR DE IMPRENSA É...
Se eu morresse amanhã...
Se dizia com sorte por ter trabalhado com Ricardo Noblat, Eliane Cantânhede, José Casado, Miriam Leitão, Dora Kramer, João Domingos, Dad Squarisi, Luiz Alberto Bittencourt e Ismar Cardona, entre muitos outros que amou e admirou. "Minha geração aprendeu com Cláudio Abramo que jornalismo é o exercício diário do caráter", dizia.
Esteve no batente ao longo de 45 anos, sem interrupções. Leitora compulsiva — Orgulho e Preconceito, Guerra e Paz, Antígona e Cem anos de Solidão — eram alguns dos seus livros favoritos. Sem contar Machado e Carlos Drummond, seus escritores nacionais.
Aprendeu na vida de repórter a desconfiar de quem se leva muito a sério e de quem não tem dúvidas. Achava que não devíamos confiar em quem não gosta da política, tampouco em quem põe a política à frente de tudo. Também não gostava de direitistas sem sentido de humor e de esquerdistas que alegam superioridade moral esquecendo que para Marx a moral é relativa, uma vez que os fins justificam os meios.
Seu maior credo? A democracia. "Sou conservadora em política e radical no resto", afirmava, desejando que todos os indivíduos tivessem direito a vidas felizes pela sua própria conta e risco. Ser conservador não significa ser reacionário, sectário e muito menos truculento ou violento, repetia.
Ser conservador na política é lutar para limitar o poder, para impedir que alguém se julgue capaz de passar por cima do direito das pessoas e das instituições, argumentava. Estava finalizando o livro "Desilusão Coletiva", reunindo as opiniões e impressões que gostava de publicar no Twitter e no blog O Sujeito da Esquina.
Deixa o marido Alberto Coura, também jornalista, a filha Júlia, o genro Darlan e os netos Giovana, Victor e Arthur, além de irmãos, tios e duas dezenas de sobrinhos. Sempre soube que sua família penava com sua dedicação excessiva ao trabalho, mas achava que escolher, apostar, correr riscos e administrar realidades duras era um bom jeito de viver.
(Última atualização 31/10/2017)