segunda-feira, 16 de julho de 2018

Comunicação 2018

Comunicação 2018

1) 3 máximas da comunicação: a) tudo comunica, b) se eu não comunico, alguém o fará por mim e, c) a mensagem é do receptor e não do emissor.
 -  Opinião pública é formada pela soma de três fatores: a classe política, os cidadãos e os meios de comunicação.
 -  Se você tem perfeita noção do que quer transmitir e também sabe o que o adversário quer dizer, é possível construir um consenso, caso seja necessário. Ambos os lados devem estar em sintonia para construir juntos.
 - Comunicação governamental e comunicação eleitoral são dois tipos de comunicação política completamente distintos.
 - A comunicação muda de país a país, uma campanha da Guatemala não será exitosa no Uruguai, por exemplo, dada a cultura política diferente. Para ter sucesso, é preciso entender os sistemas eleitorais, de governo e de partidos de cada país.
 - Características da opinião pública: 1) polissêmica, 2) interdisciplinária e 3) dependente do contexto histórico e cultural.
 - A primeira vez que foi cunhado o termo, foi no ano de 1750 pelo ministro de finanças do rei da França, quando disse que era preciso “prestar contas à opinião pública”.
- Todas as definições de opinião pública são válidas, visto que é um conceito mutável, equívoco e seu estudo nos aporta múltiplas definições.
 -  Quatro momentos da opinião pública: 1) Pré-moderno (quando a opinião não era pública, o povo não era um ente, não havia o conceito de nação – época de Maquiavel); 2) Moderno (criação de espaços públicos genuínos, de trocas comerciais e informações; início de pensamentos liberais; maiorias e minorias); 3) Científico (a partir do século 19, com a sociedade como objeto de análise e ente comum; até a década de 1930, prevalecia uma opinião mais qualitativa, até que as pesquisas quantitativas começaram a aparecer nesta época); 4) Midiático (a partir do final da década de 1970, com a massificação da televisão).
  - Para os jovens atuais não tem diferença entre vida real e vida virtual, para eles é tudo uma única coisa. E se queremos trabalhar com comunicação, devemos ter isso em mente e saber que essa nova geração lida com o poder de uma maneira totalmente diferente da qual estamos acostumados.
 - Os políticos atuais não vão ter sucesso com a nova geração, porque sequer sabem para que servem as redes sociais.
 - Definição de cultura política (1960): conjunto de orientações políticas de uma comunidade nacional ou subnacional; ter componentes cognitivos, afetivos e de avaliação, que incluem conhecimentos e crenças sobre a realidade política, os sentimentos políticos e os compromissos com os valores políticos.
- O conteúdo da cultura política é o resultado da socialização primária, da educação, da exposição aos meios e das experiências adultas das atuações governamentais, sociais e econômicas.
- A cultura política afeta a atuação governamental e a estrutura política condicionando-as, ainda que não determinando-as porque sua relação flui em ambas direções.
- 4 gerações: baby boomers, analógicos, filhos da segunda guerra mundial e nascidos entre 1946 e 1964; geração X, imigrantes digitais, juventude dos anos 1980 e nascidos entre 1965 e 1979; geração Y, nativo digital, millenials e nascido entre 1980 e 2000 e; geração Z, nativo digital, geração internet e nascidos a partir de 2001.
- A identidade saiu das instituições e foi para os indivíduos.
- O que acontece quando há eleições a cada dois anos? A legitimidade de origem se renova constantemente e isso altera tanto as relações de poder como a sua comunicação.
- Elementos que devem ser considerados: marco institucional, relações de poder, história recente, cultura política e mapa de meios de comunicação de massa.

-  Definição de populismo é contestada dentro da literatura política e vai depender sempre do contexto histórico e cultural de cada país.
- Qual é o tipo de democracia na América Latina? Segundo diversos estudos, é possível chegar a seguinte conclusão: 1) poder personalista; 2) descrença nos partidos políticos; 3) fãs e seguidores antes de interlocutores e cidadãos e; 4) é construída via meios de comunicação e pesquisas de opinião.
- Meios de comunicação são instituições, ou seja, transcendem as pessoas – e transmitem conteúdos simbólicos.

- Impacto da TV na política: midiatização, audiovisualização, espetacularização, personalização e marketinização.

- Conceito de cidadão supõe uma pessoa politicamente mobilizado e/ou inquieto. Diferente de um espectador, que apenas senta e observa, esperando para ver o que vai acontecer.
- Os meios de comunicação impõe a sua lógica de entretenimento na construção da realidade política.
- Mujica: reality show; Cristina: novela; Chávez: talk show. Cada presidente tem seu próprio jeito de fazer política midiática.
- Os meios de comunicação se constituem em atores, cenários e dispositivos fundamentais para a política.
- Amplificam a comunicação política, mas tiram a profundidade, argumento e densidade. Ganham estética e impacto.
- Os políticos ou amam, ou odeiam os meios de comunicação, mas acreditam neles e dão legitimidade.
- Auge e consolidação dos meios de comunicação, declive do discurso racional – o debate entre iguais e tempos maiores. Governar é um ato de estar em uma cena midiática, mais do que tomar decisões frente aos grandes problemas.
- Sistemas eleitoral, de governo e de partidos condicionam a comunicação de governo.
- A equipe de comunicação oficial faz a gestão em tempos de constantes campanhas, ainda que não seja um sistema de campanha permanente.
- Há uma sensação de interação, mas se conserva a lógica de comunicação unidirecional.
-“Extimidad”, todos os protagonistas de uma comunicação governamental que cada vez se centra mais nos homens e menos na gestão – e o que buscam com histórias é aumentar a avaliação da gestão.
 
- Cuidado para não ter uma história extremamente personalista. Governo é gestão, e também deve executar e comunicar. As pessoas querem ver GESTÃO. O destinatário da gestão e da comunicação devem ser os cidadãos.

 - Oposição não mostra gestão, mas apenas projetos concretos e tangíveis. Nunca algo megalomaníaco, para não iludir e confundir a sociedade.
- A comunicação de posicionamento para um indivíduo que está dentro de um partido manchado não adianta muito. É quase certo que vá perder.
 
- Seu pior inimigo está dentro do partido e nunca no outro, mas é dele que você vai precisar de apoio na hora da eleição, então é preciso saber medir o humor político do momento para ver até que ponto a briga com ele pode ir, sem perder o apoio posterior da população.
- Tipos de comunicação: 1) eleitoral (com dinheiro, agilidade, acidez, glamour), 2) governamental (estratégica, comunicação de feitos, crescendo nos últimos 15 anos), 3) de posicionamento (ante sala da comunicação eleitoral, para apresentação do candidato, mas é preciso que seja feita com um atributo associado ao candidato, com muita pesquisa e planejamento prévio – meses e até anos) e 4) de oposição (comunicação mais reativa ao que o governo diz, de preferência estando em um cargo legislativo ou em um subnacional menor, para poder apresentar projetos mais concretos e com maior facilidade).
 
2. Estratégias Audiovisuais em Campanhas (Elisa Lieber)

- A midiatização da política + a preferencia dos eleitores pelo visual em lugar do argumento, coloca a videopolítica no centro da atividade proselitista. Videopolítica é o domínio da imagem e das ferramentas da comunicação audiovisual.
- As imagens constituem, na verdade, representações políticas simplificas e esquematizadas.

- Quando a identificação com um partido perde importância, surge a necessidade de buscar atalhos alternativos.

- Fatores que incidem na videopolítica: conteúdo, comunicação verbal (o que e como falamos), comunicação não verbal, diferentes tipos de emissões e jornalistas e a posição no cenário (fundo, vestimenta, detalhes, etc).

-Os conteúdos: o resumo, o debate, prepara as respostas que devem ser dadas em público, chaves centrais da mensagem, como condensar o discurso?, responder o que é perguntado, preparar-se para lançar manchetes, media training específicos para conteúdos.
- Comunicação verbal: valorização do uso de frases eficazes, engenhosas, provocativas, da réplica. Frequentemente damos mais valor a um tom mais leve e anedótico.

- Frases relativamente breves para que se entenda melhor; reduzir a variedade de vocabulário para ser massivo; gesticular sem ser exagerado; enfatizar algumas palavras chave; falar devagar; dar ritmo nas respostas; trabalhar o tempo a seu favor; a importância da espontaneidade em tempos de redes.

 - Comunicação não verbal: a dificuldade de exercer um controle sobre a própria mensagem audiovisual, devido a importante papel que joga a comunicação não verbal, e que pode modificar consideravelmente a mensagem, apesar de todos os esforços feitos para balancear.
-Ter cuidado com a postura e com os movimentos das mãos; não mover-se na cadeira; ser o mais natural possível; muitas vezes os telespectadores não lembram do conteúdo de uma entrevista, mas a firmeza, o entusiasmo e ter sido amigável.

 2.1. Estratégias Audiovisuais em Campanhas (Elisa Lieber)
- O jornalista vai sempre colocar a câmera na altura dos olhos, mas nunca deixe que te filme de cima.
- Perguntas que devemos fazer antes de ir a um programa: qual é o programa que estou indo?, qual o horário de gravação e de exibição?, aonde será feita a entrevista?, será o único entrevistado?, quem é o jornalista entrevistador?, quais temas serão abordados?, existe algum evento extra?
 - Entrevistas ao vivo apenas se você tiver 100% de certeza de que está 100% preparado para responder.
 - Nos debates: preparar as regras e a forma – quando mais interrupção, mais divertido; quem começa?, limites de tempo?, interrupção?, onde ficam?, decoração (fundo, púlpito, etc)?, edição dos planos?
-Story-telling: conte a história da sua forma.
 -Quem é o herói, o candidato ou o cidadão? Sempre o cidadão, o candidato é o mentor, o que ajuda, mas nunca o protagonista.
 - Quem realiza sabe o enquadre correto, a iluminação e o som. Sempre conte com um técnico especialista, se quiser um bom resultado.
- Redes sociais são para mensagens espontâneas. Atuações ficam par a televisão.
 - Cada rede é diferente, em algumas se utilizam memes e gifs, em outras fotos, outras textos, etc. O conteúdo não pode ser homogêneo.
3. Relações entre os Poderes Públicos (Roberto Starke)
- A democracia de hoje.
-A divisão de poderes está em xeque por diversos atores.
Acreditar na independência dos três poderes é acreditar em uma utopia.
-A política vive da heterogeneidade social. A ordem política implica obrigações, proibições e coerções. A política discrimina e divide. Não existe conflito de ideias que não esconda um conflito de pessoas.
- A política não é universal e vai de mãos dadas com o conflito, mas também é consenso e ambos vão se equilibrando.
- Política é feita para políticos. São sobreviventes natos, sobrevivem todos os dias.
- Quem consegue controlar o tempo tem uma habilidade política fora do comum. Prestígio, circunstância e tempo, quando bem combinamos, resultam na possibilidade de sobreviver e adaptar-se permanente e alcançar os objetivos.
- A democracia é um regime que busca a distribuição de poder na sociedade; tenta um equilíbrio de poder; uma das conquistas deste regime é a distinção entre a sociedade civil e a sociedade política. É um princípio de legitimidade, é um ideal. É um sistema político para resolver problemas de exercício de poder.
- A democracia deve ser: 1) fundamentalmente uma democracia representativa, 2) primar pelo Estado de Direito, 3) proteger os direitos e as liberdades individuais e coletivas, 4) existe e se fomenta no pluralismo político, sempre respeitando as minorias, 5) com separação e independência entre os três poderes e 6) ser praticada com o sufrágio universal através de eleições livres e respeito às leis.
- O conceito de Estado Nação tem estado em xeque, a partir do momento que um dos seus conceitos, o território, passa a ser algo totalmente permeável (vide a imigração).
- Atualmente não são as massas que constituem um desafio para a democracia, mas sim a sua apatia.
- Promessas não cumpridas da democracia: 1) sociedade pluralista, 2) a revanche de interesses (particular X público), 3) persistência das oligarquias, não se pode derrotar o poder oligárquico, 4) a democracia política e a democracia social – a democracia não tem conseguido ocupar todos os espaços aonde é exercido o poder, 5) o poder invisível, 6) o cidadão não educado e 7) o voto por trocas (clientelismo).
- Democracia no século 21: fragmentação de poder, descrédito dos partidos políticos, ressurgimento da antipolítica, poderes econômicos tem um dimensão cada vez mais global, a política não termina de criar dimensão frente a economia, local X global e a globalização dos problemas.
- Igualdade se opõe a liberdade. Valores são contraditórios entre si, o que demonstra que não existe sistema perfeito, mas o sistema que responde as circunstâncias.
 - A democracia não é uma resposta universal, já que tem mais a ver com a cultura política de cada país.
- Sociedade civil é todo o mundo que não está vinculado a política estatal ou partidária. É a esfera em que os cidadãos se organizam de maneira autônoma e diferenciada tanto do mercado, como do Estado.
  - Ampliar a participação é ampliar o escopo de pessoas passíveis de tomarem decisões e a partir do momento em que isso acontece, perde-se consistência nas decisões tomadas.
- A partir do momento em que a decisão fica mais próxima da população, mais legítima ela é. Do contrário, há críticas.
 - A sociedade civil pode influenciar, mas não tomar as decisões. Há uma relação formal, mas pouco efetiva, junto a classe política.
- A sociedade civil hoje é um ator decisivo, visto que o Estado vem perdendo capacidade de tomar decisões e cumprir promessas. Ocorre um vazio entre poder e política.
- As redes sociais otimizam a capacidade de mobilização e desafio o controle e a vigilância do Estado. No meio disso tudo, aparecem movimentos cada vez mais complexos para a democracia.
- O poder é a capacidade de impor ou pedir as ações atuais ou futuras de outras pessoas ou grupos. O poder se expressa de quatro formas fundamentais: pela força, pelo código, pela mensagem e pela recompensa.
- A força é o instrumento mais contundente através da qual se exerce o poder. O código apela para a obrigação moral sem coerção, por imposição social ou costume. A mensagem é a capacidade de persuadir os outros a mudarem ou aumentarem sua percepção sobre os interesses de quem persuade. A recompensa usa benefícios materiais para induzir um comportamento.
-   Existem três tipos de poder: soft power (convencimento e sedução - Obama), hard power (força - Putin) e o sharp power (mistura de ambos, mas exige uma enorme manipulação da informação, de ideias, percepções políticas e processos eleitorais – Merkel e Macron).
- Sharp power, o poder agudo. O exemplo mais preciso são os meios de comunicação. “O que tem, será dado. O que tem pouco, será retirado, Castells.
-  Lógica dos meios: Somente os que tem informações estão em condições de receber mais informações. Aqueles sem informação ampliam a brecha entre o indivíduo e a realidade.
 -   Jornalismo: legitimar a informação e quem converte a informação em comunicação.
 -  Que tipo de liderança quer o povo? Conciliadores, menos confronto e mais resolução, respondendo as demandas sociais, éticos e transparentes, menos marketing e mais emoção.
 - Líderes transformadores: surge em períodos de instabilidade, as crises liberam os líderes das correntes tradicionais e o lema é “Vamos mudar a história”.
- Líderes transacionais: o líder que privilegia o status quo e que é muito efetivo em ambientes prescindíveis. A grande maioria dos líderes são assim.
- Soft power: inteligência emocional, visão e comunicação. Hard power: capacidade organizacional e a capacidade de articular coalizões políticas e sociais.
- Fenômeno do populismo: difícil de definir, sinônimo de anti establishment, reflexo do mau humor social, tende a sequestrar o aparelho estatal, se desprende dos intermediários, se respalda em simples organizações e não em partidos, assédio à sociedade civil, discurso de nós X eles é o eixo da comunicação e não responde a uma ideologia.
- A ideologia é um conjunto de ideias que explicam a realidade a partir de uma única forma.
 - A mobilização da sociedade civil pode dar total legitimidade para um líder populista.
 - O populismo chega ao poder a partir do momento em que põem-se em dúvida as regras, procedimentos e instituições, suspendem ou são alteradas as liberdades civis, desconhece a legitimidade do rival e quando encoraja a violência.
- A cidadania está indignada e perdeu a confiança dos políticos em geral. As instituições e os partidos tem uma capacidade tardia de resposta e dão a sensação de serem pouco transparentes. A revolução das comunicações tem feito que a população tenha à disposição uma grande quantidade de informação de forma imediata e, ademais, também se converteram em transmissoras de opiniões.
 -  Há 20 anos o mundo estava dividido entre “bons” e “maus”. Hoje em dia, quem são os bons e quem são os maus?

 DIPLOMADO EM COMUNICAÇÃO POLÍTICA! SEGUNDA PARTE!
 Universidade de Montevideo e Fundação Konrad Adenauer - Relatório de Antônio Mariano, presidente da Juventude Democratas - Rio de Janeiro.
 4. Comunicação de Crise (Luciano Elizalde)
- Comunicação de crise é ter uma boa equipe bem preparada tanto academicamente, como profissionalmente. Estão a todo instante treinando situações e conjunturas de crise, de modo a não perderem tempo na hora de reagir.
- Crise é algo que foge ao nosso controle, em um momento inesperado, fora de qualquer manual.
 - É um momento aberto, sem previsão de fim e sempre imprevisível e improvável. É a hora buscar consenso para baixar a incerteza causada pela abertura.
 -Início do planejamento de uma crise: definição conjunta do problema, entender as características da organização e calcular expectativas e resultados. A partir daí, recrutar uma equipe, delegar funções dentro desta equipe, representar as situações complexas e unificar critérios e linhas de discurso.
- A não unificação de critérios aporta a crise e você está sempre dentro, participando e vivendo a crise, nunca do lado de fora.
- Apesar da crise ser um momento de descontrole e do imprevisível, é importante que cada organização tenha seu próprio protocolo de gerenciamento de crise.
- Tempo da crise: 1) das redes (imediato e contínuo – necessidade de monitoramento constante e pressão mudando a cada instante), 2) da imprensa (rápida, mas não imediata – monitoramento constante, atenção permanente, necessidade de respostas prontas e estrutura temporal) e  3) justiça (bem mais lento – resultados legais).
- Crise afetou a reputação ou a imagem? São duas coisas totalmente diferentes.
- O motor e catalisador da crise é a imprensa.
-  O jornalismo sempre vai desconfiar da comunicação política e institucional, porque é seu trabalho fazer isso e buscar outras fontes e visões sobre a questão apresentada. Se nos irritamos com isso, é porque não entendemos o verdadeiro papel do jornalismo.
- O melhor respaldo é o que é tomado como fonte posteriormente. E para a comunicação de crise é preciso muito respaldo.
 - Comunicação é tudo aquilo que pode mudar decisões. É um processo de negociação de longo prazo e por isso é difícil de prever. Na comunicação tentamos condicionar as decisões que serão tomadas.
- A crise é produzida por um desequilíbrio nas relações de poder. O desequilíbrio se ativa por conta do dissenso público e/ou privado de certos jogadores e observadores.
- Crise de julgamento. Situação social em que se julga e como resultado deste processo, muda a posição relativa do poder.
 - Crise de necessidade: Como uma experiência de necessidade não satisfeita sobre um recurso controlado por um certo jogador.
- Crise de percepção. Como resultado da modificação da reputação e da imagem de certos jogadores.
 - Tempo: ter cenários para contar com mais tempo. Emoções e estresse: treinar-se para atuar “com distanciamento” temporal. Ações: controlar as soluções e opções. Poder: manter e fortalecer as relações de poder.
- ANTES: 1) sem história: diagnóstico, cenários, treinamentos e protocolos; 2) com “história”: diagnóstico, fincar pé em cenários, treinamentos e protocolos.
- DURANTE: 1) início: “enforcar-se” ou “re-enforcarse” em uma estratégica; 2) meio: gerenciar a crise cuidando de não produzir outras crises; 3) final: manter a estratégia.
5.  Media Training (Patricia Schroeder)
- Entender o sistema de meio, compreender os critérios de “noticiabilidade” e preparar a mensagem.
 - Os meios de comunicação são empresas sujeitas às leis do mercado. Competem com outros meios e devem buscar a rentabilidade, subsistir e desenvolver-se.
- Nos meios existem conflitos internos: a área administrativa se preocupa com custos e rentabilidade; a área comercial também se interesse pelos aspectos empresariais e; a edição/produção quer saber das notícias.
- Critérios de “noticiabilidade”: novidade, originalidade, imprevisibilidade, ineditismo, evolução futura dos acontecimentos, proximidade geográfica, magnitude pela quantidade de pessoas, hierarquia dos personagens.
- Elementos para um estratégia com os meios de comunicação: definir quem é o responsável final pelo tema, é necessário unificar o discursos (ter um porta voz), sustentar a verdade na transparência e com ideias força, conhecer e diferenciar os públicos, a informação interna deve fluir, é preciso desenhar um mapa de meios.
- Como se preparar para a entrevista: preparar o tema com três mensagens, pensar e ensaiar as perguntas mais difíceis, escute-se e veja-se, praticar antes, preparar perguntas obvias e previsíveis (o que houve? Quem era o responsável? O que se espera para o futuro?).
-  O jornalista é apenas um intermediário, quem realmente importa é o público que irá receber a sua mensagem.
6. Comunicação de Governo (Mario Riorda)
- Comunicação de governo (CG) é a mais a largo prazo de todos os tipos de comunicação política que existe. Transcende qualquer período.
- Comunicação de riscos é feita para mudar hábitos e pode ser trabalhada junto com a comunicação de governo. Ex: qualquer campanha de prevenção feita por um governo, é uma comunicação de risco.
- CG é criar legitimidade e isso demanda muito tempo.
 - Cada vez que aparece um fato político, necessariamente aparece um fato comunicacional.
- Não existe separação entre a comunicação e a política, quem não sabe de um, não pode fazer um bom trabalho para o outro.
- “Hiper personalização” é o conceito onde as pessoas ficam na frente das instituições. Exemplo disso é que partidos e coligações já não ganham mais campanhas eleitorais, mas sim os líderes, as pessoas.
- No governo, o controle da estratégia da comunicação é muito menor do que na comunicação eleitoral.
- As médias de avaliação dos governos na América Latina tem sido de 35% e de 60% de reprovação, salvo algumas exceções específicas.
- Ira, bronca e ódio são três sentimentos que resumem perfeitamente o sentimento da população com relação aos políticos e governos.
- A política é um grande caldeirão de elementos misturados e, por isso, não há apenas um erro que demonstre a descrença nela, mas é possível apontar dois principais: 1) a gestão das expectativas da população, os governos acham que as decisões são binárias, entre SIM ou NÃO, esquecendo que as pessoas querem muito mais do que isso e; 2) as crises e os ciclos econômicos dos últimos anos, que sempre afetam qualquer governo.
- Segundo Latino barômetro, os problemas de 20 anos atrás são exatamente os mesmos: falta de trabalho, pobreza estrutural e corrupção (esta última cada vez mais evidente).
Ter estilo de governo é importante, mas quando ele se sobrepõe a fazer a verdadeira política, o bom governo acaba.
- O conceito de múltiplas agendas é algo que veio para ficar. Por exemplo: na mesma manhã, na Argentina, foi aprovada a despenalização do aborto pela Câmara dos Deputados, houve o início da Copa do Mundo e, por fim, a corrida bancaria mais importante dos últimos anos. Ou seja, não existe mais a ideia de que um agenda vai se sobrepor a outra na mídia e – muito menos – nas redes sociais.
A média de mudança das manchetes dos principais jornais do mundo é maior do que os trending topics do Twitter.
 - A “hiper personalização” é um fenômeno internacional e que vem sendo mais presente nos governos parlamentares da Europa. Não é algo exclusivo da América Latina.
- O único país da América Latina que não rompeu com o seu sistema partidário foi o Uruguai.
 - Em análise realizada nas 63 áreas com mais de um milhão de habitantes na América Latina (exceto Cuba e Haiti), verificou-se que 35% das equipes cuidavam apenas da comunicação do governo local, enquanto 62,5% cuidavam tanto da comunicação governamental como do próprio prefeito. “Simbiose”.
-  Uma área de comunicação no mesmo nível que outras pastas (p. Ex. Secretaria de comunicação de uma Prefeitura/Governo) é bom porque gera um mesmo nível de hierarquia e de importância para o setor. Por outro lado, é péssimo porque não gera transversalidade do tema entre as demais pastas. Chamado “governo analógico”.
No “governo digital”, a área responsável pela comunicação é independente, das demais áreas, respondendo apenas ao governante. Isso garante transversalidade em todo o governo.  
 Fonte: Ex-blog Cesar Maia - julho de 2018 

 

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