Maria das
Graças,
Estou feliz e comovida com este reencontro virtual, depois de
tantos e tantos e anos.
Não tenho facebook, mas o Beto - meu marido desde o século passado - acessou o dele no meu computador e vi algumas propostas de amizade. Fiz uma dancinha ao te reconhecer na foto. E senti uma grande
saudade.
Ninguém esquece o período em que tinha vinte anos, em que tudo
parecia possível.
Passaram trinta anos. O tempo produziu um conjunto de novos laços
nas nossas vidas, mas, no meu caso, alguns antigos não se desfizeram.
Quero dizer do muito que é a sua pessoa que conheci, amei e ainda
amo: a professora competente, a amiga de coração doce, a mãe do Humberto, a fã
das músicas norte-americanas, a filha que sabia perdoar.
A vida aconteceu e demonstrou-me que, afinal, "nem tudo
era possível". Nem que fosse por isto, a sua imagem feliz sempre esteve na
minha memória, me lembrando o ritual que eu decididamente aprendi com você. O
da amizade.
Muitas voltas foram dadas, desde a última vez que te vi. Fiz carreira
proveitosa no jornalismo, mas agora estou trabalhando menos. Tenho uma
filha, Julia, de 34 anos, que me deu três netos: Giovana, de sete anos e os gêmeos Arthur
e Victor de oito meses.
E Humberto, como vai? E você?
Gostaria de vê-la. Se achar isso possível, se quiser me
visitar, ou se achar viável marcar um almoço, ou mesmo um café aí em Belo
Horizonte, dou um jeito de ir.
É isso: a história da minha vida teria um vácuo desagradável,
se eu não pudesse contar com as doces lembranças do tempo em que tive a alegria
de conviver com você.
Um forte e saudoso abraço
Vanda Célia
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