quinta-feira, 8 de março de 2018

Carta a uma amiga da juventude que reencontrei no Facebook


Maria das Graças,

Estou feliz e comovida com este reencontro virtual, depois de tantos e tantos e anos.

Não tenho facebook, mas o Beto - meu marido desde o século passado - acessou o dele no meu computador e vi algumas propostas de amizade. Fiz uma dancinha ao te reconhecer na foto. E senti uma grande saudade.

Ninguém esquece o período em que tinha vinte anos, em que tudo parecia possível.  

Passaram trinta anos. O tempo produziu um conjunto de novos laços nas nossas vidas, mas, no meu caso, alguns antigos não se desfizeram.

Quero dizer do muito que é a sua pessoa que conheci, amei e ainda amo: a professora competente, a amiga de coração doce, a mãe do Humberto, a fã das músicas norte-americanas, a filha que sabia perdoar.

A vida aconteceu e demonstrou-me que, afinal, "nem tudo era possível". Nem que fosse por isto, a sua imagem feliz sempre esteve na minha memória, me lembrando o ritual que eu decididamente aprendi com você. O da amizade.

Muitas voltas foram dadas, desde a última vez que te vi. Fiz carreira proveitosa no jornalismo, mas agora estou trabalhando menos. Tenho uma filha, Julia, de 34 anos, que me deu três netos: Giovana, de sete anos e os gêmeos Arthur e Victor de oito meses.

E Humberto, como vai? E você?

Gostaria de vê-la. Se achar isso possível, se quiser me visitar, ou se achar viável marcar um almoço, ou mesmo um café aí em Belo Horizonte, dou um jeito de ir.

É isso: a história da minha vida teria um vácuo desagradável, se eu não pudesse contar com as doces lembranças do tempo em que tive a alegria de conviver com você.

Um forte e saudoso abraço

Vanda Célia     

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário