Por iniciativa de entidades que defendem os direitos da infância, o dia 18 de outubro passou a ser marcado, há alguns anos, como o Dia Nacional contra a Baixaria na TV. Faz sentido.
Segundo o jornal norte-americano Washington Post, o Brasil é o segundo país que mais assiste televisão em todo mundo, atrás apenas do Reino Unido. Precisamos, então, de datas como esta para estimular a boa qualidade nas grades de programação.
Ao mesmo tempo, devmos fazer um esforço para transformar as emissoras de rádio e tevê como parceiras da preservação de valores e princípios que ao longo de gerações foram construídos.
Especialistas em comunicação costumam dizer que a televisão brasileira atingiu níveis de excelência técnica, mas não evoluiu na mesma medida em relação ao conteúdo. Acrescentam que no segmento de entretenimento, o que temos é uma profusão de programas discriminatórios, baseados na humilhação das pessoas e que atentam contra os direitos humanos. Isso também acontece no jornalismo, especialmente nos programa policiais e sensacionalistas, mas em menor escala.
No segmento dos programas destinados aos jovens e adolescentes estaria prevalecendo o incentivo exacerbado ao consumismo. Para a psicóloga Teresa Pecegueiro, o que predomina na TV genuinamente brasileira é a exibição de programas onde o ‘corpo fatal’ está em evidência. “O que dá ibope são mulheres lindas com seios e pernas de fora, até mesmo cenas de sexo”.
Os programas de entrevistas estariam carecendo de conteúdo. Para a maioria dos especialistas, debates deixam a desejar e não acrescentam quase nada. Já os filmes mostrariam sexo e/ou violência como se fossem coisas naturais. E as novelas? Novelas recebem ainda mais críticas. E com razão.
O que não se pode negar, no entanto, é que as novelas são a principal, talvez a única, fonte de entrenimento gratuito da população de baixa renda que mora nas violentas periferias das grandes cidades.
Ali, ninguém se arrisca a por o pé na soleira da porta temendo a violência e a criminalidade do lado de fora. Por essa razão a maioria nem reclama da baixaria dos novelões rídiculos que passam na tevê aberta. Aliás, a ineficácia do combate à violência que nos obriga a ficar trancados em casa é a maior das baixarias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário