Choveu e fiquei deprimida no meu canto, pensando que minha vida daria uma história que Kafka poderia ter escrito. Exagero? Certamente. Sou dramática e exagerada, mas já tenho linha de defesa: deve ser defeito genético. Ninguém acredita? Posso provar. Certa vez, ao ver que minha irmã havia quebrado a unha do mindinho, abri a bolsa e lhe ofereci uma lixa. Mais derretida que manteiga esquecida no sol, ela disse:
- Você acaba de salvar a minha vida, muito obrigada!
Olhei em volta buscando alguma testemunha porque não podia acreditar no que estava ouvindo, enquanto minha irmã começava a operação de lixar a unha, muito séria e concentrada. Pensei: exagero neste volume e nesta intensidade é doença e, como também sou exagerada, isso é carga genética. E carga genética sempre merece desculpa. Vencer, superar, procurar ajuda psicológica e mudar são coisas que, neste momento, eu não gostaria de discutir.
- Você acaba de salvar a minha vida, muito obrigada!
Olhei em volta buscando alguma testemunha porque não podia acreditar no que estava ouvindo, enquanto minha irmã começava a operação de lixar a unha, muito séria e concentrada. Pensei: exagero neste volume e nesta intensidade é doença e, como também sou exagerada, isso é carga genética. E carga genética sempre merece desculpa. Vencer, superar, procurar ajuda psicológica e mudar são coisas que, neste momento, eu não gostaria de discutir.
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