O Mito da Caverna, também conhecido
como Alegoria da Caverna, foi escrito por Platão na obra A República. Composta
por dez livros, a República é uma obra complexa. Nela, o filósofo associa o
conhecimento ao poder político. Segundo o filósofo, o modelo de política e
Estado ideal é aquele em que o conhecimento da verdade profunda é propiciado
apenas pelo raciocínio, o que garante ao governante uma gestão de qualidade. Ou
seja, ele despreza crenças e preconceitos.
Na parte
do conhecimento humano, dissertado no livro VII, é onde se encontra o Mito da
Caverna. De acordo com o Mito da Caverna, ou Alegoria da Caverna, descrito por
Platão, havia algumas pessoas aprisionadas em uma caverna desde a infância.
Esses viviam com os braços, pernas e pescoços acorrentados, visualizando apenas
as suas sombras, projetadas na parede ao fundo da caverna.
Atrás deles havia
uma fogueira, na qual homens passavam perto transportando objetos e fazendo
gestos. Esses refletiam em sombras (distorcidas) para os que estavam ali dentro
e era o conhecimento que tinham. Logo, um dos prisioneiros conseguiu ser
liberto e saiu para o mundo exterior, sendo surpreendido com a nova realidade.
Contudo, a luz solar
ofuscou a visão do ex-prisioneiro, fazendo-o querer retornar a caverna.
Entretanto, ele se acostumou com as novidades e a infinidade fora do mundo em
que habitava. Foi quando ele percebeu que as sombras que via era apenas uma
cópia imperfeita da realidade na qual acreditava.
Desse modo, 1) ele
poderia voltar para caverna e libertar os demais colegas prisioneiros ou 2)
permanecer vivendo a sua liberdade. A consequência da primeira opção é que
poderiam chamá-lo de louco e o atacarem, mas esta é a atitude necessária, por
ser a mais justa. Logo, é o que ele faz porque é o que lhe resta fazer.
Interpretações do
mito da caverna
Existem muitas
interpretações que podem ser retiradas da metáfora. Algumas perspectivas,
inclusive, foram inspiração para a construção de obras de artes, livros e
filmes como Matrix, por exemplo. Para Platão, a caverna representa o mundo em
que todos os seres humanos vivem.
E, no caso, as
correntes seriam as crenças, culturas e informações obtidas no percurso da
vida, fortalecedoras da ignorância que aprisiona as pessoas. Presos aos
pré-conceitos e sem querer ir ao encontro de um sentido racional, se poupando
de pensar e refletir, as mulheres e os homens comuns permanecem como
prisioneiros.
Assim sendo, as
sombras na parede e os ecos na caverna, são as ideias preestabelecidas, as
opiniões erradas e o julgamento do outro que o individuo julga ser verdadeiro.
Quando o ser consegue se libertar das correntes e viver o mundo exterior,
aquele que vai além do juízo de valor, conquistando o conhecimento verdadeiro,
ele sai da caverna. Portanto, é quando enxerga a luz solar. Essa luz seria o
conhecimento verdadeiro, a razão e a filosofia.
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